ALYSSA VISION
Era noite em Luxemburgo, e eu não conseguia dormir. Todos estavam dormindo, com a respiração pesada e a paz que as pessoas trazem quando estão assim, calmas.
Mas eu estava tudo, menos calma.E se alguém me viu? E se alguém me reconheceu? E se Priscila me encontrou? E se eu morrer?
Eu só pensava isso. Nada mais. Desde aquele dia, e já faz 1 mês. Tenho medo de sair por aí, tenho medo de perder quem eu amo, tenho medo de viver. A angústia e o medo são maiores do que eu, maiores do que qualquer outra coisa que já senti algum dia.
— Está tudo bem? — Tom sussurrou em meu ouvido, me dando um susto e me fazendo arrepiar.
— E se eu morrer, Tom? Existe essa possibilidade.
— Aly, você não vai morrer.
— Como você pode ter certeza? Priscila é louca, você sabe disso!
— É, eu sei, mas estamos seguros aqui. Respire fundo e volte a dormir.
— Eu não consigo dormir. Eu não posso dormir. Não durmo desde aquele dia do mercado.
— Então vai ser agora que você vai dormir. — Agarrou minha cintura com seus braços fortes e me levou até a cama, onde me colocou e se deitou junto à mim. Colocou a cabeça na curvatura do meu pescoço e adormeceu atrás de mim. Talvez eu consiga dormir...
(...)
Acordei com a luz fraca da lâmpada enferrujada que havia em nossa base, acesa por Hanna, bem acima de mim.
— Bom dia, dorminhoca. Levante-se e se arrume. Vamos dar o fora daqui — disse Hanna, mas não escutei atentamente. Percebi que Tom já não estava mais ao meu lado, provavelmente acordou antes.
Fiz o que ela pediu e fui até os computadores, onde indicavam as câmeras da cidades para nos ajudar. Julian, Kris, Emily e Tom já estavam ali,
à minha espera.— Como vai ser, então? — perguntou Emily, cruzando os braços e lambendo os lábios.
— Vai ter que ser à noite, claro. Iremos sair daqui pela floresta e passar em uma loja de armas, para nos prevenirmos mais. Se Priscila nos encontrar, talvez teremos que nos separar, e então escapar por diferentes lados, assim a confundindo.
— Beleza, então é só esperarmos algumas horas... — Julian estava contando em seu relógio. — Daqui 5 horas sairemos!
(...)
O tempo foi passando, e eu ficava cada vez mais angustiada. O dor psicológica que eu sentia era maior do que a dor de todas as torturas que sofri ao longo dos anos juntas. O nó em minha garganta aumentava cada vez mais. Não tinha mais vontade de comer, de ver, de falar, de respirar, de sentir, de viver. Não tinha vontade nem capacidade para mais nada.
Olhava o relógio do computador indicar a passagem de tempo, ouvindo os outros conversarem distante de mim, prestando atenção somente nos números que aumentavam. Piscava algumas vezes, depois de sentir meus olhos arderem. Me levantava da cadeira, depois de ficar com as pernas formigando. Erguia a cabeça e estralava o pescoço, depois de ficar com dor naquela região. Estava parecendo um robô programado, que não tem emoções, nem nada.
— Aly, é agora — Tom me chamou, mas não o encarei; continuei olhando o computador. — Ei, não fique assim. Vamos escapar. Agora.
Não o respondi, apenas me levantei e segui os outros. Ele não questionou e foi ao meu lado, passando seu braço pelo meu ombro e me puxando mais perto de si.
Seguimos pelo túnel enferrujado e que fazia eco a cada mísero barulho feito, causando-me um certo desconforto. Chegamos no final, mostrando a escada por onde passávamos para chegar na floresta. Subimos e entramos no carro, que estava um pouco mais longe da base.
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Without Looking Back | Tom Kaulitz
RomanceAlyssa McKenna acabou de se mudar para a Alemanha, onde conheceu suas amizades verdadeiras e viveu sua adolescência inteira. Depois de um tempo, as coisas foram esquentando, e o clima entre Alyssa e seu vizinho, Tom Kaulitz, aumentou. Tudo ocorria...