Capítulo 8 - Ele tava possuído?

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14 de junho, 2007 - 02:34 AM
ALYSSA VISION

Chegamos em casa e fomos assistir filme, tradição de sexta-feira. Escolhemos "Entrando Numa Fria", um filme de comédia que o Bill, Gustav e Georg adoravam, eu vi 1 vez só e achei bem legalzinho.

Todo mundo estava acordado até umas 01:40, depois a Cassie e o Gustav capotaram no sofá, agarrados como sempre. Bill, Georg, Tom e eu ainda estávamos assistindo, até que vejo que Georg também dormiu, no chão mesmo, Bill se apoiou em Tom e eles dormiram também. Ótimo. Sozinha. De novo.

Fui para a cozinha tomar água e peguei uma maçã, estava com fome. Fiquei por lá e voltei para a sala, todos estavam dormindo ainda. Tomei minha água e terminei de comer minha maçã e encarei o nada. Gustav e Cassie aparentavam estar mortos, Georg parecia um mendigo, Tom estava no seu décimo quinto sono, Bill também, porém parecia um anjo dormindo. Que lindo. Resolvi acorda-lo para contar logo de uma vez o que eu sentia por ele. Balancei ele um pouco e chamei o seu nome, então ele acordou ainda meio sonolento.

— Que horas são?

— 02:34 da manhã

— O QUE?!? POR QUE VOCÊ ME ACORDOU ESSA HORA?!? —ele perguntou, querendo berrar, mas saiu como um sussurro.

— Calma, Bill. É que eu preciso te contar uma coisa e não aguento mais esperar... vem comigo. — Peguei em seu braço, ainda com borboletas no estômago, e o levei até meu quarto.

— Ah, tudo bem. Pode contar para mim, tá tudo certo. — Ele tentou me tranquilizar pegando em minhas mãos, porém eu ainda estava nervosa.

— Eu vou ser bem direta. Eu gosto de você, acho até que eu amo você, não em sentido de amizade, no sentido romântico. Seu jeito me encantou e nunca contei isso para ninguém, mas eu gosto e muito de você, Bill...

— Oh, meu amor, vem aqui. — Bill me abraçou e eu comecei a chorar. Ele passou suas mãos pelo meu cabelo fazendo carinho, enquanto o moletom dele ficava encharcado com as minhas lágrimas.

— Foi muito corajoso da sua parte me contar isso, Aly. Meu objetivo não é te magoar, nunca, jamais, mas eu não sinto o mesmo que você sente, eu te considero quase como uma irmã, e eu acho que gosto de outra pessoa... — diz ele e eu começo a chorar mais, desmorono em seus braços.

Eu gostava de verdade do Bill, mas ver ele mesmo falando que não sentia o mesmo e me considerava como uma irmã era muito, mas eu vou ter que seguir em frente, ele é só um amor de infância, uma fantasia. Eu preciso crescer, e não olhar para trás, que nem meu pai me disse...

— Eu vou voltar a dormir, ok? Fica bem, eu me importo muito com você, Aly. Boa noite — Bill disse, se afastando de mim e voltando ao sofá para dormir.

Eu fui para o meu quarto e comecei a chorar desesperadamente, porque para mim era o fim do mundo, mas não era. Era só um amor não correspondido. Eu preciso fazer alguma coisa, então vou escrever em qualquer lugar, e jogar meus sentimentos fora, e esquece-los completamente.

Estava caindo de sono, olho meu celular e vejo que são quase 4 da manhã, vou para a cama mas antes de ir deitar, mas antes vou até a porta do quarto, pois escutei passos, então vejo Tom ali, parado, provavelmente ia bater na porta. Deixei ele entrar e fazer sei lá o que ele queria.

— Aly, tá tudo bem? Ouvi você chorando... —Tom disse tristemente.

— Ah, é que eu acabei de descobrir que o amor da minha vida, o amor que eu tenho por uma pessoa há anos e que eu jurava que era recíproco na verdade não é... — O abracei e comecei a chorar de novo, e com bem mais lágrimas, pois me lembrei do meu pai, e de como ele amava a minha mãe, e também de como eles tinham uma relação incrível, já faz quase 5 anos, 5 longos anos.

Ficamos abraçados por um tempo, sem falar nada, apenas ouvindo o meu choro e as nossas respirações. Estava tão confortável, me senti bem por alguns instantes e parei de chorar. Abraços sempre me acalmavam - principalmente o do Tom -, e eu amo isso. Normalmente Tom não é lá a pessoa mais carinhosa existente, mas quando ele quer ele consegue. Teve uma época que pensei que gostasse de Tom, mas não, ele era meu melhor amigo. Tom quebrou o silêncio e começou a falar.

— Quem é?

Eu não sabia como dizer para ele que era literalmente o irmão gêmeo dele, mas tive que falar.

— O Bill — disse, chorando de novo. 

— Alyssa, não fica assim, você é uma garota incrível e merece alguém melhor que ele, e que te ame de verdade e faça tudo por você — Tom falou quase em um sussurro, estava sério.

— Não vou ficar assim, obrigada. — O abracei forte, realmente agradecendo por ficar assim comigo.

— Não precisa agradecer, faço qualquer coisa pela minha garota, minha melhor amiga. — Senti um leve ênfase na palavra "amiga".

— Tudo bem, você não está com sono? — perguntei, porque eu estava quase caindo no chão de tão cansada.

— Não muito, mas sim. — Soltou um sorrisinho de canto que me fez lembrar da primeira vez que o vi, fazendo esse mesmo sorriso para mim, batendo na porta da minha casa enquanto eu esperava Cassie chegar...

— Eu também, vou me deitar. Boa noite, Tom, e obrigada de novo. — Sorri para ele, indo em direção à minha cama.

— Posso ficar aqui? Não gosto de dormir sozinho, no escuro... — Tom riu e se aproximou de novo. Fiquei sem entender, mas deixei ele ficar.

— Ah... pode. — Um sorriso se abriu em seu rosto e ele se deitou na minha cama, apenas virei para o outro lado e peguei no sono.

Essa noite sonhei que eu e Bill estávamos discutindo, não sei pelo o quê, mas não gostei dessa imagem, desse jeito que ele me tratava no sonho, com ignorância, grosseria, parecia que ia me dar um soco, acordei no susto e fiquei encarando nada, pensando no que eu faria se ele agisse assim na vida real. Estava tão assustada que esqueci que Tom estava aqui, aliás, bem pertinho de mim, dava pra sentir sua respiração no meu braço que estava apoiado na cama.

Era 07:47 da manhã, Tom Kaulitz estava dormindo do meu lado, quase babando porque estava com a boca aberta, eu ri baixinho e ele sorriu. Jesus Cristo, ele tava possuído?

Tom abriu os olhos e me encarou, ele riu tentando limpar a baba da boca dele e eu só rindo vendo sua situação embaraçosa. Ele se levantou e ficou sentado na cama, encarando o nada junto comigo. Que porra é essa?

— Bom dia. — Resolvi cortar o clima estranho.

— Oi — disse ele, voltando a se deitar.

— Você tem problema? — perguntei, realmente querendo saber se ele tem algum tipo de demência para estar sorrindo assim para mim.

— Não? — Ele riu novamente, me fazendo rir também.

Ficamos em silêncio novamente por alguns instantes, mas logo ele me olhou e disse:

— Sabia que você é muito bonita? — Ele abriu um sorriso nos lábios, lambendo eles bem devagar e mexendo com a língua em seu piercing, me encarando de cima a baixo... aquela maldita pergunta, 4 anos...

— Sim, você também é, sabia? — perguntei, fazendo a mesma coisa que ele, lambendo os lábios, o encarando de cima a baixo. Não sabia porque estava fazendo isso, mas deixei rolar.

Continuamos assim por um tempo, ele foi se aproximando de mim um pouco, e eu só fiquei parada, encarando ele e vendo como ele está mais lindo agora que é um adolescente. Fui me afastando um pouco, então ele saiu rapidamente do quarto, sem tirar os olhos de mim e foi para a sala. Meu deus, acabei de flertar com o irmão do meu amor de infância que acabei de descobrir que o que sinto por ele não é recíproco? Que ótimo. Parabéns, Alyssa Mckenna!!

O resto do dia foi normal, conversei com Cassie sobre o que aconteceu na madrugada com Bill, sobre Tom e coisas da vida. Ela contou que Gustav pediu ela em namoro, estava super feliz! Comemoramos juntas por pelo menos uma das duas não estar mais encalhada. Mas logo logo será a minha vez...


Continua...









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Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora