Capítulo 38 - Sem ela

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CASSIE VISION

— Estou indo. Tchau, Gustav — disse saindo de casa.

— Me deixe ir com você, por favor! — implorou Gustav.

— Não, Gustav! Eu já volto, eu só vou ao banco, não precisa ir comigo — retruquei irritada e fechei a porta do meu carro. O que os homens têm na cabeça para pensar que só de alguém olhar para mim, eu vou ser estuprada? Tenho que mudar isso urgentemente.

Fiquei pensando mais um tempo sobre isso, até que vi algo se movimentar no escuro da noite. Parei o carro e peguei meu celular para ligar a lanterna. Quando me aproximei mais, vi que era um cachorro branco que estava com os pelos sujos e molhados.

Cheguei mais perto e vi que não era um cachorro qualquer, era o Buzzy.

— Buzzy! Oh, meu Deus, vem aqui — chamei estalando os dedos e ele veio mancando, então percebi que uma das patinhas da frente estava ferida e sangrando. Imediatamente liguei para o veterinário e mandei uma mensagem para Mary, dizendo que encontrei o Buzzy. Ela logo visualizou e me respondeu:

Estou indo no veterinário,
me encontre lá

Entrei no carro rapidamente e coloquei Buzzy deitado no outro banco. Pisei fundo no acelerador e fui em direção à clínica veterinária mais próxima dali. Demorou uns 10 minutos e logo entrei tropicando com Buzzy nos braços.

— Me ajude, por favor! Ele está machucado e com a pata ferida — chamei a mulher que estava no balcão e ela logo pegou o Buzzy e o levou para uma sala. Algum tempo depois Mary chegou chorando e assustada, e logo em seguida Bill entrou.

— Onde ele está? — perguntou Mary desesperada.

— A secretária levou ele naquela sala ali — apontei e então ela concordou. — O médico vai examiná-lo e ele ficará bem — afirmei e ela se sentou ao meu lado, depois Bill se sentou próximo a ela. 

O tempo foi passando e o barulho do tique-taque do relógio era o único som audível na local, e isso me causava desconforto. Mary estava apoiada no ombro de Bill e dormia profundamente. Eu fiquei encarando o nada e olhando o relógio. 20:30, 20:57, 21:24, 22:46... E assim foi indo, até chegar perto de meia noite, que foi quando a porta foi aberta por uma enfermeira com máscaras e luvas e logo atrás o doutor Philip. Bill acordou Mary que despertou lentamente e olhou para o lado, vendo Buzzy estar com a pata enfaixada e com o colar elizabetano no pescoço.

— Ele está muito magro, ficou vários dias sem comer. A pata dianteira da frente está quebrada, e provavelmente ingeriu alguma coisa que fez mal para o intestino dele. Ele tem chances de vir a falecer em alguns meses, ou semanas — disse o doutor e imediatamente Mary começou a chorar, vi Bill lacrimejar um pouco e abraçar Mary e logo eu comecei a chorar também.

O Buzzy foi algo muito bom em nossas vidas, que fez com que Georg e Mary ficassem mais felizes. Mas agora ele irá para um lugar melhor, ele está velhinho... Eu sei que os dois irão ficar muito abalados com isso, só que a vida é assim, tem coisas boas e ruins.

— Sinto muito — disse a enfermeira, indo nos consolar. — Podem levá-lo para casa, e fiquem cuidando dele. Aqui estão os medicamentos — murmurou olhando para o Buzzy com um olhar de pena.

Peguei a caixa com os remédios e saímos de lá. Eu fui com Mary no meu carro e Bill foi com Buzzy no seu. O caminho foi silencioso, apesar das fungadas e respirações aceleradas da Mary.

Por que isso tinha que acontecer agora, justo agora? Estamos em uma situação difícil! Tom e Aly podem estar mortos, Hanna foi embora, Georg está muito triste, e agora isso!

Without Looking Back | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora