| Capítulo XXXVIII|

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Mahatma Pines.

É de louvar a forma como a faculdade me deixou ocupada nos os últimos tempo, quer dizer fazer medicina além de ser meu sonho requere muita responsabilidade, desejo de querer melhor a vida da humanidade. Nos dois primeiros anos há matérias básicas que formam o raciocínio clínico do aluno: aulas de anatomia, fisiologia, farmacologia, patologia, entre outras. No 3º e 4º ano os nos entramos em contato com pacientes e trabalhamos com exames e diagnósticos, aplicando o que aprendemos nos dois primeiros anos.

Os dois últimos anos foram para a prática clínica, onde nós estudantes de medicina passamos por treinamento em hospitais. E agora vem a fase mais importante estou até com crise de ansiedade, não paro de abanar o pé compulsivamente. Eu e um grupo de alunos irmos passar por residência, são dois anos de residência em hospitais, para adquirir a experiência necessária na área.

Depois que concluímos a licenciatura, fizemos uma festa para comemoramos. Acabar com esse gelo que se estalou na nossa amizade, só foi difícil encontrar Bartolomeu, ele foi que mais se distanciou do grupo. Aqui tudo indica, ele já não está vivendo por aqui.

Witsel está trabalhando na empresa do seu pai, e para minha infelicidade Michelly também, e pelo que vejo eles se dão muito bem. O que faz meu coração apertar.

— Está tudo bem?— Witsel me questiona.

— Sim!— respondo vagamente, por outro lado eu estou curtindo meus últimos estantes de férias, antes de voltar para correria acadêmica. Uns dizem para eu fazer especialização depois deu me estabilizar no trabalho, mas meu pai diz para que eu não tenha presa para trabalhar. Afinal de contas ele ainda pode bancar minhas contas, e ele quer me ver atingindo minha meta antes de sair da sua casa.

Witsel ligou rádio do carro, e começou a tocar a música de Calema feat Simone e Simaria "Consciência" a música me deixou mais para baixo. Depois que Witsel saiu do trabalho, passou da minha casa, para que eu passe o final de semana com ele. Quando contamos aos nossos pais que decidimos ficar noivos, não houve surpresa em seus olhar, é como se eles já esperassem que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.

Quando chegamos em seu apartamento, preparei o nosso jantar com o que ali havia, enquanto ele tomava banho. Não fiz nada muito elaborado, chegamos as sete da noite, se eu fizesse algo caprichado jantariamos as nove, e pelo que vejo Witsel está muito faminto.

— Mahatma você não está bem.

— Eu disse que estou.

— Não estou a perguntar, estou a dizer que não estás bem. O que está acontecendo?— ele nem sequer tocou na comida, e já está levantando um assunto que eu tenho a certeza que irá estragar a nossa noite.

E eu gostaria de aproveitar esses últimos momentos de paz, mesmo minha alma doendo. Meus olhos correram para o anel em meus dedos, que dantes me causavam nostalgia e bom humor, mas agora está me causando angústia.
— Certo. Você tem razão!— fiz uma pausa — É sobre a residência hospital, serão dois anos.

— Eu sei, e eu disse que aguardaria sua especialização para a gente casar, não só, enquanto estás a fazer sua especialização, eu farei mestrado por aqui.

— Não é assim tão simples Witsel...eu iremos ficar dois anos sem nós ver...

— Eu sei disso Mahatma!— afirmou chateado.— Afinal onde é que tu queres chegar com isso? Seja direta.

— Eu acho que devemos dar um tempo. Não acho que um relacionamento a distância irá funcionar, eu não sinto confiante em fazer essa viagem deixando você para trás. Só quando estamos próximos, já só perturbada por inseguranças. Eu não acho que você vai aguentar dois anos, sem entrar em contacto com um corpo feminino.

— Não quero.

— Witsel...

— Não quero, nem irei dar um tempo. — ele se levantou da mesa seguindo a direção do quarto.

Damn.

Me levantei o seguindo.

— Witsel me escuta, isso vai ser o melhor para nós os dois.

— Só se for para ti.— disse entrando no quarto.

— Você só está sendo teimoso mas sabe que isso é o melhor para nós dois. Eu irei enlouquecer só de pensar que você pode voltar está se envolvendo com alguns outra melhor, só agora, você não imagina o quanto me dói ver você e sua ex trabalhando juntos como se fossem um casal feliz. Eu prefiro sair daqui sabendo que não temos nenhum tipo de compromisso um com o outro, se quando eu voltar o sentimento ainda existir a gente volta, caso não paciência.

Ela deu uma risada sarcástica.

— Você acha que é a única que fica com ciúmes? Acha que não fico com ciúmes da sua amizade com aquele seu colega, ou pelo simples fato de que estarão na mesma residência durante a especialização? Se quer saber, não me sinto nada bem...

— Ótimo então, mas um motivo para terminamos. — esbravejei.

— Não quero, meu amor é muito maior que meu ciúme, e mesmo que você não confiei em mim. Eu confio em você. Não será esse desafio que irá me fazer recuar.— ele colocou a mão sobre os olhos e respirou fundo — Desde que começamos esse relacionamento nunca te dei motivos para pensares que te traio, você tem as chaves da minha casa, vem quando quer, tem o pin do meu celular mexe quando bem entender, até já deixei você ficar com meu celular por dias, chamei você para meu trabalho várias vezes, para que você visse qual é a minha dinâmica. Fiz questão de oficializar nossa relação perante nossa família, mas parece que para ti isso é pouco como prova do meu amor.

Ele pegou um travesseiro, e saiu do quarto. Me deixando sozinha, e triste. Me sentei na cama, com os cotovelos no joelho pensando em tudo que ele disse, e me sentindo uma idiota.

Parece que quem da tudo de si nesse relacionamento é ele, e a única coisa que eu sei fazer é reclamar, procurar falhas e tentar fugir.

Me levantei, indo até ao banheiro, fiquei de frente para o espelho. Meus olhos estou vermelhos, e minha maquiagem borrada. Joguei água sobre o meu rosto, logo a seguir me limpei. Fique algum tempo olhando para o meu reflexo enquanto pensava nas palavras dele, e em tudo em que vivemos até agora.

O Que Me TorneiOnde histórias criam vida. Descubra agora