KURT REED
As pessoas aqui eram brutais. Os gritos a cada vez que sangue caía, os urros a cada vez que um osso era quebrado, a celebração toda vez que um corpo caía me fazia lembrar do passado. Da época em que era eu ali sendo espancado pelos treinadores do meu pai.
Apesar de eu estar totalmente acostumado com isso, a sensação de voltar a ser um menino indefeso me atinge me deixando totalmente enojado. Eu não fui criado por meu pai, fui construído por ele. E isso? Me perturbava mais do que eu gostaria de admitir.
Quando Lin entra no tatame sinto o corpo de Chasina ficar completamente tenso contra o meu, geralmente ela não deixava suas emoções transparecer tanto, mas comigo esse seu lado ficou mais calmo. Meus olhos focam para onde ela está olhando e eu não gosto nada do que vejo.
O cara, Conrad, está sorrindo contente e quando seus olhos se deslizam de Chasina para os meus quando a luta começa seu sorriso diminui. O encaro com pura raiva, apenas no olhar, porque ele não para de encarar a minha garota. Porra, ele tentou pedir sua mão em casamento, o quão ridículo isso poderia ser? Por apenas esse simples gesto eu sei que ele não conhece ela bem, porque Chasina ser pedida em casamento com um anel? Parecia até piada.
Eu zombo dele aproximando meu corpo dela, sua bunda roçando minha virilha e suas costas contra minhas costas. Ela não percebe porque está totalmente focada em Lin, mas eu vejo quando o fodido Conrad bufa com raiva.
Eu olho para um Lin suado e cheio de sangue, seus movimentos são metódicos e letais, eu poderia dizer que diferente do seu oponente ele está se contendo para não pegar muito pesado. Mas nos olhos do menino estava escrito que ele ou Lin iria sair vivo daquele tatame. May não interveio, então eu acho que morte aqui não era um problema.
Deveria acontecer muito, porque, fala sério? Um Complexo cheio de crianças e adolescentes problemáticos treinados para serem assassinos a probabilidade de morte aqui deve ser alta. Lin dá um soco no oponente tão forte que eu ouço o crack do nariz do menino, ele parece não ligar, porque continua a rondar o loiro como um abutre.
— Isso vai dar morte — sussurro para Chasina que apenas dá de ombros.
— Contanto que não seja Lin — diz aparentemente tranquila, mas eu escuto uma pitada de nervosismo em seu tom.
— E se não for Lin?
— Não vai ser Lin — ela parecia confiante o suficiente sobre isso e quem era eu para retrucar?
A luta desenrola, sangue escorrendo pelo tatame branco, os corpos dos meninos já ficando roxos por estarem ali há muito tempo. Mas somente quando o menino diz algo para Lin que parece que ligou um interruptor no menino que se agacha e desvia de um movimento, ele enrola os pés nos do menino e derruba ele, subindo por seu corpo Lin pega a cabeça do menino entre as mãos e quebra o pescoço.
Ele solta o corpo desfalecido do garoto no chão e eu não posso sentir um pouco de pena pela criança morta ali. Lin se levanta, com a tatuagem de dragão exposta, sangue correndo por seu torso e rosto, ele não parecia o menino tranquilo que geralmente é.
A multidão fica em silêncio absoluta, chocados, com medo. Agora eu entendi porque Chasina, Conrad e Cindy são as pupilas alfa. Porra, suas criações são bizarramente ferozes e letais, apesar de uns terem perdidos, eu podia ressaltar vários pontos excelentes sobre suas táticas.
Lin se ergue no tatame, um sorriso sombrio em seu rosto enquanto joga de lado o corpo de menino como se desse nojo. O sino soa e é quando a pequena Daisy aparece saltitante de um corredor, com pontos na cabeça e roxos no rosto, não parecia que ela tinha levado uma surra já que sorria docemente.
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DARK ANGEL (FINALIZADO)
RomanceCinco anos atrás Chasina Circe cometeu um erro terrível. Por sua culpa e por seu descuido uma pessoa que ela tanto amava morreu. Corroída pela culpa, a menina dos olhos cinzentos fugiu de Wilmington e desde então ninguém mais ouviu ou viu ela. Burbu...