Thomas
Levo a xícara a minha boca e termino de tomar todo o líquido amargo. Deve ser minha quinta caneca de café. É a forma de me manter acordado, enquanto tentamos descobrir quem sequestrou minha mulher e a razão pela qual a pessoa fez isso.
Em meu escritório se encontram Nicholas, Nina, alguns policiais, o chefe de polícia Dumont e Ivan. Meus sogros foram fazer companhia a Alice que acordou de seu sono chamando por Sophie. Simon e Anna logo se prontificaram para ver como minha filha estava.
- Quais informações já temos? - pergunto esfregando os dedos nas minhas têmporas.
- O alvo inicial sempre foi Sophie e parece que a intenção do suspeito era sequestrá-la em algum momento, mas não agora. Acreditamos que ele se adiantou, por conta de algum fator que ainda não sabemos. - Dumont declara.
- E por que Klaus está metido nessa? Por que especificamente ele? Sendo que já sabemos que ele é apenas a ponta do iceberg. - Nina questiona. As olheiras nos seus olhos estão muito aparentes. Creio que todos nós aparentamos estar exaustos, mas tenho certeza que só conseguirei dormir quando minha mulher estiver sã e salva.
- Acho que para nos fazer acreditar que Alice era o verdadeiro alvo e não minha mulher. Recebemos até uma ameaça que dizia que seria o último aniversário de minha filha conosco. - suponho.
- Eu creio que não seja apenas isso, Williams. - Ivan se levanta da poltrona com o celular na mão. - Foi uma forma de te alfinetar também.
- Como assim, Ivan? - Nick pergunta.
- O suspeito não gosta de você e já deixou isso muito claro. Na verdade ele te odeia. No entanto, mesmo te odiando, você não é o alvo dele. Se fosse, com certeza ele teria sequestrado as duas pessoas que você mais ama no mundo, Sophie e Alice. Ou até sequestrado você mesmo.
- Não entendo. - me sinto frustrado com a situação.
- O suspeito queria apenas Sophie. Ele quer sua mulher para ele e por isso te odeia, porque é você quem está com Sophie e não ele. Esse inimigo oculto entrou em contato com Klaus Pavlov e te mandou aquela ameaça, porque queria te machucar de alguma forma, te atingir e também despistar a real intenção que ele tinha. Mostrar que você não é nada comparado a ele. Ele é mais poderoso, mais perigoso, mais imponente e claro, é ele que merece estar com sua mulher. - Ivan faz uma pausa. - Ele quer te fazer parecer fraco.
- E como ele sabe sobre a minha história com Klaus?
- Ele deve ser alguém próximo. Não tão próximo quanto um familiar, mas próximo o suficiente para saber sobre coisas íntimas. - reflito sobre tudo, mas não consigo chegar a uma conclusão.
O silêncio reina no ambiente. Volto a olhar os arquivos atentamente, em busca de uma resposta. Observo a foto de Danna na casa noturna. Já olhei essa fotografia umas trinta vezes e só que dessa vez reparo em algo que está no fundo da foto. Está um desfocado, mas consigo ver uma pessoa de casaco preto e com o capuz cobrindo o rosto, porém alguns fios de seu cabelo conseguem escapar da roupa. Parece muito familiar.
Pego a foto em minhas mãos e fico a analisando como um obcecado por vários minutos, tentando lembrar onde já vi esses cabelos antes. Sou interrompido quando ouço um barulho de notificação. É o celular do Ivan.
- Meus homens me mandaram a lista de todas as pessoas que estavam presentes na casa noturna na mesma noite em que Klaus e sua ex maluca estavam lá. Foi difícil recolher todos os nomes, mas eles conseguiram. Reconhece algum nome além do deles. - ele passa o celular para mim.
Há uma lista com mais de cem nomes, tanto de funcionários quanto de clientes. Leio todos os nomes e sobrenomes, até chegar em um que eu conheço. Me levanto da cadeira extremamente surpreso com a descoberta.
- Não pode ser. - sussurro. - Eu não esperava...
- Pelo visto, ela não fez questão de se esconder tanto. Já que usou sua identidade verdadeira. - o russo comenta.
Mostro o nome para todos na sala e todos se entreolham surpresos. Minha cunhada se levanta com os olhos cheios de lágrimas.
- Mas... como? Por que? - ela pergunta. Nick a aconchega em seus braços. - Temos que encontrar minha irmã. Ela não pode ficar nas mãos dessa lunática.
Penso um pouco, tentando digerir a verdadeira identidade do suspeito, quer dizer da suspeita. Olho novamente para a foto e percebo de onde reconheço os fios de cabelo curtos e loiros platinados.
- Faz todo sentido ela ter se precipitado ao sequestrar Sophie. Eu ia pedi-la em casamento hoje, e somente duas pessoas sabiam desse fato, porque precisei de ajuda para escolher a aliança. - reflito em voz alta. - Nina e...
- Louise. - Ivan completa minha frase. - Então, ela se enfureceu ao saber disso e decidiu adiantar os planos. - conclui.
- Temos que pensar com calma e friamente. - digo. - Tudo o que eu mais quero é minha mulher de volta, mas precisamos ser cautelosos. Primeiro temos que descobrir onde elas estão, para depois bolar algum plano.
Sophie
- Como você pôde fazer isso comigo? Achei que era minha amiga, Louise. - minha voz sai chorosa.
Não consigo esconder o quão estou decepcionada. Eu e Louise moramos juntas, ela sabia de todos os meus sonhos, medos e inseguranças. Ela que me incentivou a ficar com Thomas. Não estou entendendo mais nada. Uma das pessoas que mais confiei na minha vida, é responsável por todo esse pesadelo que eu e minha família vivemos.
Louise me olha sem demonstrar nenhum sentimento. Se aproxima de mim até ficar bem perto e cheira meu pescoço, tento me esquivar na hora do seu toque. Ela solta uma risada esquisita e vai em direção ao trono no canto da sala, sentando no mesmo.
- Você se lembra desse local? - ela pergunta olhando em volta.
- Não. - digo receosa.
- É claro que não. Você estava ocupada demais com aquele seu namoradinho imbecil. - sua voz sai raivosa.
Começo a perceber que talvez ela não esteja mentalmente estável. Ela não se parece nada com minha amiga, aquela que era brincalhona e divertida. Essa Louise parece uma lunática que a qualquer momento pode me atacar.
- Por que fez tudo isso, Louise? Qual é o seu objetivo com tudo isso? - pergunto cansada.
Seu rosto se transforma, demonstrando uma fúria que nunca havia visto nela.
- Você não entende, não é? Você nunca prestou atenção em mim de verdade, Sophie. Só liga para aquele seu macho idiota e a pirralha mimada dele.
- Não fala assim da minha filha, ela é uma criança inocente que não tem nada a ver com suas loucuras.
- Filha? FILHA? - Louise grita, como se ela assumisse outra personalidade, uma mais raivosa e irritada. Dou um passo para trás, assustada. - Achei que seria algo passageiro, mas pelo o que estou vendo está até chamado de filha. - parece que está falando consigo mesma.
- Do que está falando? - pergunto sem entender.
- Vou te contar tudo, para que assim que nós possamos nos encaminhar para final do plano.
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Um Amor em Paris
RomanceThomas é um advogado e um pai amoroso que precisa ir para Paris a trabalho. Ele também usa essa oportunidade para repensar seu relacionamento fracassado com sua noiva. Lá, o homem conhece uma linda garota chamada Sophie que será babá da sua filha. ...