🩵 17 || Pupila

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Assim que Han deixou a sala de sua mãe, planejava tudo que precisava fazer mentalmente enquanto caminhava pelos corredores de Stay Valley.

Sua primeira aula só aconteceria no segundo horário, portanto, decidiu que das três coisas que precisava fazer, a primeira seria conversar com Jeongin, depois seria a vez de Hyunjin e por fim, ajudaria Minho a fazer seu remanejamento.

Arfou, batendo levemente a mão na testa e fechando os olhos, quando se lembrou de sua última "tarefa". Definitivamente não daria nada certo ambos dividindo o mesmo dormitório. Se sua mãe ao menos soubesse que Lee Minho era o garoto que tanto tinha curiosidade em saber a identidade, jamais teria lhe pedido algo do tipo.

Os pensamentos de Han foram interrompidos em abrupto quando seu corpo se chocou com outro.

— Jeongin? — Han sorriu sincero. — Oh, que coincidência! Estava indo até você agora mesmo. — Jisung disse enquanto ajudava o menor de bochechas ruborizadas a pegar seus livros que caíram com a trombada que deram.

Jeongin se reverenciou, abraçando seus livros ao peito com toda a sua força.

— Hannie Hyung, m-me desculpe... E-eu não te vi. — Balbuciava em nervosismo.

Han franziu o cenho. Nunca soube ao certo porque o mais novo sempre se acuava perto de si.

— Está tudo bem, eu também estava distraído. Escuta, precisamos conversar. Você sabe, certo?

Jeongin assentiu, com o olhar baixo. Se quer tinha coragem de encarar o mais velho nos olhos. A vergonha e o... medo, lhe impediam.

— Vamos até o terraço, hm? — Han perguntou e mais uma vez, Jeongin apenas assentiu em resposta.

Subiram as escadas até o térreo de Stay Valley, o mesmo local no qual, Jisung e Minho haviam sido trancados da última vez. Porém, desta vez, Jisung se assegurou de deixar a porta corta fogo escancarada e com uma pedra enorme impedindo-a de fechar. Não queria ficar preso ali novamente.

Ambos se sentaram, Jeongin ainda apertava seus livros, com uma gota de suor que descia lentamente de sua testa e com os dentes apertando seus lábios inferiores.

— Innie, por que você está nervoso? Sou só eu, seu amigo, lembra? Eu não vou brigar com você. Estamos aqui só para conversar. — Jisung disse tocando o ombro do menino em estado de nervos, que saltitou sutilmente assustando-se com aquele toque repentino. Jisung impulsivamente retirou sua mão e se afastou um pouco no banco, surpreso. — Innie... O que está acontecendo com você?

Jeongin meneou o rosto minimamente apenas para fitar Jisung, engolindo a seco e com os olhos marejados.

— E-ele me disse que eu e você não poderíamos mais sermos amigos, p-porque eu sou o amante e você o amor... — Deixou que as lágrimas finalmente caíssem de seus olhinhos de raposa. — ... E q-que e-eu não poderia ousar sujar o menino puro dele com a minha promiscuidade. — Soluçava.

Jisung estava perplexo, completamente inerte naquela confissão assustadora. Se aproximou novamente do mais novo e passou seus polegares em suas bochechinhas avermelhadas, limpando algumas lágrimas e o puxando para um abraço em seguida, apoiando a cabeça do menino raposa em seu peito e afagando seus cabelos.

— Innie, você não é sujo e muito menos promiscuo. Você foi usado através do seu sentimento e você não tem culpa alguma nisso. — Jisung murmurava e Jeongin chorava cada vez mais. — Eu sei que você sempre gostou dele da forma mais pura e linda que um sentimento pode ser, mas entenda, você é precioso demais para alguém como o Hyunjin. Ele é o sujo!

Jeongin se afastou, interrompendo o abraço, para olhar Jisung nos olhos.

— E-ele m-me disse q-que vo-você também gostava dele e q-que quando finalmente cedesse, eu d-deveria me afastar. — Fungou, sentindo um peso gigantesco sair de seu coração, ao poder finalmente desabafar com seu amigo. — Eu não sei como meu coração pôde escolher alguém tão... tão asqueroso como ele, quando me dei conta, eu já nem era mais virgem e eu queria que tivesse sido com ele, como foi, mas queria que tivesse sido especial... E não foi. Ele me trata como se eu fosse apenas seu brinquedo sexual para quando ele estiver excitado. — Seu choro já havia cessado, mas seus olhinhos ainda estavam molhados, abaixou a cabeça, fitando seus dedinhos nervosos que arranhavam os dedos de sua outra mão. — Ele chamava por você todas às vezes, enquanto era eu ali. — Murmurou, sentindo um nó se formar em sua garganta mais uma vez e as lágrimas o tomarem novamente.

Pra você guardei o amor | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora