Capítulo 56

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Encarei a fotografia da minha mãe mais uma vez ao dia, era incrível como ela estava sempre tão sorridente na maioria das fotos e com os olhos brilhando

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Encarei a fotografia da minha mãe mais uma vez ao dia, era incrível como ela estava sempre tão sorridente na maioria das fotos e com os olhos brilhando. Passei mais tempo visualizando suas fotos desde do seu falecimento, admitindo a mim mesmo que tinha medo de que sua memória fosse perdida em minha cabeça. Eu só queria me prender naquela lembrança e ao mesmo implorava mentalmente para que aquilo não fosse apenas uma memória. Mas era.

Respirei fundo deixando a foto em cima da minha cama, passei as mãos pelo o meu cabelo e esfreguei o rosto, impaciente. Fazer milhares de rabiscos em papéis não estava ajudando manter a minha mente longe desse lado deprimente, eu precisava fazer outra coisa.

E então, me vi encarando uma corrida pelas ruas de Monte Campo enquanto ouvia música em uma playlist aleatória. Aquela tarde estava fria e nublada, um clima estranhamente bom para a minha corrida. Todavia, a tentativa, de esvaziar a mente por um momento foi inútil, já que a imagem da Anelise se tornava mais presente a cada dia.

Os olhos amendoados me encarando e a porra daquele sorriso eram como um lembrete mais sincero.

Apolo
Você tá em casa?

Anelise
Sim, por que?

Apolo
Posso passar aí? Quero fazer cardio com você.

Anelise
Cardio? Que? Como assim?

Apolo
Você vai saber em 10 minutos.

Apressei um pouco mais meus passos rumo a casa dos Salles, me sentindo um pouco ansioso para encontrar com ela. As ruas estavam tranquilas e silenciosas, o que se tornava um paraíso para mim.

Após tocar a campainha, não demorou muito para que Anelise aparecesse na porta, vestida casualmente e com os cabelos volumosos. Ela me encarou dos pés a cabeça, surpresa e curiosa.

Não pude deixar de reparar que ela realmente estava usando a aliança que eu havia dado pra ela.

— Você tava correndo?

— Sim, achei que tinha deixado bem claro na mensagem — Falei encarando seu par de olhos castanhos, as suas bochechas estavam ganhando cor.

— Ah e você quer que eu corra também? Sério? — Ela cruzou os braços, revelando toda a sua preguiça.

— Claro, eu vou correr devagar — Menti e ela me olhou desconfiada — Se quiser trocar de roupa, eu espero.

Fiquei alguns minutos esperando na grande sala dos Salles e após isso, Anelise desceu as escadas vestida em roupas muito semelhantes a de academia, deixando suas belas curvas bem mais marcadas. Eu não consegui deixar de vagar meu olhar por cada parte do seu corpo esbelto, me encontrava parado a encarando literalmente como um tarado.

A memória dela nua na minha cama ainda estava fresca.

— Vamos — Ela disse sem me olhar, abrindo a porta.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora