Capítulo 48 - Baile de máscaras

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Apareci sentada no chão do meu quarto, fiquei lá imóvel, tentando assimilar os últimos acontecimentos. Ouvi quando o celular da Cami apitou, indicando que tinha um novo capítulo e depois de um tempo, ela entrou no meu quarto.

– Ainda está aqui?

– Sim, aproveitei sua ausência para limpar o apartamento, ele tava uma bagunça – falou em tom de repreensão.

– Você passa mais tempo aqui do que na sua casa, agorinha o David vai começar a reclamar.

– Ele acha que você está mal por causa do "Hikke" e que eu estou te dando uma força, então está de boa, vem – ela estendeu as mãos para mim.

– Não vou me levantar.

– Por que não? – ela me olhou confusa.

– Eu preciso estar na mesma posição quando eu voltar para o livro.

– Você já vai voltar?

– Sim.

– Asty, o combinado foi você ficar uns dias aqui.

– Eu sei, mas eu sumi na frente de todo mundo, quando eu voltar eu preciso estar com a mesma roupa, com a mesma mancha de purê, com o mesmo penteado e na mesma posição.

– O que garante que você vai voltar no mesmo momento em que o capítulo acabou?

– Eu vou, olha a forma em que terminou, seria estranho se o capítulo começasse em outro momento.

– O que vai ser estranho é se começar em outro momento e você simplesmente aparecer no chão.

– Posso falar que eu caí – dei de ombros – agora pega o livro na cama, para mim.

– Falando em cair, como está o tornozelo?

– Melhor, tinha sido só uma leve torção, o salto de tempo que teve foi o bastante para melhorar.

– Você precisa ter cuidado, Asty, você quase foi morta por um cavalo, se o Soluço não tivesse lá, não sei o que teria acontecido – ela me encarou.

– Em minha defesa, eu não imaginei que o Raiker iria atirar em alguém, na primeira vez que teve o evento, ninguém morreu, por que dessa vez foi diferente?

– Dessa vez tem um monte de coisas que estão diferentes – ela disse óbvio e me entregou o livro – já pensou no que vai fazer? Estão te acusando de roubar o anel.

– Pois é – bufei – eu estou tão acostumada a usar o anel que nem me toquei que estava com ele e que alguém poderia reconhecê-lo e agora tiraram ele de mim.

Encarei meu dedo anelar esquerdo.

– Eu preciso pegar meu anel de volta.

– O Soluço vai reconhecer o anel.

– Eu sei, mas nem que eu tenha que pegar o anel à força e sair correndo, eu vou pegar meu anel de volta. Ele é meu, independente se o Soluço se lembra ou não, ele me deu aquele anel, você sabe o quanto ele é importante para mim – meus olhos ficaram marejados.

– Sei sim, você quase surtou quando a Gothi pegou ele – ela segurou uma das minhas mãos – só toma cuidado, com tudo, não seja presa por causa de roubo e cuidado ao se envolver com um assassino.

– Não se preocupe, vou ficar bem – abri um leve sorriso – agora eu tenho que ir.

– Certo, até depois – a Cami se levantou e se afastou.

Coloquei o livro aberto na minha frente e fechei os olhos, enquanto pressionava o meu dedo anelar esquerdo.

– Me leva pra ele.

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