Capítulo 13

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Thomas

- Ainda não acredito que fez isso.

- Já passou, cara. Além disso, ela te seguiu de volta. - Nick me olha debochado. - Você deveria é me agradecer.

Descobri recentemente que quando fomos ao bar terça passada, Nicholas pegou meu celular assim que fui ao banheiro e seguiu Sophie no meu instagram sem eu saber. Diz ele que foi uma brincadeira, mas eu não acredito. Meu amigo realmente acredita que temos chance de ficar juntos.

- Chega desse assunto. - mudo o rumo da conversa. - Hoje temos a inauguração do nosso escritório. Está tudo pronto?

- Sim, está tudo organizado. Todos já confirmaram a presença, inclusive.

- Que bom.

Somos interrompidos por batidas firmes na porta. Digo para pessoa entrar e assim que as portas de madeira sem abrem, vejo que é minha governanta.

- Com licença, senhor Williams. Sophie acabou de chegar, posso mandar ela entrar?

- Pode sim, Matilde. Obrigado.

Pedi para ela me avisar quando Sophie chegasse, porque preciso que ela durma aqui hoje. Pretendo voltar tarde do evento e não quero deixar Alice com Matilde, pois minha governanta precisa descansar um pouco. Ela não para nem nos finais de semana, tive que implorar para que tirasse um descanso e só retornasse ao trabalho segunda feira.

- Eu te acompanho, Matilde. Quero ver Alice, antes de ir embora. - meu amigo diz assim que a mulher vai em direção a porta. - Até mais tarde, meu caro.

- Até, Nick. - me despeço dele.

- Como vai, Sophie? - escuto sua voz cumprimentando a babá da minha filha do lado de fora do escritório.

- Com licença, Thomas. - meu coração vibra quando escuto ela me chamar pelo nome.

Levanto meu olhar e vejo sua silhueta entre o batente da porta. Observo atentamente seus movimentos até que ela para na minha frente. Estou sentado na mesa do computador e ela se senta nas cadeiras a minha frente. Vejo um sorriso sem graça em seus lábios e sei que é por estar sozinha comigo. Tenho consciência de que mexo com ela assim como ela mexe comigo, é uma atração mútua.

Desde o que aconteceu no seu primeiro dia trabalhando aqui em casa, fugi de Sophie de todas as formas possíveis. Fazia questão de não ficar um momento a sós com ela, porque sei que me descontrolaria e iria avançar na jovem francesa.

Seus cabelos loiros estão soltos, eles vão até um pouco depois dos seus ombros. Sophie põe uma mecha atrás da orelha e me encara com o rosto levemente corado.

- Eu tenho um evento hoje à noite e gostaria de saber se você tem disponibilidade de dormir aqui? Eu vou pagar a hora extra. - tento falar da maneira mais formal o possível. - Pretendo voltar tarde e Matilde está de folga esse final de semana. - continuo me explicando.

- Posso ficar com a pequena, sem problemas. - gosto da forma carinhosa que fala da minha filha.

- Então é isso. Obrigado, senhorita Fournier. Pode retornar ao seu trabalho.

Estou concentrado nos documentos os quais estão na minha mesa há muitas horas, quando sinto um aroma delicioso

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Estou concentrado nos documentos os quais estão na minha mesa há muitas horas, quando sinto um aroma delicioso. Largo os papéis para trás e saio do meu escritório, completamente hipnotizado pelo cheiro que acredito ser de bolo.

Chego próximo a cozinha, pronto para entrar no cômodo e matar minha dúvida. No entanto, para em frente a porta quando escuto Sophie e Alice conversarem.

- Por que nunca se apaixonou, Sophie? - minha filha questiona inocentemente. Me aproximo mais ainda da porta para saber a resposta.

- Acredito que não conheci o cara certo ainda. - uma leve esperança de ser esse cara certo para ela surge em mim, mesmo sabendo que é impossível.

- Mas você já teve algum namorado?

- Sim. - tento evitar, porém sinto um leve ciúmes começar a me consumir. - Só um, na verdade, mas não demos certo.

- Por que? - Alice continua perguntando.

- Não éramos compatíveis. - escuto o barulho da cadeira mexer. Acredito que ela se levantou.

- O que isso quer dizer?

- Não combinávamos muito, princesa. Em nada, na verdade.

Nesse momento decido entrar na cozinha e assim que ponho os pés seus olhos azuis me encaram. Um silêncio se instaura no recinto, mas minha menina trata de acabar com ele, para minha felicidade.

- Papai, nós fizemos madeleines.- eu e Sophie somos despertados do nosso transe. - Prova com a gente!

- O cheiro está maravilhoso. - me sento na mesa ao lado de Alice, enquanto a loira pega a forma com os bolinhos. - Você se importa se eu provar, Sophie? - pergunto hesitante, porque imagino que ela ainda se sinta um pouco desconfortável em minha presença.

- Claro que não, Thomas. Faço questão que experimente. - sorrio para ela e sou retribuído.

Fico contente com sua resposta e pego uma madeleine. Quando mordo um pedaço tenho certeza que solto um gemido de apreciação. Uma sensação maravilhosa me invade quando sinto a textura macia e o sabor maravilhoso do bolinho. Quando olho para Sophie, vejo seu olhar expectante.

- E aí, gostou? - sua voz soa incerta.

- Quando você disse que era confeiteira, você não estava brincando. Está uma delícia! - mordo mais um pedaço. - Caramba! Nunca comi algo tão gostoso em toda minha vida.

- Não precisa exagerar, mas agradeço o elogio. - ela diz sem graça.

- Exagerar? Está maravilhoso. - como uns três bolinhos de uma vez. Escuto sua risadinha e sorrio por saber que a fiz rir.

- Você podia fazer no meu aniversário, Sophie. Eu ia comer tudo sozinha.

- Você ia passar mal, minha linda. - ela diz carinhosamente.

- Eu nem ligo. - soltamos uma risada.

Conversamos mais um pouco, até que olho no relógio e vejo que preciso começar a me arrumar para o evento.

Conversamos mais um pouco, até que olho no relógio e vejo que preciso começar a me arrumar para o evento

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Olho para as pessoas em volta do salão, rindo ou conversando com seus amigos. Nick está paquerando uma mulher próximo ao bar e eu me encontro sozinho na varanda do local com meu copo de whiskey. Observo a torre Eiffel com suas luzes iluminando toda Paris.

Foi uma noite interessante, consegui conversar com alguns sócios e possíveis sócios também, alguns funcionários e suas famílias. Nosso escritório está totalmente pronto, mas só abriremos em setembro, quando as férias terminarem.

- Tom. - escuto uma voz familiar me chamando e me despertando dos meus devaneios. Quando me viro para trás, encontro a pessoa que eu menos gostaria de ver essa noite.

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