Capítulo 37 - Paciente especial

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Eu estava no meu quarto em frente ao espelho do meu guarda roupas. Virei o meu corpo para ver melhor a roupa, percebendo que não havia gostado do resultado.

– Não! – exclamei já começando a tirar a roupa e pegando mais uma. Era a sétima roupa que eu experimentava naquela manhã.

Me vesti e voltei a me olhar no espelho, não gostando também do resultado. Resmunguei e estava pronta para trocar de roupa de novo quando meu celular tocou.

– Oi – atendi ao ver quem era.

– Vai demorar? – Cami me perguntou do outro lado da linha.

– Por quê? – coloquei a ligação no viva voz e comecei a tirar a roupa.

– Preciso ir, tenho que ir na editora e depois me encontrar com a minha cerimonialista.

– Espera só mais um pouco, estou terminando de me vestir e já vou.

– Você disse isso há mais de uma hora, Asty, por que a demora?

– Eu passei os últimos dois dias tomando banho no hospital, eu tenho que aproveitar o momento que posso vir para casa.

– Por favor, me diz que não está trocando de roupa não sei quantas vezes, porque acha que nenhuma roupa está boa em você.

– Eu não estou fazendo isso.

– Astrid.

– Ta bom – suspirei – é que o Soluço está aqui, ele não pode me ver com qualquer roupa.

– Eu mereço – pelo tom de voz dela, eu sabia que ela havia revirado os olhos – pega qualquer roupa e anda logo.

– Não é tão simples.

– Usa sua calça clochard xadrez com uma blusa branca que vai ficar ótima.

– Mas..

– Eu vou embora daqui 10 minutos – me interrompeu.

– Não consigo chegar aí em 10 minutos.

– Me esclarece uma coisa, porque mesmo o Soluço não pode ficar sozinho?

– Porque pode acontecer alguma coisa – disse óbvia.

– Vou pedir alguma enfermeira para ficar de olho. Tchau! – ela encerrou a ligação.

Acabei seguindo o conselho da Cami e peguei a roupa que ela havia dito. Depois de me vestir, fiz uma trança embutida, uma make rápida e fui para o hospital. Só quando cheguei lá, que percebi que tinha esquecido de passar rímel, logo um dos meus itens preferidos da maquiagem.

Peguei minha necessaire e corri para o banheiro.

– Bom dia, doutora Hofferson! – uma enfermeira disse sorridente ao entrar no banheiro – Está bonita, hem!

– Bom dia, Minden e obrigada! – sorri e continuei a passar o rímel.

Alguns segundos depois, mais duas enfermeiras entraram no banheiro.

– Acho que ele é o homem mais lindo que existe – Karla, uma das enfermeiras, disse sorridente.

– Do que estão falando? – Minden perguntou curiosa.

– Do novo paciente, ele é tão lindo – a outra enfermeira suspirou, acho que o nome dela era Anabele, Analu, ou Ana alguma coisa – você ainda não o viu?

– Não, ultimamente não estou conseguindo nem dormir, quanto mais ver pacientes bonitos – Minden suspirou.

– Vai por mim, você só precisa olhar para ele que você vai se sentir despertada no mesmo instante.

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