Mahatma Pines.
Já faziam algumas semanas que Witsel estava me ignorando. Quando cheguei a sua casa, subi que ele tinha saído para uma festa. Já tinha passado da hora de jantar, e Sherrim já estava dormindo. Portanto, me tranquei no quarto de hóspedes, mas não consegui dormir.
Na manhã seguinte Ricardo estava connosco o pequeno almoço e Witsel tinha chegado de madrugada, anulei assim a ideia de que Ricardo estava com meu pai. Witsel passou a tarde dormindo, e voltou a sair de noite. Mesmo contra a vontade dos pais. Eu fiquei com Sherrim me entretendo.
Estranhamente Camilla está me tratando bem. Seus olhos não tem julgamento, parece só haver, uma mistura de pena e amor paterno, tendo não ligar para isso. Tento ligar para meu pai mas o celular só cai na caixa postal.
— Você e Witsel ainda estão brigados pelo que aconteceu no supermercado?— Camilla me perguntou aleatoriamente um dia desses.
— É por aí!— Camilla abanou a cabeça em reprovação.
— Já se passa dois meses, vocês são tão jovens para guardar rancor um do outro!— suspirou — Sem falar que vocês se davam bem. Eu não entendo essa geração.
Já se passava uma semana na casa dos Rocha, e eu não falava com Witsel, se não fosse imperioso. Nos travamos como estranhos, e toda a sexta e sábado, ele sai para beber com seus amigos. Eu sempre visualizava seus status, portanto eu sabia com que ele estava quando não estava em casa. Já que ele gosta de publicar suas saídas, as garotas com que ele sai entre outros.
Este é o fim na segunda semana. Como eu estou aqui Camilla exige que o motorista nos acompanhe a escola, Witsel já está no carro a minha espera, eu estava descendo indo em direção ao carro quando senti meu estômago contrair, e essa não é a principal vez, tem sido assim desde que a semana começou. Reduzi os passos para puxar o fôlego, mas estava sendo difícil, sinto meu estômago sendo cortado ao meio.
Parei encostada ao murro e me agachei, sem chance, não tem como eu me locomover daqui para frente. O dia está claro hoje, mas neste momento está tudo escurecendo, ouço vozes dentro da minha cabeça, como se um eco estivesse em minha mente. Não sei se essas vozes são fruto da minha imaginação ou se realmente alguém está me chamando.
Sinto meu corpo indo de encontro com o chão quente, e pedrinhas grudando ao meu cabelo minhas mãos e minha roupa. Sinto como se alguém estivesse batendo com uma panela próxima a minha cabeça. Então eu fecho os olhos, e a dor se esvai.
{•••}
Witsel Rocha.
Mahatma já está sete minutos atrasada. Isso me deixa impaciente, eu já nem gosto de ter de ir de carro a escola, agora tenho de esperar por ela. Por outro lado o motorista está sério e indiferente, bato na buzina para ver se ela aparece. Mas nada.
Abro a porta do carro e logo a vejo inclinada na parede de casa. Chamo por ela mas não responde, então seu corpo cai por terra. Corro em sua direção, tento a acordar mas ela nem sequer responde. A tiro do chão e carrego para o carro, enquanto peço para o motorista chamar minha mãe.
Em fracções de minutos, estávamos a caminho do hospital privada, já que minha família odeia ir ao hospital público. Por razões simples: demoram no atendimento, são impacientes, inflexíveis e por vezes não são práticos. Como se a culpa do Estado não lhes para o salário devido fosse da população.
— Fizemos os exames e constatamos que ela esta com apendicite, até agora ela está sentido dor.— não é preciso que o médico diga isso, é visível pelas expressões que ela está fazendo que está sofrendo. — A apendicite consiste na inflamação e infecção do apêndice. Geralmente, o bloqueio dentro do apêndice faz com que o órgão se inflame e fique infectado. O apêndice é um pequeno segmento em forma de dedo que emerge do intestino grosso, perto do local onde este se une ao intestino delgado. O apêndice pode ter alguma função imunológica, mas não é um órgão essencial.
— Certo, e o tratamento?— minha mãe pergunta preocupada.
— O tratamento envolve cirurgia para remover o apêndice e antibióticos para tratar a infecção.
Depois da conversa como médico tivemos que sair do quarto, minha mãe ligou para meu pai que disse que chegaria em meia hora.
— Não liga para o Ford?— questiono. Ela abana a cabeça negado. — Mãe a filha dele está passado por uma cirurgia agora!
— Eu sei Witsel, eu sei. Acha que não estou preocupada? Eu estou. Estamos cuidando da Mahatma, ela vai ficar bem, se por acaso algo falhar ligarei para Ford. — olhei para mim mãe com reprovação, porque se fosse minha filha eu ia ficar muito puto se não me informassem. — Não me olhe assim Witsel, sua tia me pediu esse favor. E
— Minha tia? A tia Sheid?
Ela acena.
— Ela me fez prometer que só ligaria em caso de vida ou morte. — olho para minha mãe com desdém — Witsel, aqueles dois estão a mais de 17 anos tentando se acertar, eles precisam desse momento a sós que já foi estragado mais de uma vez.
— Mais de 17 anos porque?— a curiosidade me consume.
Sentamos nos bancos de espera então minha mãe me conta o romance de Ford e da minha tia, e que ele não dei certo porque Ford engravidou sua ex melhor amiga, que depois abandonou a ele e a filha para seguir sua vida, enquanto isso minha tia seguiu sua vida nos Estados Unidos, mas não teve tanta sorte no amor como esperado.
— Tudo que vai volta!— resmungo — É Karma. Eu não deixaria a mulher que amo ficar tanto tempo longe de mim!
— Fala isso porque não foi com você!— minha mãe diz convencida — Quero ver quando chegar sua vez. Se você não irá deixar a mulher que ama tanto tempo de ti. Ou pior, não irá fazer ela se afastar de si!
— Mãe a senhora não me conhece. — digo convicto — Quando eu quero algo eu consigo, e nada nem ninguém me impede de conseguir.
Minha mãe me encara durante algum tempo surpresa, antes de mostrar um de seus belos sorrisos. Acho que agora já entendo porque ela era antipática com Mahatma, a julgava pelos erros dos pais, mas parece que ela já superou esses pensamentos.
— Você é que nem seu pai. Com certeza terá a mulher que você ama aqui!— ela abre a mão e bate de leve, então eu dou um pequena risada.
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O Que Me Tornei
RomantiekO óbvio é a verdade mais difícil de se ver. Mahatma foi abandonada pela sua mãe quando ainda era pequena. Desde então sendo cuidada e protegida pelo seu pai. O porquê de sua mãe ter a abandonado e a dor da rejeição é algo que sempre lhe perseguiu. M...