Apolo havia feito uma sobremesa para o almoço de hoje, o que me surpreendeu um pouco mesmo sabendo que ele adorava cozinhar. Me pediu então para que eu o acompanhasse até a cozinha e ajudasse em algo que ele poderia precisar pra finalizar seu prato. Eu estranhei de início e a família toda dele parecia ter entendido esse tipo de pedido de outro modo.
— Tá respirando melhor agora? — perguntou ele enquanto procurava alguma coisa na cozinha.
— Sim — eu suspirei e me sentei no banco próximo ao grande balcão da cozinha. Era como se estivesse adivinhado que eu me sentia como uma estátua velha e quebrada perto da família dele, principalmente por conta de Amália, que estava fazendo questão de me colocar para baixo.
— Parece que tava enrolada no gesso — ele retirou a sobremesa que pela aparência parecia deliciosa e começou a corta-las em quadrados quase perfeito. Não pude me conter em observar seu rosto concentrado. Por algum motivo, me senti hipnotizada na face séria dele, nas mãos grandes e ágeis cortando a sobremesa e como seus lábios estava se entreabrindo.
Eu senti algo um pouco mais a baixo do pé da minha barriga se manifestar, algo sensível, meio instigante, como um formigamento. O toque das suas mãos me agarrando ainda estava fresco. Minha mente estava brincando comigo de novo.
Ele ficava tão atraente. Era do mesmo jeito que ele fazia quando estava na escola.
— Anelise? — a voz de Apolo tirou toda a atenção, me fazendo acordar.
— Hum?
— Você não ouviu o que eu disse, não é? — As sobrancelhas dele se arquearam. Eu senti meu rosto esquentar, punindo meu cérebro por pensar coisas tão sem censura.
— Desculpa, eu tava distraída. O que disse?
Ele fez negativo com a cabeça ao mesmo tempo que um sorriso se expandia.
— Disse que o vestido ficou muito bem no seu corpo.
É, agora eu estava vermelha.
A sobremesa que Apolo tinha feito era italiana, uma das favoritas de seu avô, chamada Tiramisu. A apresentação do prato era incrível e quando provei, o gosto era diferente do que tudo que eu já havia provado mas muito bom. Tanto que não me contive em elogiar mais de uma vez. Apolo, como sempre, demonstrava ainda mais a sua autoconfiança sobre isso, diante da própria família ele era ainda mais arrogante.
Como diria minha bisavó: já serve pra casar.
— Tem certeza que foi você que fez? Acho que você roubou isso do restaurante da família — concluiu Matteo, de modo irônico.
Apolo revirou os olhos, sorrindo.
— Isso tá muito bom — Cecília disse quase terminando o seu.
— Anelise, nós vamos ao clube daqui alguns minutos. Você poderia ir com a gente. — Marco falou casualmente.
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Querido desconhecido
RomanceAnelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a garota se vê criando um cara fake para poder causar ciúmes ao rapaz. Entretanto, não fazia ideia de...