Capítulo 53 - ACDA

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TOM VISION

Não consigo ver eles novamente. Não posso ver eles novamente. Não devo ver eles novamente. Só me causará mais sofrimento, por pensar que eu passei noites em claro, pensando em todos eles, enquanto eles deviam estar se divertindo, e eu estava preso, esmagado, pisado, morto.

Ver todos eles será como viver tudo o que vivi novamente, e eu realmente não quero passar por isso de novo. Eu odeio despedidas, mas gosto de reencontros. E se isso não for um reencontro, mas sim uma despedida? Adeus para o Tom de 18 anos, olá para o Tom de 22?

Nós mudamos. Tudo muda. O tempo, as pessoas, os lugares, os momentos, os dias, os anos, e inclusive eu. O que eu me tornei será o que eles esperam? O que eu vou ser será algo bom? Eu estou melhor do que antes?
Definitivamente não.

Eu poderia simplesmente sumir. Eu poderia sair por aí, e esquecer tudo o que aconteceu. Eu poderia não ser mais o Tom, mas talvez alguém que no passado foi muito feliz, e acabou sofrendo demais. Mas eu não deveria fazer isso. Tornaria a situação mais difícil e complicada. Fazer com que todos os outros sofram pelo mesmo motivo novamente? Não. Não posso deixar isso acontecer.

Como Bill está? Ansioso?
Como Georg está? Confuso?
Como Gustav está? Apreensivo?
Como Cassie está? Cansada?
Como Hanna está? Determinada?
Como Kristina está? Exaltada?
Como Emily está? Chocada?
Como Julian está? Aliviado?
Como Nathan está? Triste?
Como Poliane está? Deprimida?
Como Alyssa está? Destruída?
Como eu estou? Não sei, e não quero saber.

ALYSSA VISION

O procurei em todos os lugares, salas médicas, clínicas, e até pedi para Georg ver se ele não estava no banheiro, mas não estava em lugar nenhum.

— Ele não está aqui também. — Escutei Georg dizer.

— Ele não pode ter sumido! Precisamos dele agora!

Saí do hospital desesperada, não ligando para a dor que sentia em minha mão atada. Corri mais, tropeçando algumas vezes, mas determinada à encontrar Tom.

Caminhei mais alguns quarteirões e o avistei. Ele estava sentado, na escada em frente à uma farmácia. O encarei por alguns segundos, mas ele só olhava para frente, sem o brilho em seu olhar. Cheguei mais perto dele e me sentei ao seu lado, que me encarou ainda sem expressão alguma.

— E agora? — perguntou, fitando meus olhos.

— Você que decide.

— E se eu não quiser mais nada? O que eu faço agora, Aly? Me diga o que fazer!

— Nesse momento, você precisa voltar ao hospital, mas depois você pode fazer o que quiser.

— Quem está no hospital agora? — perguntou, encarando as luzes piscando mais adiante.

— Todos que você está imaginando, Tom. Estão esperando por nós, sabia? — disse, retirando a bandana suja e velha de sua cabeça e amarrando em meu pulso esquerdo, percebendo o olhar de Tom a cada movimento que eu fazia. — Vamos lá, Kaulitz.

Segurei em sua mão e fomos até o hospital novamente. Ele passou seu braço por cima de meu ombro, ainda com nossas mãos atadas, e me puxou para mais perto dele. Com isso, pude sentir seu cheiro forte que exalava, o mesmo de sempre, e ele me confortava.

Entramos no hospital novamente e sorrimos um para o outro ao ver todos eles preocupados, mas agora estavam bem.

Me soltei dos braços de Tom e esperei ele fazer algo, e a primeira coisa que fez foi caminhar até Bill correndo. Os dois se abraçaram, chorando muito, e eu fui para perto de Poliane, minha mãe, com quem fiquei até Tom conversar com todos.

Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora