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CHASINA CIRCE

Em algum momento eu sabia que com minhas saídas mais frequentes eu estava deixando Kurt cada vez mais desconfiado. Eu não queria contar a ele o que está havendo porque se desse errado, eu não teria dado esperança, e segundo porque meus clientes são extremamente reservados.

Faltava menos de três semanas para o casamento da minha irmã, ela decidiu fazer a festa em um hotel bem bonito — porque Andrew não deixou fazer na casa deles por questão de segurança — e suas amigas: Cathy, Morgan e Kitty estavam ajudando ela em seus preparativos já que eu não estava tendo tempo. Vez ou outra eu tentava passar por sua casa para deixá-la feliz com minha presença, mas quando eu vi flores no chão e ela me perguntava se eu preferia cor "leite" ou "bege" minha cabeça já doía.

Cheguei em casa mais uma vez tarde, hoje em específico nem consegui ver Kurt direito. Quando eu me levantei ele ainda estava dormindo, geralmente eu voltava para almoçar com ele ou até mesmo jantar, mas hoje não consegui. E eu sabia que ele ficaria ainda mais desconfiado se soubesse que me encontrei com Ester, Olly e Caleb.

Eu liguei a luz da sala e tirei meus saltos, descalça, vi que a área da piscina estava totalmente iluminada. Andando até lá em passos calmos e silenciosos, eu abri a porta de vidro para me deparar com Kurt sentada dentro de sua jacuzzi, nu, com uma taça de vinho na mão e o celular na outra. Um vinco se formava em sua testa enquanto via alguma coisa no eletrônico.

Dei a volta na piscina tentando ao máximo não fazer barulho, mas seus ouvidos e olhos treinados me perceberam rapidamente e seus olhos escuros se chocaram com os meus. Seus cabelos estavam molhados, algumas mechas caindo em sua testa e em seu olho, o peito e ombros estavam úmidos me deixando completamente em fogo. Mas seu olhar, levemente gelado, me fez perceber que eu realmente o chateei.

Parei ao seu lado colocando meu cabelo sobre um ombro. Não tentei dar explicações para ele porque seria totalmente inútil, Kurt Reed era um homem frio e possessivo, ao longo desses dias eu poderia facilmente dizer isso. Seus toques sempre eram clamavam de alguma maneira possessão, o sexo bruto e intenso, romântinco e lento também mostrava que tinha um lado dele romântico. E, ah, se isso não me deixava louca.

Eram os pequenos detalhes, a maneira como me olha e me toca com carinho, a forma que se preocupa se eu comi, pergunta como foi o meu dia e se eu queria malhar com ele. O jeito que ele simplesmente disse que agora em diante eu dormiria em seu quarto todas noites, que iríamos fazer sexo em todos os lugares da casa. Era o homem dos meus sonhos, e vendo seu olhar frio e possessivo — porém nunca despreocupado ou insensível — me disse que eu realmente fiz merda.

Ele me fitou, seus lábios se contraindo levemente e voltou a olhar para o celular.

— Para uma pessoa herdeira você está bem ocupada ultimamente, Srta. Circe — sorri levemente com seu tom descontente e sarcástico, uma coisa que Kurt certamente não era é sarcástico. Comecei a desabotoar minha camisa preta de seda.

— Você pode me ligar sabia, Sr. Reed? — Ele bebeu um pouco do seu vinho me olhando de soslaio. Apenas de sutiã, comecei a tirar minha calça. — Nunca irei recusar suas ligações — completei suavemente para acalmá- lo.

— Não quero tirar seu foco — balancei a cabeça e apenas de calcinha e sutiã, seus olhos se voltam completamente para mim. Em meu corpo. Em meu rosto. — Não quero te atrapalhar — disse colocando a taça de vinho no canto.

Você não me atrapalha — Kurt se ergueu sobre mim, seus braços me encurralando e seu corpo me molhando. Ele inclinou a cabeça e me encarou com aquele olhar calmo, um olhar que apenas eu recebia. Dei um beijo rápido em seus lábios frios. — Nunca, bello.

DARK ANGEL (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora