🩵 36 || Agora eu vejo você

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Um grande vazio escuro.

Vozes ecoavam de perto, mas pareciam tão distantes. A boca seca, a garganta também. Os olhos fechados, imploravam por luz. Suas pupilas ansiavam por dilatação. Algo lhe incomodou em seu braço esquerdo, quando tentou mexê-lo.

Após sua movimentação as vozes tornaram-se mais altas e incômodas. Tentou abrir os olhos, mas a luz tão forte e clara do local lhe fez desistir momentaneamente.

— Hyunjin? — Uma voz familiar lhe chamou. — Pode me ouvir? — Um toque quente em sua mão gélida foi sentido, causando-lhe um sutil choque térmico. — Tudo bem. Não precisa ter medo de abrir os olhos. Eu estou aqui com você. — A mesma mão quente entrelaçou na sua, logo em seguida, recebendo um selar no dorso da destra.

E então sua ficha caiu.

Lembrou-se de seu último feito antes de cair no abismo escuro de um sono que desejava ser o eterno.

Engoliu a seco com a pouca saliva que tinha em sua boca.

Sede. Sentia muita sede.

Então, lentamente, abriu os olhos, sentindo o incômodo que a luz lhe causava às suas retinas tão sensíveis. A primeira imagem que viu, foi o rosto familiar da mulher que lhe acolheu. Lágrimas solitárias deslizavam por suas bochechas, mas um sorriso também se fazia presente ali.

Por que ela sorria?

— Á-água. — Sussurrou rouco, inaudível.

A mulher então aproximou o ouvido de sua boca, na intenção de conseguir entender o que dizia.

— Repita, por favor, meu amor.

Hyunjin engoliu a seco mais uma vez, extremamente incomodado com aquela sensação de seca na boca.

— Água. — Repetiu, desta vez um pouco mais alto e claro.

— Ah, claro. Água. — A mulher virou o rosto para trás, permitindo que Hyunjin pudesse visualizar as outras duas pessoas atrás dela. — Ele está pedindo por água.

— Vou pedir à uma enfermeira. — A mulher, até então desconhecida pelo Hwang, disse, saindo logo em seguida.

— Está tudo bem, querido. Você está seguro agora. Está no hospital. — Joohyun disse, acariciando seu cabelo carinhosamente, voltando a olhar para o mais novo que passeava por todo o cômodo com olhos confusos.

O menino ergue novamente o braço esquerdo, curioso para saber o que tanto lhe incomodava, vendo que se tratava apenas do acesso intravenoso.

— Eu... — Tentou sentar-se na cama hospitalar, mas quando não conseguiu, devido a inclinação da mesma estar configurada para estar reta, apenas desistiu, deitando-se novamente.

— Você quer se sentar? — Perguntou, vendo o menino assentir. — Eu vou ajustar para você. — Mexeu nos botões embutidos na cama, ajustando-a para que Hyunjin pudesse ficar sentado, com as costas apoiadas. — Pronto. — Disse ao que a cama terminou a elevação programada. — Sente-se confortável agora?

— Por que eu estou aqui? — Perguntou, com os olhos opacos e perdidos, ignorando a pergunta que lhe foi feita. — Por que eu estou acordado mais uma vez? — Desviou o olhar para suas mãos pálidas. — Eu não queria isso.

Joohyun respirou fundo, olhando em seguida para o psicólogo e a psiquiatra, esta que já havia voltado, atrás de si, como se pedisse por ajuda.

— Olá, Hyunjin. Eu me chamo Lee Taemin e sou o psicólogo que lhe acompanhará a partir de hoje. — Sorriu simpático o moreno.

Pra você guardei o amor | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora