Respirei fundo à medida em que finalizava meu uniforme escolar com o tênis. Não achava muito confortável usar saias e gravatas para estudar, provavelmente porque estava acostumada com o uniforme da minha antiga escola, com calças jeans e só a blusa como fardamento. Eu não estava nada animada. A segunda-feira era um dos dias da semana mais odiados por mim. Acordar cedo no dia seguinte depois de um final de semana como folga, era uma tortura.
Desci as escadas rapidamente com a mochila nas costas para o café da manhã. Todo mundo já estava na mesa, a família Salles se deliciava com a comida que a Fiorella fazia. Arregalei meus olhos em espanto pois a mesa estava repleta de diferentes tipos de comida do que de costume.
— Mãe, posso ir na casa do Arthur? — Miguel perguntou enquanto colocava as panquecas recheadas em seu prato. Tia Rebeca olhou para o filho rapidamente e franziu o cenho.
— Arthur Di Angelis? — Questionou ela, parando o que estava fazendo.
Di Angelis? Que sobrenome é esse?
— Sim, ele já chegou faz uns dias e acho que os outros ainda não chegaram. — Tio Erick falou tomando um gole do seu café.
Coloquei um pouco de café e misturei com leite na minha xícara, dei uma mordida no pedaço de bolo de trigo — que por sinal, estava bem quentinho — ao mesmo tempo que prestava atenção na conversa com curiosidade.
— Os outros? — Minha tia arqueou a sobrancelha, seus olhos castanhos escuros encaravam os olhos esverdeados do seu marido.
— Os irmãos dele. — Tio Erick respondeu.
— Estão vindo fazer uma visita aos avós? — Ela perguntou muito curiosa sobre o assunto.
— Acho que os dois mais novos vão estudar aqui e o mais velho só veio para passar um tempo resolvendo algumas coisas do restaurante.
— Nunca conheci os irmãos dele. — Falou Miguel.
— Nem eu. — Flora completou dando de ombros e logo colocou uma maçã na boca.
— Depois eu falo com os avós dele e pergunto se você pode ir lá brincar com ele. — Tia Rebeca disse diretamente para Miguel que sorriu em satisfação.
Após termos terminado a nossa refeição, meus tios foram de carro nos deixar na escola. Não era tão longe da casa, indo a pé demorava um pouco mais de uns 20 minutos. Quando não eles não tinham tempo para nos levar, íamos nas nossas bicicletas, apesar de Flora reclamar a cada minuto sobre como o vento estragava seu cabelo.
A escola era enorme, a frente dela era o que mais me agradava; a grama verde, os enormes portões à entrada, os pinheiros aos arredores e um agradável lago a poucos metros.
— Anny!
Me espantei quando Lucca quase gritou próximo ao meu ouvido, quase derrubei os livros que estavam na minha mesa.
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Querido desconhecido
RomanceAnelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a garota se vê criando um cara fake para poder causar ciúmes ao rapaz. Entretanto, não fazia ideia de...