Era manhã. Ali no quarto de Han, Minho acordava primeiro desta vez, sorrindo ladino com a cara amassada, ao perceber que a sua conchinha menor, ainda ressonava serenamente. O cabelo cheiroso exalava um perfume de lavanda em suas narinas. Afagou com seu próprio nariz as madeixas e com os olhos fechados, respirou fundo. Minho amava cheiro lavanda.
Sua mão envolvia a cintura de Jisung em um aperto confortável e quentinho. Sorriu mais uma vez ao perceber que o menor havia entrelaçado os dedos aos seus. Talvez por medo que ele acabasse escapando no meio da noite.
Minho dormira tão bem esta noite como nunca antes em toda a sua vida. O calor do corpo de Han, o seu cheiro, a sua presença, era inebriantemente confortável para si. Não queria soltá-lo nunca mais, viveria bem se pudesse ficar agarrado ao menor para sempre, mas, sentia sua bexiga pedindo desesperadamente por alívio. "Malditas necessidades biológicas..."
Desentrelaçou seus dedos um a um, enquanto mantinha o pescoço ereto para fitar o rosto de Jisung, na intenção de ver se ele acordaria com seus movimentos, mas Han dormia feito um anjo. Se afastou vagarosamente e caminhou na pontinha dos pés até o banheiro. "Ah, o banheiro..."
A primeira coisa que chamou sua atenção quando adentrou ali, foi o box. Aquela havia sido a primeira vez em que Minho sentiu prazer de verdade com alguém que não fosse ele mesmo. Enquanto se aliviava, de pé, na frente do sanitário, soltando um gemido mudo quando matou o que estava lhe matando, com os olhos fechados e as ideias embaralhadas na mente.
"Talvez eu seja mesmo..." Sacudiu a cabeça, quando seus pensamentos lhe pareceram assustadores demais para si.
Fechou a tampa do vaso, apertou a descarga e lavou as mãos. Abriu todas as gavetas do móvel da pia, em busca de uma escova de dentes novas até encontrar. Escovou os dentes, lavou o rosto e retornou ao quarto, vendo que Jisung estava intocável, exatamente do mesmo jeito que ele o havia deixado.
Olhou em seu relógio de pulso e viu que ainda estava bem cedo e que se não fosse pelo alto barulho que seu estômago vazio fez, talvez até resolvesse dormir mais um pouquinho.
Desceu as escadas ouvindo alguns barulhos culinários vindo da cozinha. Esperava que fosse a diretora Joohyun fazendo mais algumas de suas deliciosas panquecas, mas murchou quando ao chegar no cômodo, estava ali, fazendo café, a última pessoa desejava ver naquela manhã.
— Parece que gosta mesmo dela, afinal. — Murmurou enquanto abria a geladeira e corria com os olhos pela mesma, procurando algo que pudesse matar o que estava lhe matando.
— Hm?
— É, ué. — Deu de ombros. — Você ainda está aqui, ainda não sumiu. Só pode estar completamente louco de amor. — Disse fechando a geladeira com o pé e bebendo um pouco de leite direto da caixinha, sem deixar encostar os lábios.
Dongwook suspirou pesadamente, apoiando as mãos no balcão, com a cabeça baixa.
— Minho, não é só pela Joohyun que eu estou aqui, sabia? — Disse e Minho sorriu em escárnio, se sentando na mesa de refeições com uma caixa de cereais, uma tigela e a caixa de leite.
— Não acha que está muito cedo para piadas?
— Filho, me desculpe por ontem. Eu fiquei irado pensando no quanto você pode ser inconsequente e irresponsável quando quer me irritar. Eu não quis fazer aquilo, e-eu...
— Não importa. Já foi. Esquece. — Deu de ombros, comendo seu cereal. — Sabe, é até bom que finalmente tenha conseguido seguir em frente depois da megera da minha mãe. Eu sei que ela partiu seu coração. — Disse simplista.
Dongwook o olhou imediatamente, atônito. Nunca imaginou que seu filho compreendesse os seus sentimentos ou se quer, que falaria sobre isso sem zombaria.
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Pra você guardei o amor | Minsung
Teen FictionO Internato Stay Valley Academy era considerado por muitos pais, geralmente da classe mais alta da elite sul-coreana, como uma salvação. Para si mesmos e principalmente para seus filhos. Após ser mandado, contra a sua vontade, para o colégio inter...