Capítulo 25 - Eu tenho um plano

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A maioria das pessoas tem dificuldade em conciliar a razão com a emoção, querendo ou não, quando decidimos algo sempre um dos dois fala mais alto e não tem problema, não existe certo ou errado, simplesmente tem pessoas que são mais racionais enquanto outras são guiadas mais pela emoção.

Eu sempre me orgulhei de ser racional, todas as minhas decisões eram guiadas pela minha razão, eu sempre ignorei firmemente o que meu coração dizia, claro que isso foi até o momento em que conheci o Soluço, depois disso, meu coração tomou as rédeas e passou a ter muito mais voz em minha vida, mesmo assim, eu só precisava decidir a qual dos dois ouvir, geralmente esse é o dilema da maioria das pessoas, ainda mais que na maioria das vezes a razão e o coração estão em controvérsia.

Não sei bem o que aconteceu comigo e o por que, mas em uma das raras vezes, a minha razão e o meu coração entraram em um consenso, os dois gritavam dentro de mim para eu não fazer aquilo, mas por algum motivo que eu também não sei, eu simplesmente decidi ignorar os dois.

Uma ideia tinha surgido na minha mente, eu sabia que havia grandes chances de eu piorar tudo e com certeza isso geraria mais problemas, a minha razão gritava isso bem alto dentro de mim, sem contar, que provavelmente eu magoaria o Soluço, o meu coração também deixava isso claro, porém, mesmo sabendo que teria consequências eu decidi arriscar e fazer uma declaração que com certeza, mudaria tudo.

- O..que...você..disse? – Soluço perguntou pausadamente, o que fez com que eu notasse com muito mais intensidade a raiva contida em cada palavra.

- Eu disse que não são boatos – respondi sem olhá-lo, eu sabia que se olhasse diretamente nos olhos dele eu não conseguiria mentir – eu estou grávida do Viggo.

- Mentira – Viggo vociferou assustando todos os presentes – isso é impossível.

- Você irá negar? – Dagur o encarou com raiva – A senhorita Hofferson acabou de confirmar.

- Não sei porque ela fez isso, mas é um disparate, eu nunca tive nada com a senhorita Hofferson – Viggo tentava se justificar para Dagur que parecia cada vez mais irritado.

Péricles e Max se mantinham quietos e surpresos, com certeza ainda estavam processando o que haviam acabado de escutar, já Soluço, ele não disse mais nada e não sei qual foi sua expressão, já que eu mantinha meu olhar em tudo, menos nele.

Senti uma pontada forte no estômago e comecei a ficar fraca, eu imaginava que a minha revelação daria fim ao capítulo e eu estava certa.

Sem falar nada eu passei direto pelas pessoas e corri para fora da sala, sem me importar com o que pensariam. Fui parada por alguém que segurou meu braço com força, me impedindo de continuar.

Me virei, vendo Soluço em minha frente, não consegui decifrar sua expressão, mas sabia que ele queria explicações.

- Astrid..

- Eu prometo que explico quando eu voltar – me desvencilhei do toque dele e dei alguns passos me afastando.

- Voltar de onde? – ele me olhou confuso.

- Do meu mundo, eu preciso ir, sinto muito.

Não sei se ele chegou a ouvir a frase toda, quando eu terminei de falar, eu já estava na sala da minha casa.

Me joguei no sofá, peguei o livro e li o último capítulo.

- Droga, droga, droga, droga, está tudo errado – reclamei levando minhas mãos à minha cabeça e massageando minhas têmporas, minha cabeça doía, assim como o restante do meu corpo.

Me levantei, tomei um analgésico, troquei de roupa, peguei o livro e saí do meu apartamento, eu precisava desabafar com alguém e só tinha uma pessoa que podia me escutar.

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