Mew chegou em seu apartamento ofegante, os olhos ainda brilhando de possessividade. Queria continuar sentindo aquele aroma, o vazio em seus braços se acentua mais do que nunca. Seu alfa estava totalmente inquieto, coçando o peito exigindo que ele saísse novamente para as ruas em busca daquele aroma inebriante.
Suas narinas captaram um perfume suave, ligeiramente doce e, na verdade, muito atraente.
E a única coisa que seu Alfa repetia continuamente era; "Meu, meu ômega" e exigiu que seu lado humano o procurasse até encontrá-lo, mas Mew sentiu isso apenas por um segundo.
Ele tinha certeza de que era seu Ômega e sentiu um desespero insuportável por não encontrá-lo.
Mas bastou um segundo para que seus pés saírem do chão e vislumbra um novo mundo, para que seu corpo adentrar um agradável campo de tulipas, ele se sentiu transportado para um riacho cristalino cercado pela natureza onde até podia perceber magia nelas, podia sinta a umidade do prado verde e orvalho da manhã.
Ele só sentiu aquele aroma precioso por um segundo, um aroma que não tinha definição ou identidade, mas que a palavra requintado era pobre em sua definição.
Mas foi o suficiente para deixá-lo louco por continuar a inalá-lo, naquele segundo, todo o seu ser sentiu uma paz absoluta, uma felicidade imensa e até seu coração emitia uma aura de amor puro e verdadeiro, sua vida fria e abnegada foram esmagadas e jogadas em o vazio naquele momento, pequeno segundo.
Ele havia testemunhado o milagre de descobrir o destino e queria chorar que não estava completo.
Mas todo aquele sentimento maravilhoso desapareceu quando ele encontrou seu pai alfa sentado em sua sala de estar com um charuto entre os lábios, deixando todo o lugar malcheiroso.
"Como você entrou?" Mew perguntou, pulando a parte em que eles se cumprimentam com uma falsa relação paternal, odiando que ele encha sua casa com aquele cheiro nojento.
"Você deu a cópia da sua chave para sua mãe, não para mim", ele riu sem graça, exalando toda a fumaça que seus pulmões inalaram.
Muito chateado e antes que seu pai reagisse, ele agarrou seu charuto e jogou pela janela, deixando-o aberto para respirar.
"Eu te proíbo de entrar no meu apartamento sem o meu consentimento" o menor alfa afirmou com firmeza.
- Estou aqui porque você não se atreve a voltar para sua casa e decide morar em um apartamento de quarta classe, já que pode voltar para a mansão e para o lugar a que pertence.
-A troco de que? Ele respondeu, ainda sem esquecer a discussão que tiveram meses antes, quando o homem quis obrigá-lo a cumprir seus desejos, como se fosse um vil fantoche -ah? administrando minha vida como quiser!? não, obrigada - ele murmurou baixinho, não preciso de nada de você.
"Entendo", respondeu ele, sabendo que sente uma pontada de culpa, mas a ignora, "quando você saiu de casa pensei que voltaria derrotado, mas descobri que essa sua empresa ridícula está resultado melhor do pensei." Estou muito surpreso, não nego.
Mew suspirou esfregando o rosto com as mãos- Pai, não tenho nada contra você, mas odeio que finja que pode controlar minha vida. - Por favor-... podemos?.. seguirmos em paz... pelo bem da mãe.
-Olha o Mew! Você já é um alfa adulto. Aos 27 você deve ter cachorrinhos correndo por toda parte. Livre-se dessa ideia boba de encontrar seu destino! Caramba isso não existe. seu melhor partido sempre foi Arte.
O Alfa de mew rosnou. Mais do que nunca defendeu a existência de seu destino, mais do que nunca estava determinado a esperá-lo.
-E em que você se baseia para pensar que é o meu melhor par? Qual é a única condição para que seu pai possa investir em sua empresa? -O Alfa mais velho olhou para baixo, embora machucasse aquelas palavras eram verdadeiras, mas seus motivos de acordo com seu Alfa eram mais poderosos-Aqui o único benfeitor dessa relação é você. Porque não me sinto atraído por Art, meu lobo está enojado com isso, aquele garoto está infestado de maldade até o âmago. Com um ômega desses, prefiro nunca ter filhos.
Essas coisas são absolutamente irrelevantes! você é Alfa caramba! seu ômega deve simplesmente fazer o que você manda.
Ouvir isso fazia ele se sentir mais decepcionado com o pai. Porque ele nunca usaria seu poder de alfa contra ninguém, muito menos contra um ômega, porque o ômega que ele escolhe como parceiro de vida nunca seria menos, ele o colocaria ao seu lado e eles seriam iguais, porque não havia raça, não um é menos ou mais.
-Quer saber pai... saia daqui. Não quero mais ouvir tanta ignorância saindo da boca do homem que um dia, era minha maior admiração.
-Meu erro foi deixar sua mãe lhe dar idéias sobre os malditos predestinados enquanto você crescia.
Você não pode reconsiderar com o alfa poderoso que você é? você submeteria qualquer um com um rugido. Mesmo para um alfa de linhagem menor, eu sei! mas você não tira proveito disso.
Mew rosnou profundamente, em sua adolescência ele havia subjugado completamente um alfa adulto que havia desrespeitado sua mãe durante a ausência de seu pai, mas ele sabe que desta vez ele havia perdido todo o controle, ele estava com medo de si mesmo, ele havia esquecido o rosto de sua mãe e tem medo de voltar a isso.
- Sai pai! Os poucos momentos que mamãe dedicou a mim eu agradeço do fundo do meu coração, agradeço a Deusa por não ser igual a você.
O pai suspirou mais uma vez, essas palavras machucaram, mas ele jamais admitiria isso. Ele teve que convencer seu filho a se casar com Art, era a única maneira de salvar sua empresa e sua esposa.
No momento ele se retirou, mas não desistiria dele.
Mew caiu no sofá, torceu o nariz, toda a sala cheirava a tabaco. Levantou-se cansado, tomou banho, bebeu um copo de leite e foi dormir.
Teria três dias de folga antes de começar a dirigir os projetos com os quais se comprometeu.E a primeira coisa que ele faria era procurar um chaveiro para trocar as fechaduras para ele.
Mas apesar daquela visita desagradável, encontrando-se em sua cama, a esperança de logo encontrar seu Ômega destinado voltou à sua mente, seu coração vibrou de felicidade...
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Valente
FanfictionGulf é um ômega incomum. Seu avô se encarregou de treiná-lo para saber se defender e não ser o típico ômega submisso, ao moldar seu ômega para ser forte e independente seu lobo foi adquirindo características que haviam se perdido com o tempo, descob...