Capítulo 32

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TESSA

Bryce tirava o meu casaco enquanto eu olhava de boca aberta a decoração da casa, se bem que chamar esse lugar de casa é um eufemismo, a mansão em que o seu pai morava era toda de mármore branco, as paredes com uns quadros enormes que devem valer uma fortuna e o mais incrível de todos era o lustre da sala que era gigante e tão brilhante que refletia no próprio chão. Ali na soleira da porta eu não conseguia ver mais que a sala de estar e ouvia bem baixinho uma música tocando, como se fosse um disco de Jazz.

— só agora eu parei pra pensar, você é rico — olhei pra ele fazendo uma careta e dei dois passos contidos pelo cômodo com medo de derrubar alguma coisa.

— digamos que sim — segurou minha mão e me guiou pela casa totalmente à vontade e apertei os olhos quando ele quase esbarrou em um jarro de decoração que devia valer 1 pulmão no mercado negro — eles estão na cozinha — esperou que eu o alcança-se e apoiou a mão na minha lombar, senti o cheiro de alho frito na hora que entramos em um corredor, ouvíamos o barulho das panelas e colheres mexendo algumas coisas sem parar como se eu estivesse em um restaurante agitado — chegamos — Bryce anunciou e adentramos o cômodo e uma cena se desenrolava na minha frente. Jack Holland mexia duas panelas ao mesmo tempo enquanto mexia os quadris dançando a música que saia de um toca disco antigo, tinha uma mulher espetacular ao lado dele servindo duas taças de vinho e ela foi a primeira a nos ver e sorriu mostrando a trilha de dentes perfeitos e tirou os cachos castanhos de frente do rosto.

— eles chegaram — ela anunciou e se aproximou ainda segurando um saca rolhas e abraçou Bryce que sorria de um jeito calmo que eu nunca vi antes, parecia feliz de verdade e não fingindo — a sua namorada é linda, parece uma modelo — a morena me abraçou e eu devolvi o gesto sorrindo pelo seu elogio — eu sou a Suzy, é um prazer te conhecer.

— eu me chamo Tessa — me assustei com o abraço que Bryce e seu pai deram, era como dois prédios colidindo um com o outro de tanto músculo.

— vai pro fogão garoto, enquanto eu conheço a sua namorada — ele se virou pra mim e sorriu quando me olhou nos olhos, Jack Holland era a cópia do filho, mesmo queixo, nariz e olhos — é um prazer receber você na minha casa Tessa, espero que se sinta em casa — segurou minha mão com carinho sorrindo pra mim com os olhos e eu sorri de volta sentindo que a gentileza de todos eles era genuína.

— você já tem idade pra beber? — Suzy perguntou afagando meu ombro e olhei pro Bryce que me deu os ombros deixando eu responder.

— sim — aceitei a taça enquanto Jack me guiava até a gigante ilha da cozinha e me sentei em um banco ao lado de Suzy.

— você gosta de tacos? é a especialidade da casa — o pai de Bryce falou enquanto mexia uma panela com um molho cheiroso e eu quase sorri demais ao ver que o tal jantar seria uma coisa mais casual e não um jantar chique com 3 tipos de colheres na mesa.

— eu amo — sorriu pra mim parecendo aliviado e eu dei um gole no meu vinho.

— eu adorei o seu vestido, combina com os olhos — Suzy sorriu doce pra mim e sentou ao meu lado com uma postura impecável.

— eu acho que você é a mulher mais bonita que eu já vi na minha vida — pensei em voz alta e acabei arrancando um sorriso de todos na cozinha, dei os ombros por que eu não estava mentindo, mulheres chiques me impressionam.

— o que você estuda Tessa?, tem cara de ser algo inteligente — Jack perguntou se aproximando da ilha e abrindo uma cerveja.

— eu faço jornalismo, pretende algo como jornal investigativo — balancei meu pé gostando de falar sobre a minha faculdade.

— uau, que boa surpresa — ele olhou pro mim e depois pro Bryce — esse garoto aqui ja conheceu os seus pais? ou fomos os primeiros?.

— vocês foram os primeiros pai — revirou os olhos e eu sorri por ele incluir a Suzy como uma figura familiar.

— você precisa conhecer os pais dela, eu com 30 anos fui conhecer os pais da minha bela, não será diferente com você — apertou o ombro de Bryce que se virou com um sorriso presunçoso e roubou a cerveja do pai.

— qual é pai 30 anos? Sabemos que não tem 30 — antes que pudesse gargalhar seu pai fingiu dar um mata leão nele e eles começaram uma lutinha cheia de risadas.

— não ligue, eles ficam assim por uns 10 minutos, só espero que não queimem o chilli — sorrimos e eu continuei sorrindo feliz que não estava sendo estranho e ruim como eu pensei que seria.

— já chega coroa, vai cortar um repolho — voltaram pro fogão enquanto Suzy e eu conversávamos sobre faculdade, roupas e trabalho, me senti muito relaxada na minha segunda taça de vinho e as vezes enquanto ouvia Suzy eu olhava para as costas de Bryce, achando incrível as mulheres papeando e os homens no fogão, ele percebeu meu olhar e se virou me pegando no flagra, lançou um sorrisinho que me deixou tonteada e voltou pra sua panela, que aliás estava cheirando muito bem me deixando com fome.

— gosta mesmo dele — Suzy falou enquanto eu estava distraída e olhei pra ela que sorriu abertamente passando a mão na minha cabeça — gosto de você Tess — me senti como a namorada que foi aprovada pela mãe do garoto que ela gosta. Mesmo eu sendo uma namorada de mentira e Suzy sua madrasta, mas isso não tiraria esse sentimento bom de mim.

Meu pecado - amores improváveis #3Onde histórias criam vida. Descubra agora