DARK ANGEL (FINALIZADO)

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CHASINA CIRCE

PASSADO, 17 ANOS

Suas mãos passeavam por minhas costas em uma carícia lenta e gostosa enquanto eu estava deitada em cima de Nate, já era tarde, eu e ele ficamos em sua casa por horas e horas conversando e rindo quando eu finalmente voltei para mim para tomar banho e relaxar quando ele subiu pela janela para não acordar a casa e a fera da minha tia. Nesses dias, apenas nesses dias, quando nosso relacionamento era perfeito eu e ele não éramos tóxicos um com o outro eu tinha o vislumbre da vida que queria ter. Meu rosto está enfiado em seu pescoço e Nate está olhando algo que se passa na minha televisão enquanto eu tento dormir.

— Você sabe a vida que você quer ter? — sussurrou em meu ouvido, afastando meu cabelo do seu rosto. Eu encaro seus olhos calmos e carinhosos.

— Muita coisa pode mudar, eu não gosto de fazer planos para o futuro — respondi a verdade. Nate sorriu e naquele momento ele pareceu um menino, o menino que eu conheci. Acariciei seus cabelos enquanto ele olhava para o teto sonhador.

— Vamos, meu amor — ele brincou. — Deve ter alguma coisa que você queira ter muito quando estiver mais velha.

Eu abaixo minha cabeça em seu peito, pensando sobre o que ele tinha dito.

— Um filho — murmurei.

— Um filho? —questionou suavemente. Balancei a cabeça.

— Tenho vontade de ter um menino e uma menina — admiti acariciando seu peitoral. — E um cachorro, adoro cachorros, mas Gaia não me deixa ter um.

— Só isso? — riu beijando meu pescoço.

— Se eu estiver viva até lá — respondi brincalhona. Ele segurou meu rosto com as duas mãos, acariciando minha cicatriz de um jeito que eu adorava.

— Eu vou te dar dois bebês — admitiu, e o sorriso que cresceu em meus lábios era o mais puro e feliz. — E um cachorro, se é isso que você quer no futuro — enganchei meus braços ao redor do seu pescoço e o beijei.

— É tudo o que eu quero — afirmei ainda contra seus lábios.

Era verdade, eu sonhava em ser mãe. Um dia queria ser uma mãe igual a minha foi para mim, e eu não seria arrancada cedo dos meus filhos. Eu os mimaria, os faria feliz e os protegeria de qualquer coisa. Esse é um desejo que eu tenho, e por um momento eu esqueci sobre o assassino dos meus pais.

Se eu tivesse uma família... se por alguma razão eu engravidar, eu deixaria tudo isso de lado. Tudo mesmo. Eu abandonaria meu juramento e teria uma vida cheia de luz e amor, uma vida que foi arrancada de mim cedo. A vingança não teria mais sentido para mim, minha vida estaria completa novamente e a dor que eu sinto ainda estaria lá, mas sendo preenchida aos poucos.

— Um dia — murmurou nos rolando pela cama.

— Um dia — prometi.

Foi uma das noites mais felizes da minha vida.

Depois daquele dia, meu futuro estaria completamente arruinado.

E meu sonho seria arrancado de mim.

Pela segunda vez.

PRESENTE

Depois de não ter conseguido dormir por quase uma semana inteira, meu corpo apagou. Isso acontecia vez ou outra comigo quando eu não conseguia ter uma semana boa em relação ao meu sono, eu não sabia por quanto tempo dormi. Não sabia que dia era ou se estava amanhecendo ou anoitecendo.