Capítulo 36

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Sábado estava mais próximo e eu me sentia cada vez ansiosa pelo o encontro, martelando a minha mente com pensamentos idiotas de como seria minha saída com Theo. Se ele realmente tentasse me beija como Lucca disse, eu estaria despreparada e provavelmente travaria, eu nunca tinha tido um encontro de verdade antes, nem ao menos sabia como me comportar.

"Mas como você vai fazer quando Theo tentar beijar você?"

Aquelas palavras se repetiam na minha cabeça como um disco ralado.

— Anny? Tá tudo bem com você? — Flora questionou enquanto me encarava com curiosidade, me tirando do transe que eu tava e lembrando que eu estava no refeitório da escola — Você mal tocou na comida.

— Sim, eu só fiquei um pouco distraída — peguei o copo de suco e tomei um gole.

— Ela anda bem distraída ultimamente — Lucca comentou com um sorriso perverso.

— Deve ter pegado isso de você — comentou Flora comendo o morango e suspirando com o sabor.

— Vem cá, me diz por que você não tá importunando seu namoradinho? — o moreno perguntou de maneira irônica.

— Talvez porque eu fico onde eu quiser — ela respondeu com um sorriso nos lábios.

— Gente, como foram o primeiro beijo de vocês? — perguntei tentando aliviar o clima.

— Bom, o meu foi horrível. — Flora disse dando de ombros.

— O meu também — Lucca comentou logo depois.

— Eu bati dente com dente e sai toda babada — Flora parecia estar odiando essa lembrança — Acho que ele queria me engolir ao invés de me beijar.

A risada de Lucca foi logo ouvida e eu acompanhei.

— O meu não foi muito diferente, mas a garota era gentil só que era muito lenta — meu amigo ao lado respirou fundo.

— Com quantos anos foi isso?

— 12 anos — Lucca falou baixo.

— 12? Você é precoce em — minha prima franziu o cenho.

— Vai me criticar por ter beijado cedo também?

E lá vamos nós de novo.

Meus olhos vagaram para o refeitório e lá estava Apolo, rodeado de algumas garotas que puxavam assunto sobre algo com ele. As garotas riam de alguma coisa que o loiro havia falado, entretanto, o mesmo parecia entediado e querendo terminar de comer. Eu estava apenas estranhando o fato dele nem ter olhado na minha cara, não acreditava que ele estava chateado apenas pela nossa conversa no celular.

Por que ele ficaria chateado? Eu estava fazendo tudo de acordo que ele queria.

E por que eu me importaria com isso?

Afastei meus pensamentos para longe, embora eu estivesse um pouco incomodada com o fato dele estar me ignorando.

Na sala não foi diferente, ele falou com Lucca e até mesmo com Jade, mas ignorou qualquer comentário meu. Meus pensamentos estavam divididos entre o encontro com Theo e o comportamento de Apolo.

"Peça a ele para te ensinar — aquela fala de Jade veio como um vislumbre de memória recente na minha mente."

"Eu não. É vergonhoso"

Era uma idéia esquisita e vergonhosa de se pensar ou propor, principalmente para uma pessoa como eu. Entretanto, eu me sentia desesperada e se eu tivesse alguém com experiência para me ajudar a me destravar em casos assim, talvez o meu encontro com Theo não seria um desastre, principalmente na parte do beijo.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora