Capítulo 39

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Thomas

Chego em casa com o coração batendo a mil por hora. Hoje cheguei mais tarde por um motivo muito especial. Comprei uma aliança de noivado para pedir Sophie em casamento. Foram semanas e mais semanas tentando escolher o modelo perfeito. Tive até que pedir ajuda para minha cunhada e para Lousie. Enfim, eu consegui achar a certa.

Planejei a noite da seguinte forma. Dar a janta de Alice, ler as historinhas para ela e depois colocar ela para dormir. Em seguida, preparo um banho de banheira relaxante para minha mulher, enquanto organizo a mesa e a comida para um jantar romântico. E aí, para finalizar com chave de ouro me ajoelho e peço ela em casamento.

Enquanto estou organizando meus pensamentos, escuto um choro vindo da andar de cima. Parece que é minha filha. Largo as compras no chão e subo as escadas correndo.

Chego em frente ao quarto de Alice e ouço o choro ficar mais alto. Me desespero e tento abrir a porta. Está trancada!

- Quem é? - escuto sua voz chorosa.

- Sou eu, filha, o papai. Abre a porta pra mim. - escuto barulho de chave, mas a porta mesmo assim não abre.

- Eu não consigo, papai. - ela soa desesperada. Tento manter a calma.

- Amor, faz um favor pro papai. Se afasta da porta, o mais longe o possível. - aguardo alguns segundos. - Já fez o que eu pedi?

- Sim. - escuto sua voz de longe.

Me afasto da porta dando alguns passos para trás e em seguida vou em direção a porta, arrombando-a. Escuto o barulho da madeira se quebrar e a porta ir ao chão.

Entro no quarto e corro em direção a minha filha abraçando-a apertado. Me sento na cama, colocando ela no meu colo.

- O que aconteceu, meu amor? Você se machucou? Onde está Sophie?

- Eu não sei. Um homem mau veio aqui em casa e levou a mamãe. - não ignoro o fato dela ter chamado Sophie de mãe. Isso iria acontecer em algum momento, cedo ou tarde. Afinal, é minha mulher que faz tudo por ela. Dá banho, lê histórias, ajuda no dever de casa, cozinha, brinca e dá muito amor. - Ele tava com uma arma e falou que ia matar a gente. A mamãe pediu pra eu subir pro meu quarto e só abrir a porta pra você ou pro dindo. Aí, ele levou ela pra longe. - a pequena volta a chorar. - Eu quero minha mãe de volta, papai. Não quero que ela me deixe que nem minha outra mamãe.

O choro e lamento da minha filha cortam meu coração. E saber que minha mulher está nas mãos de um filho da puta como aquele, me preocupa ainda mais.

- Eu vou trazer a mamãe de volta, minha filha. Eu prometo.

Cubro Alice com seu cobertor rosa e beijo sua testa

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Cubro Alice com seu cobertor rosa e beijo sua testa. Saio do quarto, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordá-la.

Depois de fazer de tudo para acalmar minha filha, consegui faze-la dormir. Pedi para que Matilde ficasse de olho nela, enquanto eu estivesse conversando com Ivan e a polícia.

Desço as escadas e vou em direção ao meu escritório, onde eles estão me aguardando.

- Alice dormiu? - Nick pergunta. Confirmo com a cabeça.

Observo minha cunhada e meus sogros cabisbaixos e com o rosto coberto de lágrimas. Eu ainda não tive tempo de chorar.

Me sento na cadeira do meu escritório e esfrego minhas mãos em meu rosto. Estou exausto e sem saber o que fazer para achar minha mulher. Aliás, não faço ideia de quem a sequestrou. Klaus é apenas um peão, precisamos encontrar o mandante.

- Senhor Wiliams, eu já acionei meus homens e eles já estão procurando por Sophie. Estamos fazendo o possível. - o chefe de polícia informa.

- Obrigado, Dumont. - agradeço.

Observo os arquivos espalhados em cima da minha mesa e me sinto como um garotinho, mais perdido do que nunca.

- Tom. - Ivan se aproxima, quando todos estão distraídos. - Meus homens estão de olho, fique tranquilo. Annecy não é uma cidade tão grande assim.

- Eu só quero minha mulher de volta, Ivan.

- E você vai conseguir ou eu não me chamo Ivan Kozlov. - ele me encara sombrio. Ficamos em silêncio por um tempo, até que o homem a minha frente o quebra. - Às vezes para desvendarmos um quebra cabeça é necessário dar mais de uma olhada e rever as peças.

- Como assim?

- Acredito que as respostas possam estar nos arquivos, apenas temos que dar mais uma olhada e rever o que temos em mãos.

Encaro a mesa coberta de fotos e papéis. Fecho meus olhos, respiro fundo e começo a olhar os arquivos.

 Fecho meus olhos, respiro fundo e começo a olhar os arquivos

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Sophie

Acordo assustada e me sento rapidamente. Assim que realizo esse movimento, sinto uma dor de cabeça intensa. O ambiente está escuro e úmido. Não faço ideia de que lugar seja esse, parece um calabouço de um castelo medieval.

Tento me mexer, porém percebo que estou acorrentada e uma mordaça de pano está amarrada em minha boca. A última coisa que consigo me lembrar, é de Klaus me dopando.

Escuto um barulho vindo do corredor e começo a me sentir tensa. Klaus aparece na porta da cela e a abre.

- Ela quer te ver. - seus olhos estão vermelhos e suas mãos tremem.

Ele se aproxima de mim e tira a corrente junto com a mordaça. Klaus puxa meu braço com força me fazendo gemer de dor. O homem me leva até as escadas do castelo, subimos muitos degraus até chegarmos numa sala que seria uma espécie de sala do trono. Ele me joga dentro do local e tranca a porta.

Observo em volta a sala coberta de veludo vermelho e pinturas douradas. O trono é coberto de ouro também.

Acho que já estou reconhecendo o local. Aqui é o Castelo de Annecy. Já visitei algumas vezes aqui, principalmente em passeios escolares, quando eu era mais nova.

- O que eu tô fazendo aqui? - pergunto a mim mesma.

Enquanto observo o local distraída, me assusto com um barulho estrondoso. Parece ser de tiro. Sinto as batidas do meu coração aceleradas e quase desmaio de tanto medo. Ouço uma porta se abrindo.

- Quem está aí? - grito assustada.

Vejo uma pessoa na parte escura da sala, parece estar escondida nas sombras. Ela se aproxima lentamente. Ainda não sei se é um homem ou uma mulher, mas a pessoa se aproxima cada vez mais.

Chega um momento em que a luz ilumina seu rosto e quem eu menos esperava está a minha frente. Meu rosto se desmancha em horror e desprezo.

- Está surpresa em me ver, Sophie?

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