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KURT REED

Um corpo estava pressionado contra o meu, meu braço estava dormente pelo peso contra ele e eu finalmente abri os olhos. Chasina estava em cima de mim, sua cabeça apoiada em meu braço enquanto uma de suas mãos descansava em meu peito. Minha respiração batia contra seus cabelos e eu conseguia sentir seu cheiro de menta e algo mais adocicado.

Com suas pernas enroladas na minha eu cuidadosamente peguei meu celular na cabeceira e vi que já passava de meio dia. Porra.

Afundei no travesseiro novamente e olhei para o seu belo rosto. Pela primeira vez seu rosto estava sereno, sem emoção ou conflito em suas feições, apenas calmo. Observei seus longos cílios e sua pele estranhamente branca, as bochechas um pouco coradas e os lábios um pouco abertos. Tracei com meu olhar sua cicatriz do rosto e meu peito se apertou. O que eu estava fazendo?

Suspirei baixo, pensando em minhas palavras mais cedo e no que desenrolou. Ontem a noite quando cheguei em casa tarde do trabalho e vi seu olhar perdido refletindo na janela, algo em mim me fez querer apenas pegá-la em meus braços e sumir. Apenas isso. Porque aquele olhar me quebrou totalmente, fez com que minha garganta se fechasse.

Eu sabia o que era aquele olhar perdido.

Quanto tempo fiquei com ele no rosto depois da morte da minha mãe?

Agora com ela em meus braços eu pensava seriamente se deveria abandonar tudo o que planejei. Estava usando-a, mas ela também estava me usando. A que ponto cheguei em minha vida em ficar em dúvida do que fazer?

Desentrelaçando seu corpo contra o meu delicadamente, fui para o banheiro e liguei a ducha para tomar um banho de água gelada. Chasina tinha esse efeito em mim, ela de alguma maneira faz com que meu corpo fique quente sempre que ela está por perto. Perdia o controle ao seu lado. Seus beijos? Eu nunca iria querer parar de beijá-la. Aquele boquete então? Puta que pariu.

"Eu sou um suicídio emocional" ela era. Totalmente. Balancei a cabeça saindo do chuveiro e enrolando a toalha ao redor da minha cintura, meus passos pararam brutalmente quando eu vi uma sombra na minha frente e por poucos centímetros eu não bati meu corpo contra o dela.

Seus cabelos estavam levemente bagunçados de uma maneira sedutora, ela estava usando seus óculos que me deixavam louco. Seus olhos cinzas perfuraram os meus, frios e impassíveis, porém tinha algo mais neles. Seu pijama de seda estava amassado com os dois botões da frente aberto revelando um pouco dos seus seios fartos, engoli em seco quando vi seus mamilos rígidos. Esse corpo...

Mas aí que me dei conta que eu sequer ouvi seus passos, aí eu me lembrei que Chasina é uma assassina treinada e que se ela quisesse me matar ela teria coseguido. Voltei meu olhar para o seu rosto e um leve filete de prazer percorreu meu corpo ao ver que suas íris estavam passeando por meu corpo. Ela levantou o olhar para mim.

— Não queria te acordar — murmurei calmamente. Era verdade, eu não queria. Sabia que ela mal dormia então eu a deixaria dormir por quanto tempo ela quisesse.

— Você não acordou — respondeu com a voz rouca. Deus, ela seria minha perdição. Olhei novamente para o seu rosto, tão dolorosamente linda.

Ficamos nos encarando por mais um tempo, eu não conseguia parar de pensar em como uma mulher dessas poderia existir. De todas as mulheres que já vi, Chasina vencia elas em tudo, beleza, inteligência, corpo... tudo. Estranhamente perfeita, mas tão quebrada. Não são elas todas? Todas as garotas bonitas e peculiarmente inteligentes não tinham um passado obscuro?

Você também. Cantarolou uma vozinha.

— Venha para Itália comigo — murmurou como se dissesse que queria ir ao mercado. Parei por um momento meio surpreso. Esse era um pedido inusitado. Ela deu um passo para trás levemente... tímida? Chasina Circe estava tímida na minha frente.

DARK ANGEL (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora