Eu estava no meu quarto em frente ao espelho do meu guarda roupas. Virei o meu corpo para ver melhor a roupa, percebendo que não havia gostado do resultado.
– Não! – exclamei já começando a tirar a roupa e pegando mais uma. Era a sétima roupa que eu experimentava naquela manhã.
Me vesti e voltei a me olhar no espelho, não gostando também do resultado. Resmunguei e estava pronta para trocar de roupa de novo quando meu celular tocou.
– Oi – atendi ao ver quem era.
– Vai demorar? – Cami me perguntou do outro lado da linha.
– Por quê? – coloquei a ligação no viva voz e comecei a tirar a roupa.
– Preciso ir, tenho que ir na editora e depois me encontrar com a minha cerimonialista.
– Espera só mais um pouco, estou terminando de me vestir e já vou.
– Você disse isso há mais de uma hora, Asty, por que a demora?
– Eu passei os últimos dois dias tomando banho no hospital, eu tenho que aproveitar o momento que posso vir para casa.
– Por favor, me diz que não está trocando de roupa não sei quantas vezes, porque acha que nenhuma roupa está boa em você.
– Eu não estou fazendo isso.
– Astrid.
– Ta bom – suspirei – é que o Soluço está aqui, ele não pode me ver com qualquer roupa.
– Eu mereço – pelo tom de voz dela, eu sabia que ela havia revirado os olhos – pega qualquer roupa e anda logo.
– Não é tão simples.
– Usa sua calça clochard xadrez com uma blusa branca que vai ficar ótima.
– Mas..
– Eu vou embora daqui 10 minutos – me interrompeu.
– Não consigo chegar aí em 10 minutos.
– Me esclarece uma coisa, porque mesmo o Soluço não pode ficar sozinho?
– Porque pode acontecer alguma coisa – disse óbvia.
– Vou pedir alguma enfermeira para ficar de olho. Tchau! – ela encerrou a ligação.
Acabei seguindo o conselho da Cami e peguei a roupa que ela havia dito. Depois de me vestir, fiz uma trança embutida, uma make rápida e fui para o hospital. Só quando cheguei lá, que percebi que tinha esquecido de passar rímel, logo um dos meus itens preferidos da maquiagem.
Peguei minha necessaire e corri para o banheiro.
– Bom dia, doutora Hofferson! – uma enfermeira disse sorridente ao entrar no banheiro – Está bonita, hem!
– Bom dia, Minden e obrigada! – sorri e continuei a passar o rímel.
Alguns segundos depois, mais duas enfermeiras entraram no banheiro.
– Acho que ele é o homem mais lindo que existe – Karla, uma das enfermeiras, disse sorridente.
– Do que estão falando? – Minden perguntou curiosa.
– Do novo paciente, ele é tão lindo – a outra enfermeira suspirou, acho que o nome dela era Anabele, Analu, ou Ana alguma coisa – você ainda não o viu?
– Não, ultimamente não estou conseguindo nem dormir, quanto mais ver pacientes bonitos – Minden suspirou.
– Vai por mim, você só precisa olhar para ele que você vai se sentir despertada no mesmo instante.
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Antes que você se vá...
Hayran KurguAstrid nunca se considerou uma pessoa romântica, nunca sonhou em viver um conto de fadas ou encontrar o príncipe encantado. Ela sempre se recusou a se apaixonar, para ela o amor só existe em livros, na ficção, nunca poderia ser real, mas será que el...