Capítulo 23

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No outro dia, Alfonso foi até sua casa para pegar umas roupas, pretendia continuar em sua casa, que tinha quando solteiro. Lá ele tinha lembranças de Anahí e se sentia melhor. Mas quando chegou na casa teve uma notícia não muito legal.

__ Cadê ela?

Ele perguntou para moça que trabalhava na casa.

__ Está lá encima! Está muito deprimida. O doutor saiu daqui não faz muito tempo. Ajudei ela a tomar um banho e troquei a roupa de cama que estava cheia de sangue.

Ele passou a mão na cabeça. Ele sabia que era culpado por aquilo ter acontecido.

Ele entrou no quarto e deparou com ela deitada na cama, com olhos vermelhos e rosto pálido. Junto dela, tinha a mãe dele.

__ Como foi capaz? Olha o que você fez Alfonso? Você e a mulherzinha que estava traindo a Dulce. Não vou mais ter meu netinho querido!

Ele olhou para Dulce penalizado.

Ignorou a mãe.

__ Me perdoa Dulce, eu não queria que isso tivesse acontecido.

__ Você acabou com minha vida. -virou o rosto- sabe quanto tinha o sonho de ser mãe. Estou muito mal e tudo por sua culpa e daquela ridícula que se dizia minha amiga.

__ Ela não tem nada a ver com isso. Ela não sabia que eu tinha noiva e muito menos que era você.

Ela olhou com desprezo para ele.

__ Mesmo depois de perder seu filho, você ainda a defende. Eu a odeio! Quero que ela morra.

__ Não fala isso! Sei que é um momento de dor, mas as palavras tem força.

__ Não me importo! Eu agora não estou mais esperando meu filhinho, era um menino.

__ Um menino! -repetiu- cadê? Eu quero ver.

__ Pra que? Ele nasceu desconfigurado. Sinto a dor que passei para tirar ele de mim. Desde de ontem a noite.

__ Foi tão rápido!

__ Pra você, que não ficou a noite toda sofrendo,tendo que enfiar remédio dentro de mim para expulsar o bebê. Estou com a imagem dele na minha cabeça -lágrimas desceram- o padre veio aqui, rezou e depois mandei que o enterrasse.

__ Como assim? Esqueceu que eu sou o pai?

__ Você não quis saber dele,pra que...

__Mas tinha que registrar e...

__Eu não quero saber...

__ Isso é crime!

Ela começou a fingir estar passando mal, aos poucos fechou os olhos...

__ Melhor deixar ela, depois vamos saber direito os detalhes. Ela está muito mal. Eu também!

__ Que história estranha! Mas por enquanto vou deixar ela em paz. Estou muito mal com essa história.

Ruth animou Dulce com um pouco de álcool, depois ela pediu para que deixasse ela sozinha e chamasse a enfermeira que estava no andar de baixo.

Alfonso saiu do quarto junto de sua mãe.

Um tempo depois a "enfermeira" entrou.

__ E então!

Quis saber..

__ Ele quer saber do bebê! Eu falei que mandei enterrar.

__ E ele acreditou?

__ Parece que sim! Mas estou com medo dele insistir nessa história.

****

__ Você, você sabe que médico veio aqui, ou padre? Eu tenho que fazer a coisa certa! Tenho que registrar o bebê. Como pode ficar assim...

__ Eu não vi! Acho que se fizer isso vai complicar para ela. Ela está muito mal já! Acho melhor deixar pra lá.

Ele ficou pensativo, saiu da casa sem rumo.

__ Os pais dela ficarão muito chateados com Alfonso.

Pensou a mãe dele.

***

__ O que vai fazer em relação a isso?

__ Depois penso nisso. Por enquanto vou me fazer de coitada! Agora vem a melhor parte. Vou ligar para Anahi.

***
Anahí estava em seu apartamento tentando se concentrar em ler um livro, aquele dia estava em casa. Tinha conseguido que outra pediatra ficasse em seu lugar.

Ficou o dia todo pensando no que tinha acontecido, ela não tinha conseguido dormir quase que a noite toda, não tinha conseguido ao menos comer. Estava muito triste, não sabia o que fazer.

Tinha recebido a ligação de Ana Brenda e contou o que aconteceu.

__ Eu falei pra você ficar longe dele meu amor!

__ Eu sei Ana, eu tentei! Mas o problema era que ele nunca aceitava e vinha atrás. Dessa última vez eu estava disposta a ficar realmente longe, mas eu desci para falar com ele, ele me agarrou e ela estava nos vigiando. Foi horrível! Nunca me senti tão mal em toda minha vida. Estou muito deprimida ansiosa...não sei o que fazer.

__ Que barra! Vocês eram amigas, fica uma situação muito complicada.

__ Sim. Ela está certa, eu não presto!

Lágrimas desceram do rosto dela.

__Nao, Anny! Voce se apaixonou e nem sabia que ela era noiva dele.

__ Mas depois que fiquei sabendo, eu continuei.... Queria sumir desse lugar.

__ E por que não faz isso?

__ Mas acabei de me formar, estou trabalhando...

__Eu sei Anahí, mas para você trabalhar, ainda mais com crianças, você tem que estar bem! Tem que cuidar da sua saúde mental! Acho que Alfonso vai continuar te perturbando. Acho que você tinha que mudar de cidade por um tempo, procurar um psicólogo e depois voltar e continuar...

__ Vou pensar! Eu realmente não sei o que fazer.

Ela estava confusa.

__ Você que sabe! Mas quando você quiser, você pode parar. Tem dinheiro e não depende de trabalhar. Sei que gosta, mas agora acho que não rola. Mas pensa o que é melhor para você!

__ Tá bom amiga! Obrigada por estar comigo sempre.

__ Para anja! Eu te amo.

__ Eu também!

Anahi desligou o telefone,pegou o livro e mais uma vez tentou ler. Já não aquentava a ler a mesma frase mil vezes, então decidiu deixar o livro de lado. Era em vão.

Seu celular tocou.

Ela gelou quando viu que se tratava de Dulce.

Gritando, Dulce dizia a ela que perdeu seu bebê e que a culpa era dela.

__ Eu te odeio, eu perdi meu filhinho por sua causa! Você nunca vai ser feliz! Eu vou jogar praga pelo resto de sua vida.

Anahí com os olhos arregalados, não aguentando escutar tudo aquilo,jogou o celular na parede, ele se quebrou todo.

Ela gritou.

__ NÃO!

Caiu de joelhos no chão.

Aquela culpa iria perseguir ela para sempre.

Ela se jogou no chão e começou a gritar.

__ Meu Deus, porque? Por que ela perdeu o filho dela, ela já estava sofrendo o suficiente. Meu Deus, porque?

Ela gritava histérica, não aceitando que aquilo era culpa dela.

Perdonate AbsurdaOnde histórias criam vida. Descubra agora