Capítulo 58

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— Por que você tá tão quieta? — Tio Erick se aproximou de mim

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— Por que você tá tão quieta? — Tio Erick se aproximou de mim.

Eu estava analisando o quintal enquanto balançava. A intenção era ficar sozinha, pensando em como seria minha vida daqui pra frente e como tudo havia mudado em alguns meses. Era muita coisa para absorver e sentia meu corpo cada vez mais cansado. Talvez eu ainda estivesse assim por causa de Jade, porém, a curiosidade de saber quem era meu pai me incomodava muito.

E por que tanto eu deveria saber? Eu deveria ter ficado feliz com que a minha mãe me ofereceu. O seu carinho, a sua compreensão, o seu companheirismo e a sua preocupação, não era suficiente? Eu apenas deveria ter deixado esse assunto de pai para lá. Ele havia nos abandonado como um covarde e eu apenas deveria rejeitar sua imagem, assim como ele havia feito conosco.

— Estava pensando em umas coisas — respondi sem muito otimismo.

— No seu pai? — ele perguntou como se lesse a minha mente e eu apenas consegui ficar calada olhando para o chão — A sua tia me contou que anda muito aflita com essa história.

— É, eu fiquei curiosa, mas mamãe me afasta de qualquer coisa relacionada a ele.

Ele suspirou pesadamente.

— Deve tá sendo difícil pra ela, mas uma hora ela vai te contar.

— Eu duvido um pouco disso — disse com um ar desanimador — Tentei investigar atracando informações da tia Beck, mas ninguém sabe sobre ele já que viviam muito as escondidas. Tudo que eu sei é que ele não é maranhense e que era bem rico.

— E já ligou alguns pontos? — Questionou ele enquanto começava a movimentar o balanço em que eu me encontrava.

— Bom, perguntei a tia Beck se ela conhecia alguém que já tinha feito uma viagem para o Maranhão e ela disse que apenas o Roccato havia ido.

— Rodrigo Roccato? — Questionou o meu tio parecendo pensativo e eu apenas fiz positivo com a cabeça — Coincidência, ele me perguntou sobre você esses dias, querendo saber de que cidade do Maranhão você era.

Eu arregalei os olhos.

— Sério?

— Sim, bem estranho na verdade essa pergunta repentina, mas pensei que só fosse curiosidade já que você é uma pessoa nova por aqui e tava se envolvendo com o filho dele.

Franzi o cenho com a sua fala. Aquilo havia me pegado de surpresa.

— Isso é muito estranho, tio.

— É, mas não encha sua cabeça com tanta preocupação, a sua mãe ainda vai conversar com você sobre isso e contar toda a verdade. Vai ficar tudo bem — ele sorriu, me fazendo ficar um pouco mais aliviada.

Era estranho que Roccato tenha procurado saber de mim, aquilo me causou muita curiosidade e um certo medo. Minha mente estava entrando em combustão sobre o assunto, era sufocante e eu não queria adiar ainda mais essa história.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora