DARK ANGEL (FINALIZADO)

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PASSADO
CHASINA, 15 ANOS

O que eu fiz?

O que eu fiz?

Sangue escorre da minha cabeça, meu cabelo está preguento e tem um corpo ao meu lado de um homem que eu matei. Eu matei um homem. Eu matei.

O que eu fiz?

Mallory está nos braços de Mich e não sei de onde veio Dora, mas ela está ali tremendo das cabeças aos pés. Eu olho para o chão e Deus, o corpo do meu pai está ao redor de uma poça de sangue enquanto o da minha mãe está ao seu lado. Meus pais estão mortos.

O que eu fiz?

Meu coração parece que vai sair pela boca e minha cabeça dói tanto, eu olho para as minhas mãos com uma faca e a solto no chão. Tento me levantar, mas escorrego no sangue e eu seguro minha barriga com dor. Acho que vou vomitar.

O que aconteceu?

Meus lábios tremem e uma sombra se movimenta no canto do galpão, eu vejo os cabelos escuros de um menino vestido todo de preto. Ele está com a arma apontada para mim, sua mão tremendo enquanto me encara, seus lábios abertos e sua testa suada. Ele engatilha.

O que ele vai fazer?

Seus olhos se chocam com os meus, eu posso não estar com o outro olho bom, mas consigo ver a cor dos seus olhos. Pretos. Pretos como um buraco negro, cheio de medo, angústia e dor. Eu também estou com medo, estou com dor.

Me mata...

Ele me encara, e eu encaro de volta. Seus lábios, seu rosto novo, seu corpo. Eu vejo, eu vejo o medo escorrendo dele, mas por que ele está com medo? Eu estou com medo. Eu matei uma pessoa. Meus pais estão mortos.

Me.

Mata.

Mas ele não faz, ele guarda a arma e sai pela porta de trás. Alguém me pega, eu acabo no carro, depois no hospital, eles me perguntam se eu quero alguma coisa.

Eu quero meus pais.

Eles ficam em silêncio.

Eles me pegam de volta, me levam para a casa da tia Gaia, ela sorri tristemente para Lily e me olha com certo desgosto. Eu quero voltar para casa. Eu quero o papai. A mamãe.

Dias se passaram.

Meses.

Ainda sinto aquela dor.

Um ano.

E eu ainda me lembro daqueles olhos escuros.

Olhos de caveira.

Por que você não me matou?

Quem é você?

Temos uma dívida.

PRESENTE

Meus olhos se abrem em meio ao escuro, meu coração batendo tão rápido que eu acho que alguém pode me ouvir, mas há apenas o barulho do jatinho no ar e respirações calmas. Logo me situo que estou voltando para Wilmington, que Mallory me enganou para entrar nesse avião, que estou preso aqui há algumas horas.

Devo ter cochilado, é uma surpresa pelo menos. Me alongo na cadeira e praguejo baixinho ao coçar meus olhos e sentir a lente de contato, pegando minha bolsa sem fazer barulho eu me levanto o mais quieto possível e vou para o banheiro.