🩵 21 || Recém-Chegados

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Já deitados e aconchegados, desta vez com mais espaço, já que Minho teve a brilhante ideia de juntar ambas as camas de solteiro, tornando-a uma de casal. Não que fosse necessário mais espaço, visto que os dois garotos dormiam tão grudados, ao que pareciam que iriam se tornar um só a qualquer momento.

Desta vez, Jisung fazia o papel da concha maior, com uma perna por cima da de Minho, afagava seu cabelo em um sutil cafuné, tal gesto carinhoso que fazia o maior se sentir em casa, completamente em paz e com o coração quentinho.

— Lino, sobre o que o Hyunjin falava quando disse que tinha uma surpresa para você amanhã? — Jisung perguntou, na intenção de matar de uma vez o que estava lhe matando: a curiosidade.

Minho já estava de olhos fechados quando suspirou pesadamente ao ouvir aquela pergunta, que de certo modo também lhe atiçava curiosidade.

— Eu não sei, esquilinho. Aquele maluco é maluco. Ele pode fazer o que quiser para tentar me afetar, contanto que não se aproxime de você...

— Estou com um pressentimento ruim... — Han murmurou, preocupado.

— Não fique. — Se virou, ficando frente a frente com o menor e sorriu, acariciando seu lindo rosto, traçando sutilmente um caminho de sua testa até o final de sua bochecha repetidas vezes. — Eu estou aqui, estamos... — Pensou no que dizer por um breve momento. — ...juntos. Não vou sair do seu lado até que você me peça. — Bocejou, juntando as mãos em prece e apoiando-as ao travesseiro, para que pudesse repousar sua bochecha ali.

Jisung assentiu, levemente hipnotizado pelos traços tão lindos e tão bem definidos do moreno à sua frente. Lee Minho era como uma pintura sublime para si, daquelas que os amantes das artes admiram por horas e horas a fio em um museu, completamente extasiados que quem passa e vê, sem nada entender de do assunto, se sente indignado, pois muitas das vezes as consideradas grandes obras de arte, não passam de meros rabiscos ou poças de tinta, ou qualquer outra coisa que um bebê facilmente produziria.

Han se sentia como um amante da arte e Lee Minho lhe era de longe a obra mais fascinantemente encantadora de todas. Tinha muito mais do que apenas beleza superficial ali. Han podia sentir aquela obra, podia entendê-la, analisá-la, tocá-la e o mais importante, podia amá-la. Para os ignorantes, olheiros passageiros, talvez o garoto não passasse de um rebelde sem causa, rico, bonito e mimado. Mas Han Jisung via além.

Como nesse exato momento, em que se pegara ainda admirando aquele rosto, agora adormecido, que ressonava serenamente, com a feição tranquila e os lábios entreabertos.

— Como eu poderia pedir para que se afaste de mim, hm? — Sussurrou, colocando sua franja caída atrás de sua orelha e aproximou seu rosto do dele, depositando em seus lindos lábios rosados, um selinho demorado. — Boa noite, coelhinho! — Sussurrou mais uma vez, aconchegando-se ali, com o rosto pertinho do peitoral quente de outrem e fechando os olhos para logo vir a perder a consciência, adormecendo.

Na manhã seguinte, Minho despertava, ainda de olhos fechados, tateava o colchão em busca de um segundo corpo, este que não encontrou ali. Abriu os olhos, se sentando com certa lerdeza, visto que sua alma ainda estava voltando aos poucos para o corpo. Coçou os olhos, fazendo um bico involuntário com seus lábios e arfou em frustração por ver que a porta do banheiro estava aberta e Jisung também não estava ali.

Se levantou, em seguida se arrastou até o banheiro, onde o perfume de Jisung estava infestado, tomando seu olfato e o enebriando. Suspirou, encarando o espelho, onde notou um pequeno post-it amarelo, o pegou e coçou a vista mais uma vez antes de ler.

🗒 "Bom dia, coelhinho!

Tive que sair mais cedo para a reunião do grêmio 

Pra você guardei o amor | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora