No quarto de visitas, Han caminhava de um lado para o outro, roendo o que um dia chamou de unhas, enquanto sua mãe trabalhava, aparentemente tranquilamente, com seu notebook sobre a escrivaninha.
— Hannie, meu filho, você vai fazer um buraco no chão e vazar lá embaixo. Sossega! — Disse fitando o filho por cima da tela, que parou para lhe ouvir.
— Está muito silencioso. — Han estava aflito.
— E você queria gritos? — Abaixou a tela do notebook, minimamente apenas para que pudesse encarar o mais novo, arqueando uma sobrancelha. — Eles devem estar tendo uma conversa civilizada e madura. Certamente a moça tem muito a dizer.
Han assentiu, sentando-se na beirada da confortável cama queen size, quando dois toques soaram na porta.
— Pode entrar! — Joohyun disse elevando um pouco o tom de voz.
A porta rapidamente se abriu e Dongwook adentrou no quarto, olhando para Han de forma culposa e hesitante.
— Jisung, será que você poderia ir conversar com o Minho? — Perguntou de uma vez.
Han se levantou, preocupado.
— Cadê ele?
— Ele está na cobertura.
Han não quis ouvir mais nada, apenas passou pelo homem mais velho em passos largos e apressados, subindo as escadas rapidamente, de dois em dois degraus, até chegar no andar seguinte, em um espaço gigante, onde tinha uma piscina gigante com borda infinita, uma área gourmet extremamente luxuosa, um lounge com alguns chaises distribuídos por ali, uma hidromassagem, um espaço de jogos, com direito a uma mesa enorme de sinuca e até mesmo um basquete eletrônico, como aqueles que tem nos game stations dos shopping's, parecia um paraíso.
Ao focar na parte próxima à piscina, onde não tinha tapagem, estava Minho, apoiado no meio muro, de costas, fitando a belíssima vista de toda Seoul. O vento estava relativamente forte e algumas nuvens escuras começavam a pairar pelos céus, tomando conta de tudo, pouco a pouco.
Se aproximou, abraçando-o por trás, entrelaçando seus dedos na barriga de Minho, que virou o rosto minimamente, fitando Jisung por cima do outro. Seus olhos estavam inchados pelo choro recente e seu rosto ruborizado. Han virou o rosto, esmagando sua bochecha nas costas largas do moreno e respirando fundo.
— Quer falar sobre? — Murmurou.
Minha balançou a cabeça em negação, soltando uma lufada de ar em seguida, abaixando a cabeça.
— Como ela pôde achar que era só aparecer e aí tudo estaria bem novamente? Como se a treze anos atrás ela não tivesse simplesmente ido embora, abandonando não só o seu parceiro, mas também o seu filho pequeno. Ela é uma egoísta desgraçada! Aposto que só está aqui por interesse próprio. Veio com essa chantagem emocional, mostrando que está passando por problemas em seu relacionamento, mas e os problemas que eu passei por causa dela e do meu pai? Por que eles simplesmente não me abortaram, então? Se eu era assim tão indesejado... — Dizia choroso, seus lábios tremiam a cada palavra proferida, estava tentando segurar ao máximo o choro.
— Eles eram jovens e inconsequentes. Estavam apaixonados. Vai ver eles pensaram que dariam conta e no fim, não deram. — Deu de ombros.
— Talvez, mas... uma vida não é brincadeira. — Se virou, abraçando Han de frente, com as mãos pousadas na cintura fina, apenas para que pudessem se entreolhar. — Sabe, isso me fez refletir numa coisa. — Disse e Jisung meneou levemente a cabeça para o lado. — O meu pai. Ele pode ter todos os defeitos do mundo, e acredite, ele tem muitos. — Sorriu ladino. — Mas, ele não desistiu de mim. Ele podia muito bem ter me jogado em algum internato bem longe, só para não ter que lidar com a criança sequelada pela falta da mãe. — Disse inocentemente, sem se tocar que aquilo afetou um pouco o mais baixo. — Mas não, ele tentou tudo que estava ao seu alcance. Claro que ele nunca esteva presente, mas hoje eu entendo que da forma desajeitada dele, ele tentou muito conciliar as duas coisas. Tipo, criar um filho sozinho e construir seu império. Não deve ter sido nada fácil e digamos que eu também não colaborei muito. Ele até me colocou para fazer terapia, mas eu sempre faltava as sessões e fazia da vida das babás um inferno.
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Pra você guardei o amor | Minsung
Teen FictionO Internato Stay Valley Academy era considerado por muitos pais, geralmente da classe mais alta da elite sul-coreana, como uma salvação. Para si mesmos e principalmente para seus filhos. Após ser mandado, contra a sua vontade, para o colégio inter...