Capitulo 44

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Anallu narrando.

Sabe aqueles dias que você só quer dormir para fugir e adiar tudo que você tem que fazer ? Bom, era tudo que eu queria no dia de hoje, passar o dia dormindo para não ter quer enfrentar a vida real.

Por isso, eu já estou mais ou menos a uma hora enrolando aqui na cama para levantar, minha mãe e o Caio ja vinheram aqui no quarto algumas vezes e eu simplesmente finjo que estou dormindo.

Ai fica aquele questionamento, ah Anallu, você  sabe tudo que passou, todas as coisas que sofreu na mão daquele desgraçado e os traumas que está carregando, e simplesmente não quer ir denunciar?

Não é que eu não queira, mas é que ainda é difícil falar sobre tudo que aconteceu, foi muito dificil contar ao Caio, a Luna, aos meus pais e agora ter que sentar com alguns desconhecidos para poder contar resumidamente tudo que aconteceu e a agressão, faz o sentimento de culpa tomar conta de mim de novo, a vergonha e todas aquelas outras coisas que eu sentia antes..

Eu só queria viver a minha vida em paz.

Mas enfim, parei de enrolar na cama e levantei, indo fazer minhas higienes, coloquei uma roupa confortável e fresca pois fazia sol na fora, o que infelizmente fez alguns roxos que ainda estavam no meu braço ficarem expostos.

E infelizmente, senti algumas lágrimas descerem sobre meu rosto, e era assim toda vez que eu lembrava de tudo, por mais que eu quissesse manter a postura de já passou, está tudo bem, quando eu estava sozinha, eu desabava.

Estava perdida nos meus pensamentos e olhando as marcas que ainda tinham no meu corpo que eu nem vi que o Caio estava no quarto, só quando ele me envolveu num abraço.

— Ei, não chora amor. — Eu sei que deve trazer tantas lembranças ruins e doer tanto em você. — Mas acabou, nunca mais ele vai chegar perto de você ok? — E vai pagar por tudo que ele te fez lua. - diz.

— Não.. Não acabou. E você sabe.. — Agora eu vou ter que enfrentar dois processos, eu vou ter que expor tudo que eu passei e todo mundo vai saber. — Se vazar para internet então. — Eu só queria paz. - digo chorando.

— E você vai ter paz, meu amor. — Juro, mas você sabe que precisa fazer isso.- diz com toda calma do mundo.

Fiquei abraçada com ele por um tempo, mas como eu disse era inevitável, a gente tinha que sair, então eu fui tomar café e logo a gente saiu para ir até a tal delegacia.

Minha mãe arrumou até uma advogada aqui.

Enfim, quando chegamos na delegacia lá, a advogada que a tia Gabi, advogada e amiga da minha mãe tinha indicado para ela aqui, me explicou todo o processo, que eu não teria que contar toda história a fundo, só contextualizar, mas que a parte da agressão eu ia ter que relatar todos os detalhes e outras coisas mais, e que aqui só seria realizada a denúncia de violência fisica porque ocorreu aqui na espanha, mas as de violência psicológica, sexual e moral seriam feitas lá na Inglaterra.

E entramos, ela fez todo o trâmite lá para poder iniciar o proceso,  e ao entrar na sala, me deixou mais confortável o fato de quase 80% das pessos ali serem mulheres, acho que seria menos vergonhosos de contar.

Então a delegada ouviu toda a minha parte da história, ouviu o Caio, a minha mãe até a Luna, que chegou depois porque tinha ido fazer prova na faculdade, minha advogada entregou todas as provas, vídeo das câmeras de segurança do condomínio da Lu, da frente do apartamento dela, algumas fotos que eu tinha tirado dos meus machucados, foto do buquê que ele me mandou pedindo desculpas que não faria mais, que estava arrependido e outras coisas mais, e agora era só aguardar.

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