Capítulo 40

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BRYCE

Vesti uma camiseta branca mas olhando no espelho estava parecendo o padre da missa, puxei a peça jogando dentro da mala e voltei a procurar algo que deixasse claro que eu era um gato mas não era esnobe, um meio termo, não usaria nada de manga longa, deixaria meus músculos bem amostra pro caso do tal do Jimmy banana pensar em falar com a Tessa, e que merda de nome é Shimmy, ou Jimmy?.

— não me diga que está indeciso pra encontrar uma camisa Bryce — ouvi a voz sorridente nas minhas costas e me virei encontrando um anjo de vestido. Tessa estava com o cabelo escorrido nas costas e usava um vestido branco com umas flores da cor da primavera estampadas, ele era uma peça fina e rendada que me deixava um pouco tonto.

— você tá linda — me aproximei e ela tocou meus ombros nus e olhou pro meu peito — e eu tô tentando ficar a sua altura — beijei seu pescoço e o cheiro do creme de morango me convidou pra lamber a pele, segurei seu queixo e beijei ela com fome, pouco me importando pros seus pais no andar de baixo, quando senti ela entregue roçando o corpo em mim desci a mão até a sua bunda e apertei matando a minha saudade do seu corpo, massageei a bunda cheio de maldade e Tessa sorriu ficando na ponta dos pés, suas duas mãos curiosas desceram pelo meu abdômen até o meu cinto mas um barulho no andar de baixo fez a gente parar. Nós encaramos completamente sem ar e ela piscou atordoada antes de ir andando até a porta.

— se veste logo — parecia irritada por ter que me ver sem camisa — coloca qualquer coisa preta, é a sua melhor cor — saiu do quarto correndo e eu sorri pegando a primeira camisa preta que encontrei, passei os dedos pelo cabelo e fechei a mala finalmente saindo do quarto. Tomamos o café da manhã junto e o clima ficou muito melhor quando os pais dela saíram na frente quando eu disse que Tessa e eu iríamos arrumar a mesa e depois eu ia de carro até a igreja, engraçado que nem pensaram que deixariam a filha deles sozinha com um homem em casa.

— será que confiam tanto assim em mim? mal sabem eles das minhas intenções — brinquei enquanto colocava os pratos na pia.

— ele te acha forte demais pra discutir com você, e rico demais pra discordar de você — sorriu abrindo a porta da geladeira — vamos acabar logo com isso?.

— com certeza — em um minuto estávamos dentro do meu carro enquanto ela me dava as coordenadas, não foram nem 5 minutos dirigindo e já estávamos lá, a porta da pequena igreja estava cheia de pessoas conversando enquanto entravam pra se sentar, alguns carros estacionados e estranhamente todos os jovens se pareciam, todas na mesma altura com a mesma cor de cabelo, e os mesmos penteados — parece que eu estou no filme Midsommar — sussurrei realmente assustado.

— para de ser idiota — empurrou meu ombro caindo na risada — olha, aquele de verde que é o Jimmy, caso você queira saber — apontou pra um loiro com cara de besta que vestia uma camisa verde clara.

— meu Deus Copper você namorava um abacate? — ela gargalhou tampando o rosto e enquanto eu colocava os óculos de sol me preparando pra sair do carro — agora tudo faz sentido, uma criança não daria conta de uma mulher igual a você — pisquei saindo do carro e por trás dos meus óculos vi o tal do Shimmy olhando pra Tessa, segurei sua mão enquanto nos aproximávamos e vi o abacate sair de verde pra vermelho, e isso me arrancou um sorrisinho.

— você tá adorando isso né, não vai arrumar confusão Bryce — ela apertou minha mão enquanto sussurrava e eu sorri pra ela na maior cara lavada.

— relaxa — seguimos até dentro da igreja e nos sentamos não muito na frente e nem muito atrás, achei que estava ficando louco sentido que todos estavam me olhando, mas realmente todos os jovens estavam sussurrando sobre a Tessa.

— eu não me importo — ela sussurrou tirando os meus óculos do meu rosto e prendeu na minha camisa.

— eu me importo — encarei as pessoas de volta e meu olhar encontrou com o merdinha que achava que era homem, e ele ainda deu um sorriso debochado antes de virar pra frente, agora ele conseguiu me deixar puto.

Ouvir o sermão do padre foi emocionante pra mim, até me arrepiou e percebi como Tessa se apegava as palavras que ele dizia como se buscasse esperança, e me deixava puto saber que nem a sua família e nem ninguém aqui a volta usava essas belas palavras em vida pra acolher ou cuidar dela, me senti ainda mais sufocado no meio dessas pessoas e segurei a mão de Tessa em sinal de parceria, quando ela quiser ir embora nós vamos embora.

— a gente pode se despedir dos meus pais e ir embora? — quase respirei aliviado ouvindo o seu pedido.

— claro — 20 minutos depois saímos da igreja e ficamos juntos esperando que seus pais aparecessem, só não esperava encontrar um grupo de garotos rindo e nitidamente falando sobre nós dois e sem que eu pudesse me controlar fui me aproximando enquanto Tessa me puxava pela camiseta — como vai? você deve ser o Shimmy? Jimmy? — parei em frente ao cara que fechou o sorriso e estufou o peito.

— Jimmy, e você quem é?.

— Bryce, namorado da Tessa — estendi a mão pra ele que demorou pra aceitar, e foi aquele aperto mais agressivo.

— bom pra você.

— Tessa me falou bastante sobre você, como você era corajoso, um exemplo de homem — segurei no seu ombro ultrapassando os muros da falsidade — se ouvir você e os bichinhas rindo mais uma vez eu vou quebrar os seus dentes — ficou um silêncio cortante no ar enquanto Tessa mantinha as mãos nas minhas costas me segurando.

— Bryce — me chamou nervosa e soltei o ombro do garoto pronto pra ir embora.

— se fez de santa mas agora tá transando com um cara rico, eu sei bem o nome disso — não precisei de 2 segundos pra pensar e acertei um soco no seu nariz, o seu grito e o sangue espirrando foram a cena que se desenrolou enquanto todo mundo parou pra assistir o caos.

— eu sai da minha casa só pra fazer isso — me afastei pro sangue não cair no meu tênis e encontrei o olhar de Tessa furiosa.

— vamos embora, agora — me senti ameaçado por ela e até soltei um risinho ganhando um tapa no braço, virou as costas e foi marchando até a rua me largando sozinho com um abacate de TPM.

Meu pecado - amores improváveis #3Onde histórias criam vida. Descubra agora