Witsel Rocha.
— Mas do que você imagina!— as palavras dela ecoaram em minha mente repetidas vezes. Como uma maldição.
Estacionei o carro, e desci, ela permanecer dentro do carro revoltada por eu ter levado seu celular. Mas não me atentei a isso, caminhei em direção a secretária, tenho de preencher avaliar atos administrativos que estão pendentes. Tenho acumulado muito trabalho nessas duas semanas que estive buscando Mahatma na faculdade. Para além do trabalho que tenho na empresa do meu pai, tenho estágio aqui na faculdade. O que me ajuda a absorver matéria para minha monografia.
Levei duas horas fazendo o trabalho, assim que terminei voltei para o estacionamento. Mahatma estava sentada no capô do carro comendo hambúrguer e tomando milkshake. Até então ela parece mais calma, confesso que também estou. As palavras dela me deixaram muito irritado.
— Toma.— joguei seu celular e ela pegou no ar — entre para te deixar em casa.
— Vai me deixar em paz?
— É isso que você quer?— toquei em seus fios curtos negros. Ela me encarou por estantes, fazendo minha alma transbordar de esperança.
— É o que eu preciso!— afasto o meu toque de si, como se tivesse levado um tapa no rosto. Não trocamos nenhuma palavra pelo resto de percurso. À deixei em casa e segui meu trajeto e direção ao meu apartamento, cujo me foi oferecido por Sheid após ela se mudar para casa de Ford.
O apartamento fica próximo a casa dos meus pais. Por isso muitas vezes algum dos empregados vem para cá cozinhar e arrumar já que tenho pouco tempo em casa. Mal coloque os pés no meu quarto, me desliguei na cama e apaguei.
Pensando em tudo que tem me acontecido. Namorei com Michelly por seis meses, tivemos um término amigável, as causas da nossa separação foi minha falta de atenção para com ela, e Michelly consegue ser uma mulher pegajosa e mimada. E eu não tenho paciência para dar atenção a outras pessoas. Consigo ser um cara bastante ausente na vida de alguém, por isso sempre evitei relacionamentos sérios.
Até quando namorei com Michelly eu já havia parado de frequentar festas. Comecei a ser amante da minha própria companhia, e depois de Michelly não me envolve com nenhuma outra mulher, não por trauma, mas por estar aborrecido e farto de mulheres. Eu só queria saber dos meus estudos e da minha vida. Isso até eu ver Mahatma entrando com um homem no aniversário de Íris. A forma como ela ria para ele ou de como eles pareciam próximos.
Eu conseguia ver neles, aquilo que uma vez eu fui com Mahatma. E isso me encheu de ciúmes, não pode continuar vendo aquela cena. Eu sabia que uma hora ou outra Mahatma iria se interessar por outro cara, só não sabia que iria doer tanto na prática.
Estou sendo consumido por vários sentimentos asfixiantes, capazes de deixar um homem insano. Eu sei que eu pedi por isso, mas não tem como eu aguentar essa dosagem.
Quando dei por mim era sete da tarde, de um sábado ensolarado. Desde que tomei o café da manhã ontem ainda não comi e meu estômago me cobra por isso.
— Bebê já comeu?— recebo uma mensagem da minha mãe.
— Não, não estou a sentir-me bem. Peço para dizer a Sherrim trazer marmita para mim.
— Está bem bebê.— mesmo depois de ter saído de casa minha mãe continuo coruja, e isso só se intensificou quando parei de participar em festas noturnas. Eu tinha me tornando o filho que ela sempre quis ter. Estudioso, caseiro e respeitoso.
Em pouco tempo Sherrim tocou a campainha, a essa altura eu já havia tomando banho, estava na sala com a TV desligada apenas pensando.
— Mãe está perguntar o que tens?
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O Que Me Tornei
RomanceO óbvio é a verdade mais difícil de se ver. Mahatma foi abandonada pela sua mãe quando ainda era pequena. Desde então sendo cuidada e protegida pelo seu pai. O porquê de sua mãe ter a abandonado e a dor da rejeição é algo que sempre lhe perseguiu. M...