Without Looking Back | Tom Kaulitz

Capítulo 43 - Luxemburgo

BILL VISION

Estou confuso. Extremamente confuso. Por que Hanna foi embora? Estas notícias de Tom e Alyssa são reais? Eles estão mortos? Não posso saber agora, mas vou ter as respostas quando Hanna aparecer.

Já faz 3 meses que Hanna saiu por aquela porta e nunca mais voltou. Estamos em 2010, quase três anos de desaparecimento do meu irmão e da Alyssa, e a cada dia que passa estou desacreditando que eles realmente estejam vivos.

Todos estamos cansados. Nossas vidas se repetem dia após dia, sempre nos recordando dos últimos acontecimentos, como a saída de Hanna, a morte de Buzzy e o principal, o desaparecimento deles. Por que justo eles? Meus irmãos mais velhos, que sempre estavam comigo e que realmente não mereciam tudo isso que passaram.

Passei diversas noites em claro, acordado por pesadelos horríveis em que Tom e Aly eram brutalmente feridos e mortos. Isso se repetia todos os dias, mas com algum detalhe diferente. Não estava suportando mais, me isolava de tudo e todos, ficando o dia inteiro no quarto sem saber o que pensar ou fazer. Sei que Mary está chateada comigo, mas eu estava chateado comigo mesmo e nem eu conseguia me perdoar.

A morte de Buzzy é minha culpa. A saída de Hanna de nossas vidas de alguma forma foi minha culpa. O motivo de Tom e Aly não estarem conosco agora tem algo a ver comigo. Não consigo imaginar outro motivo sem ter relação à mim. A culpa me consumiu e não me deixa viver sem estar com ela em minha sombra. Me olho espelho e só consigo ver Tom. Acabado. Machucado. Triste. Sozinho. Vazio.
E eu me sinto exatamente assim.

Sinto que, se ele estiver mesmo vivo, está cada vez mais distante, mais distante e mais difícil de nos encontrarmos algum dia.

TOM VISION

Não consegui dormi. Eram muitas perguntas, todas sem respostas. Iremos para Luxemburgo, cada vez mais longe de casa, e mais perto da morte. Odeio tudo isso, só queria sair dessa porra de lugar e ver Priscila morrendo e sofrendo mil vezes mais tudo o que fez conosco e com as outras pessoas.

— Venham aqui — disse o segurança 1 após abrir a porta pesada de metal que já estou cansado de ver. — Estamos indo agora.

Me levantei com um pouco de dificuldade, ajudei Aly a se levantar e caminhei até o homem entediado. O segui com Alyssa ao meu lado e suspirei vendo Priscila e seu sorrisinho sádico estampado no rosto enquanto girava as chaves de um veículo nos dedos.

— Se apressem, o jato já irá partir. — Sorriu se virando para a saída quando nos aproximamos. — Fiquem tranquilos, não vou matar vocês. Não dessa vez.

Engoli em seco e encarei Aly que estava com os olhos arregalados. Segui andando até me deparar com uma pista de pouso gigante e que eu não havia notado antes. O chão era de pedra, com uma pista de voo enorme ao lado de um local fechado, como se fosse um aeroporto, só que bem menor e bem mais deserto.

Olhei mais adiante e vi dois jatos pequenos prateados. Priscila entrou no que estava vazio subindo uma pequena escada e nos chamou com o dedo indicador para a acompanhá-la. Subi as escadas após Alyssa entrar no jato apreensiva e então observei melhor como era. Um mini avião, basicamente. Me sentei ao seu lado no outro banco, já que ela estava do lado da janela.

— Está pensando em quê? — perguntei e ela me encarou juntando os lábios rapidamente.

— Em como eu estou cansada e com dor. Pelo menos não iremos mais ficar aqui.

— É, mas lá não vai ser muito diferente do que foi aqui — respondi e dei de ombros enquanto ela me encarava.

Apoiei minha cabeça no encosto do banco e Aly colocou a sua em meu ombro, fechando os olhos rapidamente e se ajeitando no banco. Escutei alguém me chamar, mas não sei de onde veio o som.

— Ei, Tom! Porra — escutei e senti um chute atrás do banco, me fazendo ir para frente e acordar Alyssa.

— Caralho, pra que isso? — perguntei me virando e vendo Hanna sorrindo. — O que você quer?

— Você quer respostas, não é? Pois bem, faça perguntas — disse inclinando a cabeça para o lado e se deitando em seus próprios braços em cima do meu banco.

— Como você conhece Cassie e meu irmão?

— Fácil. Eu e minha amiga estávamos no mercado, daí encontramos Georg e Bill lá, e desde então sempre estivemos conversando e convivendo juntos. Eu cheguei a namorar Georg e minha amiga, Mary, o Bill. Mas tive que terminar com ele, por causa de vocês — dizia e eu comecei a entender um pouco.

— Como assim, por nossa causa? — perguntei confuso.

— Porque eu tinha que ir salvar vocês e dar uma desculpa para eles não irem atrás. Ah, sim, eu vou tirar vocês daqui — disse convencida e eu agradeci mentalmente.

— Que ótimo! Como eles estavam?

— O seu irmão estava super depressivo achando que você e ela estavam mortos, o Gustav e o Georg estavam meio deprimidos por minha causa, já que eram meus amigos mais próximos e Georg era meu namorado. A Mary e o Bill ficaram noivos, deixe eu ver o que mais...

— MAIS!? É muita coisa de uma vez só — falei indignado e surpreso.

— Pergunte logo o que você quer saber. — Me encarou e deu uma olhada rápida para Alyssa.

— Você já conhecia a Kris e a Priscila antes, não é? Desde quando vocês trabalham juntas?

— Antes, nós três éramos muito amigas. Só que com o tempo, a Priscila foi ficando cada vez mais paranoica e com pensamentos doentios, como por exemplo torturar e matar pessoas por pura vingança. Então, eu e Kris decidimos retirar Priscila de nossas vidas, então começamos a não conversar tanto com ela e depois simplesmente ir embora. Isso tudo foi em 2003, quando tínhamos mais ou menos 18 anos. E foi bem nessa época que ela começou a drogar a minha irmã, Claire. Minha irmã só tinha 16 anos e Priscila conseguiu matá-la... — dizia e eu escutei tudo atentamente.

— Eu não sei o que dizer...

— Não precisa dizer nada, se quiser. Isso foi há 7 anos.

— 7 anos atrás eu tinha 14, eu nem namorava com a Aly ainda... — falei olhando ela dormindo novamente.

— A vida é assim. Incrível para alguns, uma grande merda para os outros, assim como o mundo que estamos vivendo. Só tem pessoas lixo — dizia irritada e eu ri um pouco.

— Apertem os cintos, estamos decolando para Luxemburgo. Boa viajem — disse uma voz de mulher no alto-falante.

Me deitei no banco e fiquei pensando, se eu nunca tivesse conhecido a Aly, nada disso estaria acontecendo, tanto comigo, quando com ela. Mas se eu não tivesse conhecido ela, não teria conhecido o amor da minha vida.

— Ah, esqueci de dizer — Hanna disse após um tempo. — Aquelas cartas que vocês fizeram, eu que pedi para escreverem. Entreguei no correio ontem para ir até a Alemanha. Eles irão receber as cartas.

Sorri após ouvir isso e imaginei como seria a reação de Bill após ler a carta, provavelmente devastado. Espero ir para casa logo.

Continua...

**vão lá na minha outra fanfic**