Capítulo 49

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Para o meu pesar, eu tive que esperar do lado de fora enquanto Flora e Lucca foram ir ao bebedouro

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Para o meu pesar, eu tive que esperar do lado de fora enquanto Flora e Lucca foram ir ao bebedouro. Não queria sair antes de ver Apolo. Para minha infelicidade, o Theo foi o primeiro a sair da sala do diretor, com apenas um pano no rosto, onde mais havia sangrado. Ele me encarou e eu o encarei de volta, arqueando a sobrancelha.

— O que você fez? — Perguntei franzino o cenho.

— Eu não fiz nada, apenas revidei — Ele respondeu, ríspido.

— Filho, você está bem? — Um homem de terno de meia idade apareceu próximo de nós com a feição preocupada, colocando a mão no rosto de Theo analisando bem a face.

— Tô, pai — Ele resmungou tentando tirar o rosto da mão.

— Que merda você se meteu dessa vez em? Diretor me ligou de novo sobre suas barbaridades. Dessa vez foi o cúmulo! — O homem reclamou, mudando o tom.

— Não é um bom cenário pra dar broncas agora — Theo olhou para mim e seu pai seguiu o olhar.

Ambos não eram muito diferentes, Theo tinha os olhos esverdeados iguais aos do seu pai. Alguns detalhes viris do rosto, principalmente a mandíbula, eram idênticas.

— Essa é a Anelise — Theo apresentou, me fazendo franzi o cenho com aquelas palavras.

— Bem, é um prazer conhecê-la Anelise. Sou o Rodrigo — Ele disse estendendo a mão e eu estendi de volta com o olhar desconfiado.

— Digo mesmo — Apertei a mão, balançando.

— Você me parece com alguém familiar —  Ele disse com os olhos fixos em mim. Arqueei as sobrancelhas um pouco curiosa.

— Ela veio do Maranhão, pai. Para de achar tudo familiar. — Theo reclamou.

— Você é o Theo? — Uma mulher apareceu do nada, vestida com roupas brancas.

— Sim.

— Me acompanhe até a enfermaria — Ela disse caminhando na frente e Theo felizmente seguiu atrás.

Eu encarei o senhor ao meu lado com a sobrancelha arqueada.

— Olá, senhor. O diretor pediu para esperar um pouco aqui, ele já está terminando de falar com o Di Angelis — A coordenadora falou. — Enquanto isso, aceita um café?

— Aceito.

Eu revirei os olhos com tanta formalidade. Era notório que na escola alguns tinham seus privilégios e tratamentos melhores, no entanto, eu não conseguia disfarçar a minha cara de insatisfação. Eu dei graças à Deus por Apolo ter saído alguns minutos depois, o silêncio que nos inundou era constrangedor na sala de espera. Ele ainda estava sangrando.

— Apolo — Eu me aproximei dele e o mesmo me encarou surpreso — Tem que ir na enfermaria.

— É melhor ir mesmo, lá vai se recuperar melhor, senhor Di Angelis. Se puder, acompanhe ele, senhorita — O diretor falou — Agora nós podemos conversar, senhor Roccato — Disse diretamente para o Rodrigo.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora