Matheus
- Tá cego porra?- o cara berra.
- Porque você tá gritando? Não sou surdo.
- Você deve tá afim de apanhar né? Você derruba minha bebida e ainda quer ser o certo?
- Tá estressado a toa, a roupa é só lavar e eu pagou outra- eu olho pro copo dele- seja lá o que for isso pra você.
- Tá tirando uma com minha cara seu arrombado? eu quebro essa carinha aí em dois tempos.
- Então cai pra dentro- o cara me dá um soco bem na cara e cambaleio pra trás, eu dou outro e acerta o nariz dele.
- Seu filho da puta- ele vem pra cima e nós caímos no chão, eu dou umas porradas nele e ele me dá algumas.
A coisa fica feia quando um outro cara me chuta bem na costela, o Tom pega ele por trás e joga ele com a cara no balcão. O chute do cara foi bem dado, eu já tava fraco porque não como a dias e ainda tô bêbado, o outro cara continua me batendo e eu deixo rolar, alguns minutos depois alguém tira ele de cima de mim e eu levanto.
- Bateu pouco, ainda tô vivo- eu digo e o Tom me arrasta pra fora e me leva para o hospital.
- Cara, você tá acabando.
- Eu sei- a dor física tava me mantando, mas a emocional tava pior, no fundo eu sabia que ela não ia esperar. A Liana é nova, bonita, inteligente e gente boa pra lá- Eu sou um bosta mermão, um bosta.
- Você falou com ela?- eu faço que não com a cabeça. Eu tô sentado numa cadeira, minha blusa tá cheia de sangue e a dor tá insuportável. Meu autocontrole desapareceu desde o dia daquela merda, nunca mais eu faço uma missão dessas, não que eu tenha que usar droga.
- Tom, você lembra do Marcelo? Ele era tão feliz né?- Marcelo era meu irmão mais velho, ele morreu há 5 anos.
Foi um dia depois do meu aniversário de 18 anos, ele tava usando droga e morreu de overdose, meus pais sabiam e até chegaram a interna- ló, mas não deu certo. No dia que ele saiu ele usou todas as drogas possíveis, eu achei ele caído no banheiro com uma seringa no braço e tinha uma carreira de cocaína pronta na pia, minha mãe viveu no automático por uns 6 meses, meu pai nem conseguia entrar no quarto, por isso eu odeio essa merda.
- Cara eu vou desmaiar- eu digo. E sinto minhas forças saindo do meu corpo, as últimas coisas que eu lembro é meu corpo caindo e um par de All Star branco correndo até mim.
- Matheus?- a voz era dela. A voz da Liana.
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Meu vizinho Barulhento (CONCLUÍDA)
FanfictionO amor e ódio andam lado a lado e esse ódio aumenta quando você não consegue fazer sua irmã dormir por causa do barulho excessivo do seu vizinho.