Capitulo 31

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Anallu narrando.

Não lembro de muita coisa desde que eu cheguei no hospital, mas agora estou aqui, num quarto gelado de hospital, meio escuro, com pouca lumisonidade vindo do lado de fora pelas frestas das persianas fechadas, provavelmente está noite já, porém aqui não escurece cedo.
Bom,  olho ao redor do quarto e estou sozinha, e eu estava com um acesso de soro na minha mão.

As dores que eu estava sentindo tinha sumido, e eu não lembro muita coisa depois que os médicos me levaram para uma sala lá, mas eu lembro dores ficaram insuportáveis e eu estava aguentando, e depois disso, eu não lembro de mais nada.

Aproveitei o momento sozinha, e observei meu corpo, e ele estava completamente marcado, meus braços tinham vários pontos roxos e outros estavam vermelhos, minhas costas estavam doendo bastante, e eu lembro de ter visto uns dois machucados no meu rosto e também meu pescoço estava marcado porque o filho da puta quase me mata asfixiada, e eu tenho certeza que também deve estar roxo.

Enquanto eu passeava meu olhar pelo meu corpo, a porta do quarto abriu, revelando o Caio.

— Oi Ná, como você está? — A dor passou? - pergunta se aproximando de mim.

— Oi, pessima, e com medo. — Mas as dores sumiram- digo, e ele faz carinho no meu cabelo.

— Não precisa ter medo. — Ele não vai mais chegar perto de você, tá? - diz e deixa um beijo na minha cabeça.

Como o Caio conseguia ser tão perfeito desse jeito? Porra! Eu trair ele, e ele simplesmente está aqui do meu lado, sendo meu maior apoio. E eu sei que se fosse qualquer outro deixaria eu me lascar sozinha, sem nem olhar para minha cara.

E eu não sei porque, eu começo a chorar.

Só que na realidade eu sei sim, deixei a minha imaturidade falar mais alto, trair meu namorado, e quando eu quis fugir de tudo, eu não tinha mais para onde correr, eu não tinha mais como me livrar do Iago, e agora eu estou aqui numa cama de hospital. Sem contar as inúmeras ameaças, e o pior foi aguentar tudo isso calada.

Eu quero morrer.

— Ei, não chora. — Anallu, por favor. - Ele diz me abraçando.

— Porque você está aqui? — Porque depois de tudo você ainda se importa comigo?

E quando o Caio faz menção de me responder, o dr abriu a porta do quarto.

— Vejo que já acordou, Anallu. — Como se sente?

Eu vou parecer grossa, se eu responder a ele um "você não esta vendo que eu estou péssima?"

— Melhor das dores, quando eu vou poder ir para casa? - pergunto.

Não que eu tenha medo ou coisa assim de hospital, mas ninguém gosta né?

— Então Anallu, você teve um princípio de aborto a três dias, e hoje sofreu um descolamento ainda maior no saco gestacional, de acordo com seus exames, o descolamento é de 60% do saco, então é considerado grave o seu caso. — O que pode evoluir para um Aborto. — E como vimos que o repouso que recomendamos a três dias a atrás não foi cumprido. — Se você quiser tentar levar essa gestação a frente, vamos precisar internar você. - ele diz.

Eu quero levar a minha gestação para frente? Eu não sei..

Óbvio que o bebê ser do Caio, me deixa mais leve, mas minha cabeça está oscilando entre o medo de ser mãe e a vontade de levar a gestação para frente.

Então, enquanto eu olhava para o nada, o Caio responde por mim.

— Ela vai ficar. - Ele fala.

E eu só olho para ele que ignora.

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