Capítulo 40

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Thomas

Levo a xícara a minha boca e termino de tomar todo o líquido amargo. Deve ser minha quinta caneca de café. É a forma de me manter acordado, enquanto tentamos descobrir quem sequestrou minha mulher e a razão pela qual a pessoa fez isso.

Em meu escritório se encontram Nicholas, Nina, alguns policiais, o chefe de polícia Dumont e Ivan. Meus sogros foram fazer companhia a Alice que acordou de seu sono chamando por Sophie. Simon e Anna logo se prontificaram para ver como minha filha estava.

- Quais informações já temos? - pergunto esfregando os dedos nas minhas têmporas.

- O alvo inicial sempre foi Sophie e parece que a intenção do suspeito era sequestrá-la em algum momento, mas não agora. Acreditamos que ele se adiantou, por conta de algum fator que ainda não sabemos. - Dumont declara.

- E por que Klaus está metido nessa? Por que especificamente ele? Sendo que já sabemos que ele é apenas a ponta do iceberg. - Nina questiona. As olheiras nos seus olhos estão muito aparentes. Creio que todos nós aparentamos estar exaustos, mas tenho certeza que só conseguirei dormir quando minha mulher estiver sã e salva.

- Acho que para nos fazer acreditar que Alice era o verdadeiro alvo e não minha mulher. Recebemos até uma ameaça que dizia que seria o último aniversário de minha filha conosco. - suponho.

- Eu creio que não seja apenas isso, Williams. - Ivan se levanta da poltrona com o celular na mão. - Foi uma forma de te alfinetar também.

- Como assim, Ivan? - Nick pergunta.

- O suspeito não gosta de você e já deixou isso muito claro. Na verdade ele te odeia. No entanto, mesmo te odiando, você não é o alvo dele. Se fosse, com certeza ele teria sequestrado as duas pessoas que você mais ama no mundo, Sophie e Alice. Ou até sequestrado você mesmo.

- Não entendo. - me sinto frustrado com a situação.

- O suspeito queria apenas Sophie. Ele quer sua mulher para ele e por isso te odeia, porque é você quem está com Sophie e não ele. Esse inimigo oculto entrou em contato com Klaus Pavlov e te mandou aquela ameaça, porque queria te machucar de alguma forma, te atingir e também despistar a real intenção que ele tinha. Mostrar que você não é nada comparado a ele. Ele é mais poderoso, mais perigoso, mais imponente e claro, é ele que merece estar com sua mulher. - Ivan faz uma pausa. - Ele quer te fazer parecer fraco.

- E como ele sabe sobre a minha história com Klaus?

- Ele deve ser alguém próximo. Não tão próximo quanto um familiar, mas próximo o suficiente para saber sobre coisas íntimas. - reflito sobre tudo, mas não consigo chegar a uma conclusão.

O silêncio reina no ambiente. Volto a olhar os arquivos atentamente, em busca de uma resposta. Observo a foto de Danna na casa noturna. Já olhei essa fotografia umas trinta vezes e só que dessa vez reparo em algo que está no fundo da foto. Está um desfocado, mas consigo ver uma pessoa de casaco preto e com o capuz cobrindo o rosto, porém alguns fios de seu cabelo conseguem escapar da roupa. Parece muito familiar.

Pego a foto em minhas mãos e fico a analisando como um obcecado por vários minutos, tentando lembrar onde já vi esses cabelos antes. Sou interrompido quando ouço um barulho de notificação. É o celular do Ivan.

- Meus homens me mandaram a lista de todas as pessoas que estavam presentes na casa noturna na mesma noite em que Klaus e sua ex maluca estavam lá. Foi difícil recolher todos os nomes, mas eles conseguiram. Reconhece algum nome além do deles. - ele passa o celular para mim.

Há uma lista com mais de cem nomes, tanto de funcionários quanto de clientes. Leio todos os nomes e sobrenomes, até chegar em um que eu conheço. Me levanto da cadeira extremamente surpreso com a descoberta.

- Não pode ser. - sussurro. - Eu não esperava...

- Pelo visto, ela não fez questão de se esconder tanto. Já que usou sua identidade verdadeira. - o russo comenta.

Mostro o nome para todos na sala e todos se entreolham surpresos. Minha cunhada se levanta com os olhos cheios de lágrimas.

- Mas... como? Por que? - ela pergunta. Nick a aconchega em seus braços. - Temos que encontrar minha irmã. Ela não pode ficar nas mãos dessa lunática.

Penso um pouco, tentando digerir a verdadeira identidade do suspeito, quer dizer da suspeita. Olho novamente para a foto e percebo de onde reconheço os fios de cabelo curtos e loiros platinados.

- Faz todo sentido ela ter se precipitado ao sequestrar Sophie. Eu ia pedi-la em casamento hoje, e somente duas pessoas sabiam desse fato, porque precisei de ajuda para escolher a aliança. - reflito em voz alta. - Nina e...

- Louise. - Ivan completa minha frase. - Então, ela se enfureceu ao saber disso e decidiu adiantar os planos. - conclui.

- Temos que pensar com calma e friamente. - digo. - Tudo o que eu mais quero é minha mulher de volta, mas precisamos ser cautelosos. Primeiro temos que descobrir onde elas estão, para depois bolar algum plano.

 Primeiro temos que descobrir onde elas estão, para depois bolar algum plano

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Sophie

- Como você pôde fazer isso comigo? Achei que era minha amiga, Louise. - minha voz sai chorosa.

Não consigo esconder o quão estou decepcionada. Eu e Louise moramos juntas, ela sabia de todos os meus sonhos, medos e inseguranças. Ela que me incentivou a ficar com Thomas. Não estou entendendo mais nada. Uma das pessoas que mais confiei na minha vida, é responsável por todo esse pesadelo que eu e minha família vivemos.

Louise me olha sem demonstrar nenhum sentimento. Se aproxima de mim até ficar bem perto e cheira meu pescoço, tento me esquivar na hora do seu toque. Ela solta uma risada esquisita e vai em direção ao trono no canto da sala, sentando no mesmo.

- Você se lembra desse local? - ela pergunta olhando em volta.

- Não. - digo receosa.

- É claro que não. Você estava ocupada demais com aquele seu namoradinho imbecil. - sua voz sai raivosa.

Começo a perceber que talvez ela não esteja mentalmente estável. Ela não se parece nada com minha amiga, aquela que era brincalhona e divertida. Essa Louise parece uma lunática que a qualquer momento pode me atacar.

- Por que fez tudo isso, Louise? Qual é o seu objetivo com tudo isso? - pergunto cansada. 

Seu rosto se transforma, demonstrando uma fúria que nunca havia visto nela.

- Você não entende, não é? Você nunca prestou atenção em mim de verdade, Sophie. Só liga para aquele seu macho idiota e a pirralha mimada dele.

- Não fala assim da minha filha, ela é uma criança inocente que não tem nada a ver com suas loucuras.

- Filha? FILHA? - Louise grita, como se ela assumisse outra personalidade, uma mais raivosa e irritada. Dou um passo para trás, assustada. - Achei que seria algo passageiro, mas pelo o que estou vendo está até chamado de filha. - parece que está falando consigo mesma.

- Do que está falando? - pergunto sem entender.

- Vou te contar tudo, para que assim que nós possamos nos encaminhar para final do plano.

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