Capítulo 59 - Necessidade

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TOM VISION

— Tom! — Bill me chamou, me tirando do devaneio.

— O-o quê? — gaguejei.

— Temos que ir agora. Esperar aqui não ajudará em nada — disse, saindo do hospital com Nathan ainda chorando ao seu lado.

Os segui e entramos no carro que nos esperava, e logo ouvimos os flashes em cima de nós. Fechei os olhos rapidamente para os raios de luz não me cegarem. Eu realmente não lembrava como era a vida de famoso.

Chegamos no hotel e mais e mais flashes nos atingiam. Entramos no local e fomos ao nosso apartamento, onde os outros nos esperavam.

Gustav e Cassie estavam assistindo televisão, Mary estava cozinhando algo e Hanna e Georg estavam conversando na bancada da cozinha. Todos nós encararam ao Bill abrir a porta com pouca sutileza.

— O que aconteceu? Cadê a Aly? — Cassie foi a primeira à tomar as palavras.

— Poliane McKenna faleceu... — disse Bill, e Nathan começou a lacrimejar mais do que antes.

— Eu sinto muito, Nathan... — disse Georg.

— Meus pêsames, Nate. Se quiser conversar, eu estou aqui — disse Mary, saindo da cozinha e indo abraçar o amigo.

O clima pesou, mas percebi que encaravam à mim. Eu estava com uma aparência não muito boa, se assim posso dizer. Olheiras profundas, as tranças se desfazendo, roupas suadas e pesadas e lágrimas secas no rosto.

— Tom? — escutei uma voz me chamar, e percebi que era Hanna. — Você sabe o que aconteceu com a Aly?

— Eu... Eu... Não sei, e prefiro não saber.

Consegui ouvir os cochichos de Bill para os outros, dizendo o que havia ocorrido com o avião de Aly e como ela poderia estar agora.

— Ela vai ficar bem, Tom. Não se preocupe — disse Cassie, me abraçando.

— Eu tenho que ir lá, Cassie. E se ela estiver passando mal? Ferida? Doente? Ela pode estar morta. — A encarei profundamente, e ela sentiu o peso de minhas palavras.

— Tom, não pense assim. Vamos receber as notícias e ouvir o rádio. Não devemos tomar decisões precipitadas.

Me calei e fui até a cozinha, pegando um copo de água e derramando o líquido por minha garganta, rapidamente o engolindo. Coloquei o copo na bancada novamente, e assim o video fez barulho com o baque do mármore, mas apenas por causa silêncio que havia ali.

Sentia os olhares de todos sobre mim, mesmo não podendo vê-los. Eu estou acabado fisicamente e mentalmente, e isso está mais do que perceptível para todos. Alyssa não está bem, mas nenhum deles faz questão de ir atrás e entender o que está acontecendo.

Por que tudo tem que ser tão complicado? Por que ninguém sabe o que aconteceu? Onde Aly está agora? Como ela está? O que aconteceu? Qual é o problema com todos aqui?

Saí da cozinha com os passos apressados e fui até meu quarto, para ligar a televisão e acompanhar tudo que estavam dizendo.

"O avião acabou caindo na Irlanda, em uma floresta tropical. A asa do avião estava danificada por conta de uma manutenção mal feita." — dizia uma repórter.

Estão longe de nós...

"Quase não houve sobreviventes, mas estamos fazendo o possível para ajudar os que ainda restaram." — dizia um médico, preocupado.

"Os sobreviventes estão sendo encaminhados para os hospitais o mais rápido possível."

"Infelizmente, foi confirmado que Violet Dahen faleceu, às 23:18 do dia 9 de outubro."

A amiga da Aly...

"Abel Tesfaye se encontra em estado crítico de coma. Por pouco sobreviveu, mas com os braços e pernas quebrados, e cego de um olho."

"Eles eram muito jovens... Tudo isso é uma grande injustiça! Meus filhos estavam naquele avião, indo realizar seus sonhos na Alemanha! Isso é uma grande irresponsabilidade, e algo que nunca poderá ser substituído!" — dizia uma mãe, indignada.

"A equipe está verificando o avião novamente e estão ajudando as famílias dos sobreviventes."

"A cantora e dançarina Alyssa Mckenna está em coma, com dificuldade para respirar e teve 2 ataques cardíacos. Estamos a observando e informaremos sobre os outros sobreviventes."

Aquela era uma informação importante.

Ouvi Bill me chamar, e logo entrou no meu quarto, com os olhos arregalados.

— Você viu, não é? — dizia. — Ela está viva, Tom!

Eu não conseguia responder, mas concordei com a cabeça. Minha garganta não permitia que eu falasse, como se houvesse um nó que bloqueasse a passagem das minhas palavras.

(...)

O resto da madrugada foi silenciosa, apenas conseguia ouvir os choros de Nathan e a minha própria respiração. Aly não poderia morrer... Ou poderia?

Não, nem pensar. Ela não me deixaria aqui... Ela é forte.

Eu estava rezando, para ela, e por ela. Aly ficará bem.

Continua...

**Voltei! Estava viajando por duas semanas nos Estados Unidos, então não consegui postar nada, mas prometo que terá mais atualizações logo logo!**

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⏰ Última atualização: Feb 09 ⏰

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Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora