Era mais uma manhã na escola, dessa vez era agradável, pois eu tinha aula de educação física. Depois de uma aula teórica a professora nos liberou para a prática, ela começou com um aquecimento e depois em grupo decidimos qual esporte iriamos praticar. As opiniões das meninas eram bem divergentes uma da outra e se tornou uma confusão, até porque as salas estavam misturadas pois a professora tinha faltado esses dias. Algumas meninas queriam queimado, outras queiram futebol e outras não queriam fazer nada, mas a democracia venceu no final.
Queimado.
Alguns alunos nos observavam das arquibancadas.
— Vamos dividir em dois grupos. Lavínia você é a capitã de um grupo e... — Os olhos da professora deslizaram nas meninas — Jade.
As capitãs dos times escolheram as meninas para o seu time e eu com toda certeza, fui escolhida pela Jade. Infelizmente, durante as partidas as coisas esquentaram um pouco, as bolas estavam vindo muito fortes e certeiras no rosto, algumas meninas começaram a discutir e umas quase entraram no tapa, mas a professora estava sempre lá pra acalmar e intervir.
— Meninas se vocês não querem ir pra diretoria, é melhor se comportarem. Violência aqui não. — Ela falou seriamente.
As meninas apenas se entreolharam de maneira desconfiada e entediada. O placar estava empatado e era a última partida para desempatar. A professora, no entanto, decidiu dar uma pausa para todo mundo acalmar os ânimos. Eu decidi sentar na arquibancada pra tomar um pouco de água. Quase não me dei conta quando Theo se aproximou.
— Parece que agora é decisivo.
Pude sentir o calor do seu corpo quando ele se sentou ao meu lado. Sua gravata estava um pouco mais solta de seu pescoço e seus cachos estavam presos com um elástico.
— Tu acha? — Meu tom era irônico e ele permaneceu em silêncio — Foi mal, tô um pouco irritada.
— Entendo.
Ficamos quietos mais uma vez, mas não durou muito.
— Nunca imaginaria que você gostasse disso.
— De que? De queimado?
— Futebol.
Olhei para ele por longos segundos e em seguida, havia me dado conta do que ele acabara de dizer. Tentei interpretar isso, o que se tornou um ponto inicial para o meu nervosismo ir embora.
— Por que? Porque eu sou uma garota? — Meu tom carregava um certo descontentamento.
— Não. — Ele disse com sagacidade e eu o espiei pelo o canto dos olhos — Por que você é uma leitora opaca e preguiçosa. — A sua voz soou provocativa.
Eu revirei os olhos com um sorriso aliviada. Eu já estava prestes a militar.
Theo desde do momento em que o conheci, sempre achava um motivo para começar a me provocar, mesmo que fosse uma provocação longe e quase discreta, com suas piadas e frases muito criativas, mas não era de fato maldosas.
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Querido desconhecido
RomanceAnelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a garota se vê criando um cara fake para poder causar ciúmes ao rapaz. Entretanto, não fazia ideia de...