Capítulo 43

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A aula de artes estava melhor do que o esperado, se tornou uma pequena baderna porque era uma aula prática já que nós estávamos voltando ao velho pontilhismo, a professora queria refrescar nossa memória e nos desafiou

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A aula de artes estava melhor do que o esperado, se tornou uma pequena baderna porque era uma aula prática já que nós estávamos voltando ao velho pontilhismo, a professora queria refrescar nossa memória e nos desafiou. Eu estava com dificuldade pra fazer, as conversas entre os alunos me desconcentrava, além do fato de Apolo não ter dado uma palavra comigo. Às vezes o pegava me encarando, sem conseguir decifrar sua expressão no rosto e eu não conseguia deixar de encara-ló de volta.

Ele estava fazendo dupla com Lucca, concentrado no seu desenho. A professora o elogiava várias vezes quando passava perto da sua cadeira.

— Tá com dificuldade, Anny? — Theo apareceu ao meu lado, tirando a minha atenção sobre Apolo. Eu apenas balancei a cabeça fazendo positivo — Não é muito difícil.

Theo pegou uma cadeira e sentou próximo a mim, começando a explicar e a me guiar diante do papel. A professora nos lançou um olhar duvidoso e tentei disfarçar fazendo os pontos sobre o desenho. Durante alguns minutos, eu comecei a desenhar melhor do que estava antes, Theo sabia explicar.

— Vai na festa da Lavínia? — Ele perguntou casualmente.

— Não e você? Ela te convidou?

— Sim, pensei que você iria, seria bom te encontrar por lá. — Uma de suas mãos estavam na mecha do meu cabelo, afastando do meu rosto.

— Seria, mas eu não tô afim de ir nessas festas.

Antes que Theo pudesse falar mais algo, uma mão se deslocou abruptamente sobre a nossa mesa causando um barulho alto. Saltei de susto e olhando incrédula pra Apolo, que estava nitidamente incomodado.

— Acho que essa caneta e esse lápis são seus, Anelise — Vi seu olhar pousar em Theo como se quisesse fuzila-lo. As coisas realmente eram minhas, mas me lembrava que havia emprestado para Lucca.

— São sim, obrigada.

— Você parece estressado, Apolo. — Theo comentou com a voz um pouco diferente.

— Deixa que eu ajudo a Anelise no desenho — Sua voz estava autoritária, falando daquele jeito me lembrava o pai dele.

— Eu já ensinei, ela não precisa mais de ajuda nenhuma — Theo se levantou, ficando frente a frente com Apolo. Eu podia sentir o clima pesar e alguns olhares dos alunos em cima da nossa mesa.

— Meninos, voltem para os seus lugares — A professora mandou sem fazer muita cerimônia e encarou os dois. No entanto, nenhum se moveu, apenas se encaravam — Agora — Ela mandou mais uma vez, com a voz mais potente.

Para o meu alívio, os dois voltaram para os seus lugares, sem mais nenhuma palavra. Quando a aula finalmente acabou, decidimos ir caminhando para casa e Lucca foi o primeiro a convidar Apolo e Arthur pra virem junto. Eles aceitaram, já que o atalho que pegávamos dava para casa deles.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora