🩵 42 || Amor Fraterno

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⚠️ Este capítulo contém cenas de violência, portanto, se é sensível a este assunto, sugiro a NÃO LEITURA deste. ⚠️

— Corre! — Yeosang gritava. — Mata ele logo, cara! Mata!

Yeosang estalou a língua no céu da boca, jogando o peso de seu corpo todo para trás, fazendo sua cadeira gamer ceder quase que completamente, enquanto via a tela de seu computador cinza, o que indicava que o mesmo estava fora do jogo.

— Eu não consegui finalizar ele, Yeo, foi mal, mas eu te disse que era ruim nesse jogo. Por que a gente não volta a jogar o outro? — A voz de Jongho ecoava pelo enorme headset gamer que cobria as orelhas de Yeosang.

— Você é ruim no outro também, Jong. — Jogou a cabeça para trás, fitando o teto de seu quarto. — Cansei de jogar por hoje. Vou caçar algo para comer e quando eu voltar, nós podemos começar a assistir aquele anime gay que você queria ver.

— YURI ON ICE? — Perguntou eufórico, sua voz estridente e alta estourando nos fones de Yeosang, que fechou os olhos brevemente em uma careta, incomodado. — Meu Deus, Yeo, eu te amo! Você é o melhor amigo do mundo!

— Para de gritar, cara! Já volto. — Disse já retirando os fones, enquanto dispensava continuar ouvindo os surtos do melhor amigo, que ainda eram possíveis de se ouvir mesmo com os fones já no suporte.

Sorriu, balançando a cabeça em negativa enquanto deixava o próprio quarto, rumando pelos corredores da mansão, descendo pela enorme escadaria de mármore e indo até a gigantesca cozinha.

Ao passar pela porta que dava para o porão, ficou pensativo, curioso sobre como estaria sendo a conversa de seu meio irmão recém-encontrado com seus pais.

Ainda não sabia dizer se estava feliz por finalmente ter encontrado Jisung. Também não sabia se estava pronto para perdoá-lo por ter decidido abandonar a própria família. Toda via, esperava que a situação pudesse finalmente se estabilizar e quem sabe até, pudessem se tornar próximos, afinal de contas, Yeosang nunca teve muitos amigos, além de Jongho. Um irmão de idade próxima a sua, lhe parecia muito empolgante. Talvez até deixasse que Jisung fizesse parte da sua equipe de jogos online.

Yeosang sorriu com os próprios pensamentos, enquanto colocava alguns cookies em uma vasilha de porcelana fina. De fato, não podia negar que acabou criando muitas expectativas com a chegada de Jisung.

Serviu-se também de um pouco de suco de laranja antes de deixar a cozinha, para voltar aos seus aposentos onde seu melhor amigo o esperava ansiosamente. Porém, um estrondo muito alto seguido de um grito abafado ecoou do corredor onde ficava o escritório de seu pai e a biblioteca.

— Que diabos foi isso? — Murmurou para si mesmo com o cenho franzido.

Caminhou na ponta dos pés até a porta do escritório de seu pai, deitando a cabeça contra a porta dupla de madeira, imprensando a orelha ali, na intenção de conseguir ouvir mais alguma coisa.

— Você devia ter ficado quietinho naquele colégio que eu te joguei, mas não, você tinha que estragar tudo, né? — Identificou a voz de sua mãe, Taeyeon. — Certamente, estava a fim de nos prejudicar com aquela nojeira de vídeo. — Um estalo alto foi ouvido, assustando Yeosang, que se afastou minimamente da porta em reflexo.

— Será que você tem noção da dor de cabeça que está me dando, moleque? — Dessa vez, era a voz de seu pai, Seungheon. — Sabe para quantas pessoas eu tive que implorar ajuda por sua causa? — O homem bradou em alto e bom tom. — Eu nem me lembrava da sua cara e agora sou obrigado a vê-la em todos os lugares. Você me dá nojo, garoto. Você nem devia ter nascido. O seu nascimento foi a maior desgraça da minha vida. — Yeosang não podia ver, mas ainda assim, estava horrorizado com as palavras de seus pais. — E vê se para de ficar fazendo essa cara de coitado, que só me dá mais vontade de te arrebentar! — Gritou, e logo após, outro estalo foi ouvido, desta vez, ainda mais alto que o anterior.

Pra você guardei o amor | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora