Capítulo 43

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Thomas

Dois meses depois

- Muito obrigado por tudo, Ivan. – digo enquanto trocamos um aperto de mãos.

Vejo o homem a minha frente dar um leve sorriso de canto de boca. Ele joga o seu cigarro fora e em seguida, se afasta colocando o capacete.

- Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

- Espero não precisar te chamar. – brinco, mas também não deixa de ser verdade. Ivan só aparece quando a situação está séria. - Vai voltar pra Rússia?

- Na verdade, vou pra Chicago nos Estados Unidos. Uma das minhas irmãs vai se casar e o noivo dela mora na cidade. - olho sem entender para ele. - É um casamento arranjado. Vai ser como um acordo entre nós, russos, e os italianos.

- Pensei que essas coisas só aconteciam no século passado.

- Bem vindo a máfia, Williams. Para sobrevivermos nesse mundo, é necessário fazermos alguns sacrifícios em prol de um bem maior. - ele sobe na moto. - Minha mulher está me esperando no aeroporto. Tenho que ir.

- Você é casado? - nunca imaginaria que o homem a minha frente teria uma esposa. Ele parece ser um lobo solitário, que não gosta de ter pessoas por perto.

- Muito bem casado, na verdade. Ficamos noivos por alguns meses, e depois nos casamos cinco anos atrás. - ele mostra a aliança dourada que nunca tinha reparado antes. Além disso, Ivan mostra uma tatuagem que tem na lateral de seu rosto, é a letra M. Deve ser a inicial do nome da sua mulher.

- Foi um casamento arranjado também? – a curiosidade fala mais alto.

- Sim, inclusive demorou para nos entendermos, porque sempre discordávamos e também matei o pai dela. Mas nós aprendemos a nos amar. Estamos pensando em ter filhos agora, preciso de herdeiros. - meu queixo cai com a informações que ele me dá. É estranho alguém falar de morte com tanta naturalidade.

- Espero que sejam abençoados. Até mais, Ivan.

- Até, Williams.

O estabelecimento de Sophie está lotado, há pessoas por todo lado

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O estabelecimento de Sophie está lotado, há pessoas por todo lado. Meu peito se enche de orgulho. Só eu sei o quanto ela trabalhou muito para chegar onde chegou. Às vezes minha mulher chegava tão cansada em casa que deitava na cama e dormia com a roupa da rua mesmo. Foram dias sem comer direito e noites mal dormidas, mas no final valeu a pena, porque ela conseguiu realizar seu sonho.

Tudo está lindo e perfeitamente organizado. As paredes verde-água, as mesas postas na área externa e interna do local com flores decorando o espaço, os doces nas vitrines. Está um ambiente harmônico e agradável.

Sophie está extremamente emocionada. Depois que ela finalizou seu discurso, ela não conseguiu segurar as lágrimas.

Esses dois meses foram muito difíceis para nós, tanto que precisamos buscar  ajuda psicológica para lidar com tudo. Até mesmo Alice precisou, pois ficou bastante traumatizada ao ver a mãe sendo levada por um homem desconhecido.

Sophie não conseguia entrar mais na cozinha de casa, porque toda vez se lembrava de seu sequestro e tinha crises de ansiedade. Por conta disso, mudamos de casa e agora vivemos em uma que fica num condomínio fechado.

Klaus foi encontrado morto em uma das áreas do castelo e não posso mentir dizendo que não estou aliviado, porque estou e muito. Enquanto ele estivesse vivo, iria ser uma pedra no meu sapato. Já Louise foi presa e julgada, mas por apresentar transtornos psicológicos em graus avançados, ela foi não foi para um presídio comum e sim para uma clínica psiquiátrica especializada, sem previsão de soltura. Sophie ainda está muito magoada e triste com a situação de sua ex-melhor amiga, mas sei que vai levar um tempo para ela superar.

- Papai, já está na hora. – Alice me tira dos meus devaneios.

- Guardou como pedi, filha? – ela confirma e estende sua bolsinha mostrando o conteúdo. – Perfeito. Está preparada?

- Sim.

- Então vamos!

Vou andando em direção a minha mulher que está conversando com sua irmã e Nicholas. Assim que me aproximo, ela desvia os olhos para mim. Estendo a mão e olha me olha sorrindo.

- O que houve? – pergunta.

- Vem cá.

Ela aceita meu convite e segura a minha. Nos posiciono mais ou menos no centro da confeitaria. Solto um assovio para chamar a atenção de todos e assim os presentes ficam em silêncio.

- O que está fazendo, Tom? – ela questiona baixinho.

- Sophie. – começo dizendo em voz alta. – Antes de você aparecer, eu me sentia incompleto, minha vida não fazia sentido. Só foi você chegar que tudo mudou. Meus momentos de alegria não eram mais passageiros e eu finalmente me senti completo. Quando estou ao seu lado, me sinto no paraíso, amor. Sua alegria e fome de viver me contagiam, sua beleza me paralisa e sua alma bondosa me enche de admiração por você. Sempre que olho nos seus olhos, vejo nosso futuro refletido no seu olhar, eu, você e nossa filha juntos para sempre. – me ajoelho e ouço os suspiros surpresos das pessoas. Sinalizo para Alice se aproximar.

Minha filha vem ao meu lado e me entrega a caixinha com a aliança.

- Sophie Fournier, você quer se casar comigo? Ser a mãe dos meus filhos e me fazer o homem mais feliz do mundo?

Ela nem hesita e se joga nos meus braços.

- Sim, meu amor, mil vezes sim. – ela beija todo meu rosto. – Eu te amo.

- Eu te amo mais.

Coloco a aliança com uma joia verde em seu dedo anelar e trocamos mais um beijo. Sentimos um serzinho abraçando nossas pernas, então olhamos para baixo. Alice nos olha sorridente.

- Eu posso ser a daminha, mamãe?

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- Eu posso ser a daminha, mamãe?

- Claro que pode, filha? Quem mais seria?

Pego Alice no colo e trocamos um abraço triplo.

É inevitável pensar que onde quer que esteja, Abigail esteja feliz. Eu finalmente consegui cumprir minha promessa, dei uma mãe maravilhosa e uma família linda para sua filha. E quem diria que tudo começou com um amor em Paris.

Fim!

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