Capítulo 54 - Sim ou não?

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ALYSSA MCKENNA

Continuei pensativa encarando a carta, criando cenários diversos onde eu estou dançando e cantando em palcos que a luz está completamente sob a minha cabeça.

— Aly, você tem que aceitar! Sabemos que vocês ainda estão... Como posso dizer...?Traumatizados? Mas esta é a oportunidade da sua vida, o seu sonho! Se você aceitar, sua vida mudará completamente — disse Cassie me aconselhando, e logo após colocou suas mãos em meus ombros.

— Cassie, eu não sei... Tudo está muito confuso agora, e eu acabei de voltar para a minha antiga vida. Não sou mais a mesma de antes, e talvez não seja a nova Alyssa McKenna que eles precisam — disse com receio.

— Primeiro você tem que conversar com a empresa pessoalmente, e depois você decide se vai aceitar entrar para a agência ou não — Tom opinou, e eu concordei.

— E também tem o fato de que eu não estou em condições para dançar agora, porque estou cheia de machucados por todo o meu corpo, além de que a minha saúde mental está acabada. — Dei uma pausa e suspirei, encarando meu próprio corpo cansado. — Preciso pensar bem e considerar todos os fatores para ver a melhor opção que eu tenho.

— Claro, Aly... Vou te apoiar sempre, no que você acreditar que é melhor — disse ela, me abraçando. — Mas agora você e o Tom precisam descansar, e quando eu digo descansar eu quero dizer dormir como nunca jamais tiveram a chance, não transar, o.k? Vocês precisam disso.

Concordamos e fomos para o quarto de Tom, que também estava exatamente como antes. Senti uma nostalgia ao ver aquele cômodo, onde tudo estava bagunçado como Tom sempre deixava. Me deitei em sua cama e ele logo veio ao meu lado, encostando sua cabeça no travesseiro e me abraçando.

— Como você está? — perguntou, olhando em meus olhos e fazendo carinho em meu cabelo.

— O melhor estado que eu poderia estar agora, sendo que estou toda cortada e com a cabeça cheia — respondi, me ajeitando em seu peito. — E você?

— Igual, mas estou pensando na proposta que fizeram à você — disse, olhando para o teto desta vez.

— Eu também. Será que eu aceito? É uma proposta muito boa e tentadora, e eu provavelmente vou ganhar muito dinheiro, mas olhe para o meu estado. Acabada, em todos os sentidos. Não sei se tenho condições para dançar agora, e nem ano que vem.

— Você tem que analisar todos os aspectos. Bom, esse é o seu sonho desde que eu te conheci, e você sempre disse isso para todos — disse, e depois continuou. — Além de dançar, você pode cantar também, a outra coisa que você ama fazer. Se eu fosse você, eu aceitaria, mas é o que você escolher que vai ser o certo, e eu vou te apoiar independente da sua escolha.

— Tem tudo isso e mais o tempo que eu vou ficar fora. Eu acabei de reencontrar a minha família e amigos e já irei embora novamente? Não sei se é isso que eu quero mesmo... — disse, ainda em dúvida sobre o que fazer.

— Aly, essa é a chance da sua vida, e provavelmente não terá outra. Essa oportunidade pode abrir outros caminhos para outras coisas e para você construir seu futuro. Pense bem antes de responder a carta — terminou a conversa e beijou o topo de minha cabeça, logo caindo no sono.

Fiz o mesmo que ele e dormi ao seu lado, aproveitando sua cama macia e sua própria companhia, que sempre esteve comigo, desde o início. Eu ainda sentia que algo estava diferente, mas não sabia o que. Talvez fosse eu mesma, pois mudei muito desde 2007, quando tinha apenas 18 anos, e irei completar 22 daqui alguns meses.

Naquele momento, eu só precisava descansar e esfriar a cabeça.

(...)

Senti alguém me cutucar, então esfreguei meus olhos para poder olhar melhor e vi Cassie em minha frente. Olhei para o lado e vi que Tom não estava mais ali, e percebi que Cassie estava com o telefone no ouvido, me encarando enquanto indicava para eu ir com ela para fora do quarto.

— O.k., vou passar o telefone para ela — disse ela e me entregou seu celular, então eu o coloquei no telefone para conversar com seja lá quem fosse.

— Oi?

Olá, aqui é a ACDA! A senhorita é Alyssa McKenna?

Sim! O que precisa?

— Precisamos da sua resposta. Temos até amanhã para confirmar se a senhorita irá ou não participar da nossa agência.

— Ah, eu estou em dúvida ainda... Mas quando me decidir, retornarei a chamada.

Certo! E, caso aceite, ficaremos muito feliz em recebê-la!

— Obrigada! Retorno já! — Desliguei o celular encarei Cassie confusa. — Por que estão ligando agora? Acabei de abrir a carta!

— Aly, foi ontem que você abriu a carta! — exclamou, e eu arregalei os olhos.

— Mas passou tão rápido... — disse, lhe entregando seu telefone.

— Você dormiu a tarde inteira, dormiu à noite também e só acordou agora! Tom acordou antes e está com Georg testando suas guitarras. Você devia estar tão cansada que não percebeu a noção do tempo. — Riu, e eu me surpreendi.

— O.k... Sabe onde Hanna está? — perguntei.

— Provavelmente junto com Georg também, ou talvez em seu quarto... — respondeu, incerta.

Agradeci e fui em direção ao quarto de Georg, mas ela não estava lá. Desci as escadas e fui até a garagem, e lá estava ela, conversando com Georg enquanto afinava seu baixo. Fui em direção à ela e me sentei ao seu lado no sofá de couro que ela estava.

— Hanna, eu preciso falar com você — disse, direta.

— Ah, tudo bem... Georg, eu já volto — avisou, e o mesmo concordou.

Me levantei e subi as escadas novamente, com Hanna atrás de mim. Fui até o quarto de Tom novamente e indiquei para que ela sentasse em sua cama, assim como eu.

— Eu preciso da sua opinião, Hanna. Você é a mais velha de nós, e também a única amiga com quem tive contato nesses anos, por isso confio em você — disse, enquanto ela escutava atentamente. — O que acha que devo fazer? Aceito ou não aceito a proposta da agência?

— Olhe... Sinceramente, aceite. Pode te causar muitos problemas, por você acabar de ter voltado à sua vida antiga e por carregar tantos traumas, mas vai te fazer bem, apesar de tudo.

— Que tipo de problemas?

— Problemas com a fama, com a saúde e os haters. Tudo isso vai estar junto, e é a pior parte de ser famoso, ou uma celebridade, como o Tokio Hotel. Eles não tem privacidade e não podem fazer nada sem que a mídia saiba. Isso irá acontecer com você também, é inevitável, mas você será muito feliz também.

— Entendi... Obrigada, Hanna. — A abracei e a mesma sorriu, indo em direção à garagem novamente. Mas antes, se virou para mim e disse:

— Conte comigo para o que precisar, e eu realmente acho que você deveria aceitar entrar para a agência. — Se virou novamente e foi em direção à garagem assim que saiu do quarto.

Fiquei pensando sobre tudo o que poderia acontecer, tanto coisas boas, quanto ruins, e cheguei a uma conclusão.

Pedi para Cassie seu celular novamente e liguei para a agência.

— Olá novamente, Alyssa!

Oi!

— Então... O que vai ser? Sim ou não?

Fiquei em silêncio por alguns segundos, pensando se era a decisão certa à ser tomada, e percebi que sim.

— Sim!

Continua...



**Feliz Natal!**

Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora