Capítulo 36 - "De que tudo isso vale a pena?"

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CASSIE VISION

Não falamos nada para a polícia sobre a nossa teoria ainda, porque não temos certeza. Se as investigações não estiverem dando em nada, vamos contar. Mas o problema agora é encontrar o Buzzy, que já está desaparecido faz algumas semanas. Espero muito que alguém tenha o encontrado, não viu os cartazes e esteja cuidando dele agora.

— Onde será que o Buzzy está? — perguntou Mary para mim, repetindo isso toda vez que fica nervosa.

— Ainda não sabemos, mas vamos achar ele. — Mudei minha postura e Mary enxugou uma lágrima de sua bochecha.

— Cassie, o Bill está estranho — disse Mary me encarando com os lábios trêmulos.

— Como assim? — perguntei.

— Não sei, está agindo como se o Buzzy nunca tivesse existido e que não foi culpa dele ele ter fugido — disse rapidamente. — E também tem outra coisa, acho que ele está fumando. Mas tipo, não cigarro normal, maconha mesmo... — disse Mary baixo.

— Espere, sério? Não tem nada que aponte para isso — disse eu e ela negou com a cabeça.

— As vezes, eu acordo de manhã e ele não está do meu lado, então vejo uma fumaça saindo do banheiro e depois escuto algumas tossidas... — murmurou sem ânimo.

— Você tem que falar com ele. Agora — disse e ela afirmou indo até lá.

— Isso não é bom... — pensei.

MARY VISION

Entrei no quarto e lá estava ele, fumando e mexendo no celular, sorrindo como um bobo.

— Bill, o que é isso? — perguntei e ele escondeu o cigarro atrás de si.

— Eu só estou vendo meu celular — disse calmo.

— Você acha que eu sou trouxa? Eu vi o cigarro ou seja lá o que você estava fumando na sua boca, hein? E o que você tanto faz no seu celular, que não permite você interagir comigo direito? — perguntei tudo de uma vez e Bill encarou o chão, depois o teto, as paredes...

— Bill, me responda! — disse e ele desviou o olhar do teto pra mim.

— Eu acho que o Tom está morto — disse triste e vi uma lágrima percorrer seu rosto rapidamente, caindo no chão e molhando o piso. — Eu sempre descontei meus problemas com outras coisas sem ser as pessoas, para não machucar quem eu mais amo, mas mesmo que indiretamente eu causo algo... Me perdoe, Mary — disse ele. Quanto mais ele fala, mais lágrimas desciam de seus olhos, junto aos meus.

— Bill, escute aqui. Tom não está morto, o.k.? Não tem porque ele estar morto, não faz sentido! E mesmo se estivesse, você não pode ficar assim, ele não gostaria de te ver como está — afirmei, o abraçando forte, apoiando minha cabeça em seu peitoral.

— Eu estou olhando no meu celular algumas fotos e vídeos antigos nossos, me faz sentir como se ele estivesse aqui ainda, do meu lado — disse Bill, chorando um pouco mais e fazendo carinho no meu cabelo. — Sempre me dá um aperto no coração pensar que ele pode estar morto, e mais ainda porque ele pode estar sofrendo muito agora — disse, chorando e expirando rápido.

— Eu sinto muito, Bill. Eu sei que eles estão bem e vão ficar também, tá? Não fique assim, por favor — disse e ele concordou, apoiando seu queixo no topo da minha cabeça.

— Tá tudo bem, tá tudo bem... — continuei dizendo e repetindo várias vezes até ele se acalmar.

— Desculpa se não parece que eu estou me importando em procurar o Buzzy, mas eu estou. E eu vou encontrá-lo — afirmou após um tempo. — Algumas vezes eu via aqui nas notícias que avistaram um cachorro igual a ele, mas que ele fugiu. A gente vai achar ele, estamos perto — disse e então beijou minha testa.

Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora