Tom
- Tom, olha pra mim- a Catarina está na minha frente- Eu cuido dele. Vai buscar a Liana, se eu for lá vou ter que prendê-lo e nós sabemos que ele merece mais coisas.
- Não vou deixar ele aqui- eu não quero deixar o Matheus sozinho, eu confio nela, mas ele é meu amigo.
- Tomas, vai! Eu já liguei pra emergência- ela fica do meu lado e coloca a mão em cima da minha- Faça isso por ele- eu tiro minha mão da ferida e a Catarina continua apertando.
A porta de onde saiu o tiro estava camuflada por uma parede fina madeira, eu estou com tanta raiva que num chute eu derrubei metade da parede. Depois da parede tinha uma escada de quatro degraus e no fim dela tinha uma porta e um cara gemendo no chão com marcas de tiro.
- Te amo Catarina- eu aperto a ferida dele com o pé- Não reze pela sua vida, reze pela do meu amigo, porque a sua já tá condenada de qualquer forma.
Eu sou um pouco sangue frio, aprendi com meu pai. Ele sempre falou que tanto eu quanto a Taiana deveríamos ter cautela e sangue frio, porque qualquer dia os traficantes podiam pegar a gente e foi isso que eu aprendi.
Eu cheguei como quem não queria nada e batia na porta, estava um silencio que dava pra ouvir os grilos, até que alguém fala alguma coisa que sai abafada. Eu bato mais uma vez e nada, é incrível como a adrenalina faz a gente fazer coisas impensáveis, como um chute a porta abriu e eu vi a cena mais prazerosa: o André lutando pra estancar o sangue que saia do pescoço dele.
- Quanto tempo meu caro!- eu digo e ele me olha incrédulo. Eu dou um soco bem no nariz e ele da alguns passos para trás.
- É muito fácil bater num cara machucado- eu odeio a presunção dele- Um covarde.
- Eu? você fez tudo de errado na sua vida e ainda descontou numa inocente- eu dou um chute no joelho e ele cai- Foda-se se você vai morrer.
- Pau mandado. Seu amigo é tão bom que nem pra vir atrás da mulher que ele queria ele prestou.
- André, você ama tanto o Matheus que até suas ultimas palavras foram sobre ele- eu dou um chute na cara dele ele cai apagado agora tem muito mais sangue que antes. Ele vai lembra do meu sorriso genuíno quando acordar, eu vejo a Liana no chão e tiro ela desse lugar o mais rápido que eu posso e espero também que o Matheus tenha sido socorrido e que ela não veja ele.
Liana
- Liana?- eu abro o olho aos pouco e tem alguém batendo no meu rosto- Agora acabou, vou te levar pra sua família- era a voz do Tom, nunca fiquei tão feliz em ouvir a voz dele.
- Cadê o Matheus?- eu me acordo totalmente.
- Ele teve um problema.
- Me coloca no chão- eu peço. Estou chateada por um monte de coisas e uma delas é com ele.
- Ou, ou. Por favor não chora, ele...- o Tom se atrapalha- Liana, eu não sei nem como falar isso de uma forma simples e menos dolorosa, mas... ele estava aqui- o Tom começa a chorar Meu amigo Liana, ele tá correndo risco de vida por minha causa- nunca imaginei ver o Tom chorando desse jeito- Ele entrou na frente de uma bala por mim Liana.
Eu e o Tom viramos um emaranhado de abraço e lagrimas. E por alguns minutos eu deixei de ser forte e deixei sair tudo que estava entalado desde de o dia que vim parar aqui.
- Desculpe atrapalhar, mas eu preciso que você venha comigo- uma moça vem até mim- Ah, o Matheus estabilizou e tá indo para o Hospital Felício Rocho, ele tem que fazer uma cirurgia de emergência. Liana, eu sou Catarina e sou investigadora da Policia Civil, eu vou te acompanhar até o IML, tá? Sua mãe também vai.
- Eu não quero ir- eu não quero lembrar disso.
- Liana, você tem que tomar coquetel para possíveis IST's e o André tem outros crimes nas costas, mas não tem provas concretas é nossa chance de prender ele- no fundo eu não quero fazer o exame, porque é a prova de concreta do abuso.
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Meu vizinho Barulhento (CONCLUÍDA)
FanfictionO amor e ódio andam lado a lado e esse ódio aumenta quando você não consegue fazer sua irmã dormir por causa do barulho excessivo do seu vizinho.