Capítulo 26

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Liana

Vendo os amigos dele, percebo que o Matheus é o mais centrado. Não sei explicar ele tem uma energia diferente, e o Tom também. O JB (João Bosco, isso mesmo) ele dá medo, o cara tem uma cara seria e imponente, mas ele também é o mais velho, o André é o que tá saindo com a Ana, ele não me é estranho.

- Eu quero é truco- O Tom pediu.

- Eu quero é 6- eu digo de volta. Nos fizemos a primeira mão, ele joga um sete de copas

- Joga a sua ai- ele dá um sorriso enorme.

- Então toma então- eu joguei um zap.

- Volta ai- ele diz e eu volto um espadilha. Ele fica com uma cara de tacho, nós ganhamos a queda, já passa das 2h da manhã e eu tenho que ir pra casa. A menina que estava com o Tom já foi embora  a muito tempo, ela não deu muita ideia pra mim, os outros meninos já tinham ido embora e só ficou o Tom e o JB.

- Eu vou pra casa- eu digo pro Matheus.

- Tá bom. Eu te levo.

- Não precisa é aqui do lado.

- Vamos- ele diz levantando.

Ele me deixa quase dentro da minha casa, ele melhorou uns 70%, apesar que durante os jogos ele saiu algumas vezes, deve ser pra aliviar o estomago.

- Tchau. Durma bem- ele diz me abraçando.

- Tchau- eu retribuo o abraço. Ele vai embora e eu entro, poucos minutos vejo a luz azul do quarto dele acessa.

Matheus

Eu tô com uma dor de cabeça insuportável, minha mão parece que tem vida própria do tanto que dói. Ontem eu bebi mais que o normal, pra ajudar a passar a dor que eu sentia na minha mão, por culpa de ter deixado a Liana passar por aquilo, por ter perdido o controle.

Eu tenho um auto controle excelente, o pai da minha mãe me ensinou isso quando a gente era criança, uma vez eu briguei feio com um menino e nesse mesmo dia o Tom quase foi parar na antiga  FEBEM. O cara tava tirando sarro de um menino sem motivo e eu fiquei num ódio e bati nele, não foi tanto, mas o Tom amarrou o cara e fez ele beber meio litro de gasolina e ameaçou acender um isqueiro na boca dele se ele não pedisse desculpa.

Foi ai que nós dois tivemos que ir no psicólogo e fazer terapia, pra mim adiantou, mas para o Tom não adiantou, ele é uma ótima pessoa, mas a mente dele é perversa e cruel. Se ele tivesse torturado o Caio, ele nem estava ai mais pra contar história.

Essa luz me acalma um tanto, bem dizem que azul transmite paz, as coisas mais simples me deixam mais feliz como sair com amigos, cuidar da horta, fazer barulho, dirigir e nesses últimos tempos ficar perto da Liana, tá parecendo até um vicio. Passam algum tempo e eu apago e só acordo com o interfone tocando.

Meu vizinho Barulhento (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora