Durante a aula, eu balançava as pernas demonstrando nervosismo. O meu status estava privado, apenas para Theo olhar, coloquei apenas um print de uma conversa fofa que tive com o Nicolas Di Angelis e quase implorei mentalmente para Theo morder a isca. Ele já tinha olhado os meus status. Acho que eu ficava a cada 5 minutos entrando e saindo do aplicativo pra ver se ele visualizou.
Ele não me parecia nada incomodado, para falar a verdade, ele estava neutro, ainda não tínhamos nos falado e o mesmo também não veio até mim. Não havia um deslize sequer, nem uma carranca, uma expressão de irritação, nada. Mas mesmo se ele estivesse incomodado, viria até mim de maneira repentina para reclamar disso?
O intervalo começou, eu decidi tomar um rumo diferente dos meus amigos, trouxe uma barra de chocolate e não desejava dividir com outras pessoas. Andei pelos corredores indo em direção ao jardim da escola, sentei-me em um banco próximo dali e abri a embalagem. Por ali passava poucos alunos, o lugar era conhecido pela maioria como um ponto de encontro para se pegarem.
— Oi Anelise — Vi Theo se sentar ao meu lado.
— Oi, quer um pedaço? — Inclinei a barra de chocolate na sua direção.
— Não, obrigado.
Se veio me beijar, eu permaneço aqui de bom grado.
— Tá tudo bem com você? — Ele questionou.
— Sim? Por que? — Eu ergui uma sobrancelha.
— Por nada.
Um silêncio logo reinou em nós, vagamente eu dei uma mordida na minha barra e observei o nada, entretanto, Theo continuava ao meu lado. Eu sei que ele queria me questionar mais de alguma coisa, não fazia sentido ele continuar ali parado como se tivéssemos mais o que conversar.
E era claro que temos, mas não seria algo de primeira.
— Ouvi dizer que você ainda está em processo de adaptação e que mal sai de casa. — Ele me olhou.
Um ar irônico saiu dos meus lábios.
— Quem te disse isso? — Indaguei indignada e ele ficou em silêncio — A minha vida está ótima, estou me acostumando com o lugar. Não saio muito de casa porque ando ocupada. — Dei uma mordida com força na barra.
— Desculpa, não queria te irritar. — Theo colocou a mão sobre a minha — Sente saudades do seu antigo lar?
— Às vezes sim. — Suspirou.
— Mas então, como era na sua casa? Tinha muito amigos? Namorados? — A última palavra havia soado baixa.
Namorados? Então é por isso que estava enrolando? Pra perguntar se eu deixei namorados no Maranhão?
Ah! se ele soubesse.
Abri a boca para responder mas minha fala foi silenciada.
— Achei você. — Lavínia apareceu com um sorriso nos lábios e falou diretamente comigo.
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Querido desconhecido
RomanceAnelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo mirabolando planos para sua conquista, a garota se vê criando um cara fake para poder causar ciúmes ao rapaz. Entretanto, não fazia ideia de...