Capítulo 42

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Sophie

Estamos em pé, em frente ao altar. Me sinto completamente perdida e sem esperança de que me encontrem. Será que estão me procurando?

Louise abre uma página da bíblia e começa a falar, porém eu não escuto uma palavra. Olho para os lados em busca de uma saída e não encontro nada. Me sinto claustrofóbica.

Estou presa em um castelo medieval com uma lunática querendo se casar comigo e no final nos matar envenenadas. Parece até uma novela mexicana! Se não fosse minha realidade, eu até acharia engraçado essa situação.

Minhas esperanças voltam quando escuto barulho de portas de carro se abrindo e fechando. Me encontraram! Por eu ter escutado o barulho dos carros, provavelmente estamos no primeiro andar ou próximas a entrada do castelo.

O que eu não contava é que a mulher a minha frente tiraria um arma do bolso do blazer que está usando e apontaria pra mim.

- Pelo visto, nossos convidados chegaram. Mas será que a tempo de te resgatarem? - ela dá um sorriso esquisito.

Quando penso em soltar um grito para os meus salvadores me localizarem, Louise é mais rápida.

- Se você gritar, eu mato você e o seu querido namorado. - meu coração se aperta quando ela fala que vai matar Thomas, então fico quieta. - Boa menina.

Ficamos alguns minutos em silêncio, porém eu não saio da mira da sua arma. Não movo um músculo com medo que ela atire em mim. Começo a escutar movimentos no lado de fora da sala e eles vão se aproximando cada vez mais. Alguém mexe na maçaneta da porta central, mas ela está trancada. Depois de mais algumas tentativas de entrar, ela é arrombada e algumas pessoas entram na sala.

Avisto Tom, Nick, Nina, e mais alguns outros homens que não reconheço, que acredito que sejam da polícia. Quem mais me surpreende de estar aqui é Adrien. Lágrimas caem de meus olhos pelo alívio que sinto em os ver. Há poucos minutos achava que eu ia morrer e agora vê-los aqui, me deixa um tanto esperançosa.

Os policiais estão com armas apontadas para Louise, porém ela em nenhum momento se intimida e abaixa a sua. Sua arma permanece apontada para mim.

- Abaixe essa arma, Louise. Você não quer fazer isso. - Tom diz. - Você não ama, Sophie? Não quer ver ela bem?

- Eu não vou cair nos seus truques baratos, Thomas.

- Não tem nenhum truque. Se você quiser ficar com Sophie, eu não vou me opor. Eu deixo vocês viverem o amor de vocês e sumo da vida dela completamente. - percebo que ele tenta conquistar a confiança de Louise ao falar essas coisas.

- E por que eu acreditaria em você?

- Porque eu também amo Sophie e quero ver ela bem. Tenho certeza que ela ficaria bem ao seu lado.

Vejo os olhos da mulher se transformarem. Antes eles pareciam transmitir ódio e desequilíbrio, agora demonstram um pouco de lucidez e vulnerabilidade. No entanto, isso dura alguns segundos apenas, porque logo eles voltam transmitir sua loucura.

Ela puxa meu braço e me posiciona na sua frente, com a arma mirando minha cabeça.

- Eu não acredito em você e se alguém der algum passo eu mato ela. - ela faz uma pausa e depois continua. - Beba o líquido do cálice, Sophie. Beba agora. Chegou o momento. Temos que completar o ritual e assim viveremos felizes para sempre.

- Mas... - tento argumentar, mas sou interrompida por ela.

- Beba essa porra agora, se não eu mato seu namoradinho. - ela vira a arma para Thomas.

- Sophie, não faça isso. - Thomas grita.

Tento pensar em alguma coisa, alguma forma de escapar dessa situação, mas nada vem à cabeça. Então, decido fazer o que ela pede.

Pego a taça em minhas mãos sem hesitar. Respiro fundo e quando estou prestes a levar a minha boca, num impulso jogo o conteúdo que estava dentro do cálice no rosto de Louise. Ela solta um grito, levando uma das mãos ao rosto e atira para o teto. Sem delongas, os policiais se aproximam e a jogam no chão, imobilizando seu corpo.

Dou uns passos para trás, ainda anestesiada por conta da adrenalina. Olho em choque para Louise estirada no chão sendo algemada. Estou tão alheia a tudo que nem sinto quando sou abraçada por Tom e Nina.

- Meu amor, você está bem? Ela te machucou? - me viro e fico de frente para ele. Tom analisa todo meu corpo e rosto para ver se acha algum ferimento. Sorrio pela primeira na noite e emolduro minhas mãos em seu rosto o beijando apaixonadamente.

Quando nos separamos, respondo:

- Estou sim, amor.

Me viro para Nina e a abraço apertado. Em seguida abraço Nick também.

- Como me acharam? - questiono voltando para os braços de meu namorado.

- Foi graças a Adrien. - Nina diz.

Olho para meu ex-namorado grata e digo baixinho:

- Obrigada. - ele responde com um sorriso tímido. - Onde está Alice?

- Ela está em casa com seus pais. Nossa filha não parava de chorar chamando por você. - meus olhos se enchem de lágrimas.

Eu finalmente tenho a família que sempre sonhei e mesmo que eles não tivessem me encontrado, eu teria lutado até a morte, apenas para voltar para eles. Os amores da minha vida.

- Quero vê-la. - falo sem pestanejar.

- Já vamos pra casa, amor. Só temos que ir ao hospital primeiro, ver se está tudo bem com você.

Assim que recebi alta do hospital, tivemos que ir delegacia para prestarmos depoimento

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Assim que recebi alta do hospital, tivemos que ir delegacia para prestarmos depoimento. Nina trouxe roupas limpas para mim, assim pude ir ao local usando roupas normais e não aquele vestido de noiva ridículo.

Quando chegamos em casa, sinto meu corpo finalmente relaxar. A adrenalina se esvai por completo.

Thomas não me larga por nenhum segundo. É como se eu fosse sumir a qualquer momento se ele me soltar. Ele só me deixa sair de seus braços, quando meus pais correm em minha direção para me abraçar.

Não consigo segurar o choro.

- Tem uma garotinha que está morrendo de saudade da mãe. - meu pai diz quando terminamos nosso abraço.

Me afasto deles e subo as escadas com a ajuda de Tom. Assim que chegamos ao quarto de Alice, abro as portas lentamente. Meu anjinho está dormindo pacificamente. Depois de tanta podridão que presenciei hoje, ver essa cena tão pura e angelical, me acalma.

Sento na beirada da cama e acaricio seu rosto suavemente. Seus olhinhos se abrem lentamente e ela desperta do seu sono. Assim que percebe que sou eu, seus olhos arregalam e se enchem de felicidade.

- Mamãe! - ela me abraça. - Você voltou.

- Eu prometi que ia voltar, minha princesa. - sinto o cheiro de seu cabelo.

- Eu achei que você não voltaria mais e aquele homem mau ia te machucar...

- Não pense mais nisso, filha. - Tom diz. - A mamãe está de volta e dessa vez ela nunca mais irá embora. Ela ficará conosco para sempre.

Trocamos um abraço apertado. Agora, de uma coisa eu sei: nunca mais vamos ser separados. Nosso lugar é estar juntos, não importa onde, como uma família.

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