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KURT REED

A brisa fresca que passava pela fresta da janela faz com que seus cabelos voarem um pouco, seu perfume doce e amadeirado preencheu o carro como praga. Sua voz rouca falava no telefone em italiano com uma de suas pupilas pelo telefone. Não nego que de vez em quando, eu a olhava.

Eu olhava a maneira como a camisa preta apertava seus seios e seus braços, a maneira como era curta o suficiente para mostrar um pouco da pele de sua barriga e costas. A forma que a calça de couro era tão justa que parecia uma segunda pele, maldita bunda empinada e redonda que ficou perfeita nessa calça. Eu também percebi as botas de salto, a maneira que a fazia mais alto, mas não tanto para ela alcançar meu pescoço. A forma que ela dobrou a perna parecendo uma adolescente.

Adentramos a floresta, mas mesmo assim nada conseguia tirar meus pensamentos dela. Fala sério, chegava a ser ridículo.

— Você vai correr hoje? — Ela para de falar ao celular e muda de língua facilmente. Sempre me atrai por meninas inteligentes, mas Chasina chegava a outro patamar.

— De que outra maneira chamarei atenção para corrida? — respondo com sinceridade. Ela sorri, apenas um levantar de lábios.

— Ah, sim, porque você é atração principal — seu deboche não me passou despercebido. — Mas sério, como funcionam as corridas por aqui?

— Acontece pelo menos uma vez por mês, Hayden e Alex são os que cuidam disso. É uma maneira de fazer os negócios irem bem, mas duas vezes ao ano, acontece as maiores corridas. DJ, drogas e bebidas. As pessoas apostam mais. Elas recebem uma mensagem anônima que revela a hora da corrida meia hora antes de acontecer, isso evita estrangeiros.

— Hoje é uma das maiores corridas, então?

— Sim, os traficantes de mais alto escalão estão aqui, assim como sócios importantes. Eles apostam e vendem suas coisas, eu ganho dinheiro. Todo mundo feliz.

— Como funcionam as corridas? — observo de soslaio ela pegar meu celular e digitar a senha. Porra, como ela sabe a senha? Chasina conecta com o bluetooth e coloca música.

— Geralmente são em pares, dois corredores. Há uma troca na sétima curva.

— Minha irmã correu por muitos anos?

— Alguns, junto com Andrew. Mas ela e Andrew pararam quando ficaram grávidos de Cole.

— Seu irmão não corre mais? — sua curiosidade faz com que eu me vire para olhá-la.

— Não, Lily engravidou e ele parou.

— Você não corre com duplas, suponho? — eu observo Chasina batucar suas unhas longas em sua coxa.

— Não — respondo, antes que eu possa pensar eu já coloquei minha mão por cima da sua fazendo com que o batuque pare. Ela olha para minha mão e eu a tiro de cima da sua, ela não fala, e não repete o batuque.

— Por que?

— Porque eu dirijo melhor sozinho — resmungo, ela sorri e não toca mais no assunto.

Depois de alguns minutos dentro da floresta, chegamos no local. Uma área vazia e com uma pista que dá a volta pela floresta, as pessoas se aglomeram em frente a casa e dentro, o som está tão alto que faz com que as janelas do carro vibrem. As pessoas se viram e gritam quando vêem meu carro, mas eu apenas passo direto e vou para o galpão que construí alguns anos atrás para colocar os carros antes da corrida para não haver sabotagem.

Eu reformei o que era um "rancho" para algo mais moderno, três andares agora, salas maiores para jogos e apostas. Desligo o carro e vejo Jhonny, nosso apostador, sentado em uma cadeira no canto do galpão batendo furiosamente no laptop. Chasina sai logo atrás de mim, ela vai dar uma olhada nos outros carros.

DARK ANGEL (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora