Capítulo 13 - Não é tão difícil assim

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Fazia alguns minutos que Soluço caminhava de um lado para o outro na sala de visitas, enquanto eu estava sentada no sofá o seguindo com o olhar. Se eu estava já ficando tonta de olhar de um lado para o outro? Sim, mas eu amava ficar olhando para ele.

- Você tem certeza disso? – ele parou e me encarou após um tempo.

Eu apenas balancei a cabeça confirmando.

- Eu nunca gostei dele, mas um assassino? Nunca pensei que ele fosse capaz de tanto – Soluço passou a mão nos cabelos mantendo sua expressão séria.

É errado eu achar isso totalmente sexy?

- Astrid.

Voltei para a realidade quando percebi que ele balançava a mão em frente ao meu rosto, aparentemente eu havia saído um pouco de órbita o admirando.

- Oi, falou alguma coisa? – abri um sorriso sem graça.

- Sim, perguntei como você sabe disso.

- Ah isso...então, eu já disse Soluço, eu simplesmente sei das coisas.

- A senhorita é mesmo uma vidente? – ele caminhou até o sofá e se sentou ao meu lado.

- Digamos que sim.

Eu não queria mentir para ele, mas eu não podia dizer que sabia das coisas porque eu havia lido o livro, que por um acaso era sobre a vida dele.

- Pensei que tinha parado com essa história de senhorita – o olhei fingindo irritação.

- Desculpe-me, as vezes é mais forte do que eu – ele abaixou o olhar envergonhado – sei que não gosta quando lhe chamo assim.

- Não é bem que eu não goste, mas prefiro quando você me chama pelo nome – dei de ombros – mas se for muito importante para você manter a formalidade, posso te chamar de senhor Haddock.

- Não – ele respondeu rápido erguendo o olhar para mim – gosto quando a senho..quando você me chama pelo nome.

- Então combinado, se você não quer que eu te chame de senhor Haddock, então não me chame de senhorita – estendi a mão para ele.

- De acordo – ele apertou minha mão selando o acordo e depois de alguns segundos ainda segurando minha mão ele começou a acariciá-la.

Meu corpo todo reagiu com o toque, era incrível as reações que Soluço causava em mim. Minha pele queimava desejando a dele, como se meu corpo precisasse do dele para sobreviver.

Senti meu coração acelerar, meu corpo esquentar e para piorar ele me encarou e mais uma vez eu me vi perdida naquele olhar. Como podia existir um olhar tão penetrante, tão intenso, tão lindo? Com muita força de vontade, e nem sei explicar de onde essa força veio, consegui desviar o olhar do dele, o problema é que meu olhar parou em sua boca, ela era tão convidativa, tão perfeita, eu só conseguia me lembrar dos seus lábios contra os meus, como eu queria sentir de novo sua boca contra a minha, suas mãos apertando minha cintura e me puxando para si, aquele gosto maravilhoso.

- Para com isso – era para ter sido apenas meu pensamento, a minha intenção era me repreender mentalmente, mas percebi que havia falado em voz alta, quando Soluço soltou minha mão abruptamente e se levantou se afastando.

Ele tinha ouvido e não só ouvido como pensado que eu tinha falado com ele.

- Eu sinto muito, e-eu n-não...me desculpe senhorita – ele estava tão vermelho e tão envergonhado, como se tivesse feito a pior coisa do mundo.

Parabéns Astrid, além de estragar o clima ainda o deixou desse jeito. Está de parabéns mesmo hem!

- Não, eu não estava falando com você, não precisa se desculpar – me levantei também.

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